Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
30
Jul 15
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

... e que se chama Maria João Baptista Neto

 

Comecemos por um excerto escolhido num artigo: "Better homes: Can housebuilders and architects ever see eye to eye?" , 17 July, 2015 | By James Pallister, Will Hurst

 

“…So, oversimplifying a little, could a better partnership be forged between the serial dreamers (the architects) and the market-driven pragmatists (the housebuilders)?
Could this help us solve the housing crisis in the long-term? And what do volume housebuilders actually look for in an architect?...”


Pois é, há dias recolhemos o excerto anterior (cujos autores são referidos) numa das Newsletters que vamos recebendo: concretamente num AJ News.
Quem nos conhece melhor sabe da influência que desde cerca de 1975 esse Journal foi tendo na nossa formação.

Por essa altura sim, o tema que mais nos interessaria seria mesmo o Housing, e já agora também “Homes and Dwelling”.

Mas hoje que a nossa cabeça está tão mudada, mais por dentro Thanks God e a Maria João Baptista Neto (+ uns pozinhos vindos negativamente, mas úteis, do lado do IADE); hoje ficamo-nos pela ideia dos arquitectos como “Serial Dreamers”.
Mais, ficamos com a consciência de que se não fosse a nossa profissão (e portanto é uma grata e grande deformação profissional) alguém diria que tanta instabilidade - e sobretudo essa constante do Sonho - poderia ser vista por outros como uma doença:
Gravíssima!!!
Muitos dirão que é Bipolar, mas outros - esperem pelo nome que há versões para isto «em estrangeiro» - dirão dos mesmos sintomas que se trata da Doença de Asperger.
Seja lá o que for damo-nos muito bem com a dita, e se, sendo aspies, afinal esses são bons ingredientes, muito úteis para o mundo das Artes.
Leiam então: “Os «aspies» são, por isso, muitas vezes apelidados de estranhos, excêntricos, diferentes, extravagantes ou esquisitos.”*
Já os “non-ASPIES”, que como se pode ver é uma pragmaticíssima Maria João Baptista Neto - alguém muito terrestre (talvez telúrica, como os construtores civis, muito agarradinha à sua «bolsinha pragmática», ao solo e ao chão que pisa?); esses que terão outras doenças - também do foro comportamental, e lembre-se portanto a cleptomania?... Será que já lá vai o tempo em que as proporções de cimento e areia eram substancialmente alteradas? Se houver um sismo sério não se vai ficar a saber de todo o ferro e de todo o cimento que não terão desviado os pragmáticos e telúricos: i. e., os que se aproveitam dos sonhos que habitam as mentes dos serial dreamers
Pois essas pessoas de mentes tão límpidas - que sabem muito bem onde querem chegar, nada maníacas, porque sempre muito preocupadas/dirigidas aos seus bolsos e bolsinhas, será que eles perceberam (honestamente e em consciência?) que o grande negócio das suas vidas é eles próprios serem mais ociosos e dilentates? Negando aos outros, claramente, o direito ao ÓCIO a que também poderiam chegar e usufruir? De terem algum direito (não fossem eles Aspies, ou, em linguagem mais nossa - demasiado trabalhadores), a gozar o tempo que passa, menos ocupados; com menos trabalho?

Pois então, nessa sua «honestidade», pelo que se vê, aqueles a que estamos a chamar telúricos, muito pragmaticamente põem os Aspies a trabalhar. E dito curto, sobretudo põem-nos a render! Claro que, para um dia os poderem espoliar, mais aos valores intelectuais que tão afanosamente – como verdadeiros Serial Dreamers - durante todo o tempo estiveram a produzir.
Apresentando-se assim – «os telúricos da bolsinha cheia» (ou dito in english - the market-driven pragmatists, também chamados "housebuilders") - como os verdadeiros e grandes vivenciadores dos maiores deleites muito «terrenos»: como as pessoas que são totalmente incapazes de por as mãos na massa (que é a matéria intelectual), mas de apenas usufruírem do seu «fermento», que outros lhe instilaram. Aquele que natural e objectivamente qualquer massa fez crescer: aquele que, qualquer serial dreamer que se preze, sabe sonhar e conceber.
Em suma, isto tudo também pode fazer lembrar a Revista à Portuguesa, ou um cheiro a Lisboa… Não à Universidade de Lisboa – que essa é em espaços abertos (e para criar mentes abertas), mas às ruelas mais fechadas dea urbe antiga.

