Sim, escreveu-se no último post, e é verdade, temos a noção clara disto (mas também se poderia ir buscar uma explicação em Hugues de Saint-Victor):
Com mais conhecimentos, os raciocínios de quem os tem (a esses saberes mais alargados), os ditos raciocínios vão poder basear-se num espectro também mais alargado de suportes ou bases mentais para o pensamento, e em resumo para o Saber*.
Dito de outra forma, quem tem mais músculo e está treinado, levanta mais alto um qualquer peso. Só que aqui, referimo-nos a músculos e a pesos mentais: a quem os tem, e a quem não os tem!
É que na verdade, nos textos da nossa tese de doutoramento (o mesmo já acontecendo um pouco no mestrado**), cada passo que se queria explicar, era como "cada tiro cada melro", ou como "cada escavadela sua minhoca".
Como é que se consegue escrever uma tese escorreita e sintética, para um público (que na verdade não é público, e são por exemplo uns doutores incultos, «ignoradores militantes» que habitam o IHA da Faculdade de Letras?): gente tão incompleta que só aceita "ipso facto", tudo aquilo a que corresponder uma frasezinha escrita, probatória, demonstrativa? E, perguntamos: onde está, já ouviram falar do espírito das obras medievais: dos possíveis "Quatro Sentidos" usados nas exegeses bíblicas (de que De Lubac escreveu, e antes dele, as categorias usadas por Hugues de Saint-Victor)?
Haja paciência para tanta mediocridade.
Pergunta-se mesmo: Mas porque a levam a tiracolo (a mediocridade) para sítios a que chamam Universidades?
Porque não a deixam lá em casa, nas vossas...? De preferência naquele sítio muito doméstico, onde o rei vai sozinho? Onde cheira mal, e que é, exactamente, o único onde fica melhor?
Já agora, preparadinha para entrar no sifão do esgoto...?
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*Como quem pisa o chão - segundo Maître Hugues
**E Thanks God, quando conversei com o Editor, para a publicação, pediu-me exactamente para manter as melhores notas (de rodapé). Já que, em sua opinião, eram muitas, mas dessas - as mais longas e as resultantes da minha experiência profissional, eram/são pouco comuns; e portanto boas, como me disse, ilustrativas de raciocínios que a maioria dos autores não sabe explicar.
E assim nos ocorre (sempre, de futuro) a orientadora Maria João Baptista Neto, mais a nossa fraseologia - exacta. A que achou por bem levar para a televisão, esquecendo-se quiçá (?) que está longe de compreender toda a profundidade (nossa) dos termos que usou... e logo, porque passou a ser mnemotécnico, ei-la como
Gustave Flaubert et son Perroquet