Cheira a Bairro Lisboeta, talvez a Mouraria? Ao cheirinho a pão logo pela madrugada, vindo ali da Graça, logo abaixo do Caracol: onde os sinos ainda se ouvem tão bem, no Largo das Olarias!? Ou, seria, seria…, uma Padaria na Rua dos Lagares, mais os padeiros que se ocupam pela calada da noite? No silêncio só interrompido pelos primeiros guinchos dos eléctricos, que tentavam não «patinar» nos carris da Rua dos Cavaleiros? Ou ainda antes, num silêncio entrecortado pelos trambolhões dos caixotes virados e despejados, por solavancos mecânicos, para dentro dos carros do lixo...?
Claro que estavam a ler descrições de um Serial Dreamer (acordado), exactamente a mesma pessoa que, é fácil compreender, também cria/ensina Brainstorms. Why not? É grátis, e essencial para desencadear novas ideias...

Os ditos serial dreamers – à conta da sua «suposta maluquice», alta-bipolaridade, ou porque são eles os verdadeiros Aspies? (sobretudo no ensino, repare-se, eles têm que desenvolver ainda mais essas suas capacidades intelectuais, treinando-se no sonho e depois numa normal e muito fria recolha do melhor que conseguiram ir sonhando). Esses supostos excêntricos, muito «doentinhos», fazem (e alguns têm por missão ensinar a fazer) todos os dias, Graças a Deus, um exercício que um Historiador de Arte - por mais anos que respire - nunca nasceu treinado para saber fazer, e portanto nunca fará**:

Serial dreamers que sonham com os pés na Terra; que sonham a pensar no custo para o cliente; i. e., the value for money do sonho que, acordados se permitem (e obrigam a...) ter.
Sonhar já a pensar num Ambiente futuro (de Design Ambiental), o que irá originar: nas cores, na luz, ou também no Caderno de Encargos, daquilo que naquele momento deveria ser apenas o seu Sonho:
Sonhar a saber que quando o dito sonho – aquele que no momento estão a ter - logo que se tornar pedra e cal, ele, The Serial Dreamer (e o proponente de uma nova realidade que quer criar para o seu cliente); ele - o tal serial dreamer - há-de ser depois, por esse trabalho, avaliado publicamente. Analisada a coerência, a honestidade e o valor intrínseco do tal sonho que um dia teve…

Sonho que é também o de uma sociedade melhor - e não o do desvio de capitais, ou de materiais, sejam eles físicos ou intelectuais, como chegam a fazer os pragmatistas construtores.

Portanto sonhar pode ser um risco (de muita generosidade) a que os "...serial dreamers (the architects)..." se expõem.
Enquanto um Historiador de Arte - que nem uma mínima exegese da obra aceita fazer (leiam, Sra. Professora aprenda com Henri De Lubac autor entre outras obras, de Exégèse médiévale : les quatre sens de l'Écriture, e depois compreenda A Obra Aberta de Umberto Eco). Repete-se portanto, que enquanto um Historiador de Arte, os mais típicos que estamos a criticar, esses em geral não sabem interpretar as obras de que escrevem; e como lapas agarram-se à rocha, que é para si a litera:

Litera ou letra, a qual pisa e pisa, e volta a repisar, sem a menor criatividade. O Historiador de Arte - sem a menor capacidade de criar imagens mentais, vai para a Torre do Tombo e agarra-se à litera de que escreveu Hugues de Saint-Victor, apesar de, teoricamente, a ter posto ao lado de outras categorias de análise, e de outros níveis de entendimento (que os textos bíblicos que as obras de arte sempre quiseram ilustrar, também podem ter, em simultâneo)...***

Historiadores de Arte que, de tanto afunilarem a História se tornaram incapazes de fazerem interpretações mais soltas, como as que foram feitas milhares e milhares de vezes, e durante séculos, não só durante a IDADE MÉDIA, mas também vários séculos que a precederam. Em tempos em que uma imensa Polissemia - que é hoje tantas vezes extraordinariamente difícil de compreender, ligava tudo: mesmo o que pareceria totalmente inassociável como hoje aqui fizemos.

Tontice?

Re: Não! São treinos e brainstorms para projectar e ensinar a projectar...

É a noção e a vontade de querer de ir à raiz do pensamento

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*http://lifestyle.sapo.pt/saude/saude-e-medicina/artigos/sindrome-de-asperger-2
**Aliás, quem dera aos ditos Historiador de Arte, que ao copiar não fizessem erros de ortografia. Quem lhes dera que ao falar soubessem pronunciar. E não nos referimos só a Ruskin que, por dá cá aquela palha, ele vira RUSKING; nem ao Hanôver que vira AINDOVER... Pois também nós fazemos muitos erros de pronúncia… Referimo-nos só àquelas frases portuguesas, em que, exemplificando - “...Q’ÁLUNA tantas vezes se arrepiou q'as calinadas da super grande doutora...".

***Hugues de Saint-Victor que também escreveu, indo buscar a frase a S. Paulo: "La lettre tue, mais l'esprit vivifie".


25
Jul 15
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... e também para aquele doutor, catedrático, prof. e reitor que ficou «chei-d'agraus» sem nunca frequentar uma universidade*1 (não sabem? não é espantoso?)

 

E continuando a desenvolver - já que o ensino superior virou inferior (e ninguém lhe acode crescendo as negociatas como se vê) - assim aqui vai, também bastante visível uma colecçãozita para quem pode aproveitar as férias para fazer umas boas leituritas.

No caso dos Designers que se lembrem de William Morris, e das suas máximas, ou as regras que deixou aos vindouros: os mesmos que em sua memória criaram Cursos de Design, ou de Projecto - altamente inspirados nas Metodologias Arts & Crafts. O que dito em português, e rápido, é um «como aprender fazendo»...

As capas dos livros escolhidos falam, por isso poupamo-nos. Mas estão cronologicamente ordenados (os livros), quer para o tempo histórico, quer ainda - "so and so", pela importância que tiveram na nossa formação.

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Os dois volumes acima, só esses dois, não podem ser vistos como livritos!

Pelo menos quando os lemos - aos 16-18 anos, e quando o Liceu era em Portugal (talvez como em França, pela mesma data?) uma Escola e um Ensino de altíssimas ambições, muito prestigiado.

Pelo seu conteúdo (e comparativamente com o nível da escola superior que hoje conhecemos, nada ambiciosa...), ainda me pergunto se haverá cursos superiores em que os alunos sejam confrontados, logo no 1º ou 2º ano dessas licenciaturas, com matérias abordadas a estes níveis elevados? Isto é, abordadas a níveis equivalentes aos que Eduardo Bossa e os alunos que com ele colaboraram no Liceu de Oeiras? Níveis altos como os postos na feitura dos textos pelos quais estudámos; textos que integram esses manuais de História Geral da Civilização?*2

Será que esse nível elevado, é agora proposto aos alunos nalgum curso, no 1º ou no 2º ano de algumas licenciaturas? Ou será apenas e só para Cursos de Filosofia?

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Seja como for, dos ditos livritos fica a páginazita acima, para os tais «Phd cheid'agraus».

Para que - A Cultura Cientifica depois de Sócrates os lembre de onde vem o seu Ph: i. e., de alguma espessura, profundidade, ou até dos milhares de anos lá longe, onde radica o dito Ph.

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Acima está agora o verdadeiro livrito, absolutamente fantástico!

Compra-se num aeroporto e dá um jeitão para a viagem - caso não se vá à janela, e o território que se sobrevoa, não seja (visualmente) muito mais interessante! Tem a enorme vantagem de lembrar as principais passagens do Antigo e Novo Testamento - as que estão nos relatos visuais que as Obras de Arte em geral foram. Pode-se começar pela História de Noé - when (dizemos nós) - "...God decided a fresh start was necessary.". Depois, e para acabar oferece-nos o tema "The young Church: daily life" - referindo-se à mesma Ecclesia que veio a estar na base de vários Programas Iconográficos ou Programas Estéticos (ou ainda, porque não, podem-se-lhes chamar os Thematismos...?), que foram contemporâneos da Igreja imperial:

Da Igreja dos primeiros tempos, a que depois de Constantino, de Clóvis*3, Carlos Magno, e mais tarde ainda depois, por exemplo, de Imperadores ibéricos como Afonso VI (e ainda do nosso Afonso Henriques). Essa Igreja que os «Maiores» sempre quiseram vivificar, fazer restaurar e reforçar; para a tomarem como sua aliada: sede (divina e superior) do seu Poder temporal...

Em suma, o livrito acima referido contém muitas historinhas bíblicas: as fazedoras de um imaginário que, com mais ou menos sensibilidades (diferentes e diferenciadoras, como alguns povos fizeram questão que elas fossem) marcaram, e marcam ainda hoje, as imagens e toda a iconografia europeia: a ponto dessa imagética poder ser vista, com todo o direito, como uma ICONOTEOLOGIA. 

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Segue-se um dos livritos que há muito conhecemos, e que sempre esteve «à mão-de-semear». Um daqueles que marcou o nosso Prazer da Leitura, como Proust o descreveu: a do impulso quase irracional (hoje seria adictivo...) de pegar em qualquer coisa para ler.

Nele os problemas de Unidade Cristã que são referidos, são como uma súmula, numa perfeita continuidade dos livros do Liceu de Oeiras e de Eduardo Bossa, em que o Arianismo e várias outras heresias já lá estão referidas... E será que vêm daí as nossas referências?  Ou era frequente, noutras instâncias e situações, falar-se em heresias? Como e porquê? De onde veio este assunto ter connosco? O que é que já sabíamos ou tínhamos alguma vez lido do Filioque? Será que lemos Vergílio Correia, e a sua História dos Visigodos, quando em 1970-72-73 nos preparámos para os diferentes exames de História da Arte na ESBAL? 

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Neste último caso, acima  está a capa do primeiro livro que Fernando António Baptista Pereira nos aconselhou a ler:

Bem antes de nos ter feito compreender que também o circulo fora um Ideograma (mas aqui esse assunto daria um novo post, ou é todo um imenso tema, pano para muitas mangas e vários doutoramentos...?). Mas ainda bem antes, também, de nós próprios termos podido compreender como as heresias acima referidas, se devem ter transformado em «emblemas» (visuais).

Uma palavra que em português é única, mas que se pode associar com a percepção daquilo que se vê ou compreende d'emblée - como dizem os franceses.

E d'emblée nós percebemos (há muito), como houve necessidade de usar a imagem para ajudar a pensar. Sobretudo nos casos em que as propostas contidas em algumas frases, ou em certas listas, são difíceis de apreender, mentalmente.

Por exemplo, por email recebem-se por estes dias demasiados diagramas relativos às organizações em que se está inserido. E demasiados, já agora, porque pretendem dizer só pela imagem, aquilo a que todos nos habituámos fosse posto por escrito, com palavras e caracteres alfabéticos: i. e., expresso com muito mais clareza!

Mas, d'emblée é de certeza uma palavra - um conceito (para os «projectistas do conceito»)- que obriga a pensar...

Para concluir, e se o livro da autoria de Roger Aubert ainda não o tínhamos incluído como referência no nosso trabalho dedicado a Monserrate - a propósito do Amor que a Igreja do Oriente tinha pelo Espírito Santo*4 (como aí se pode ler); por outro lado, e em contraponto dessa situação, já o livrinho de Aloïs Riegl - dadas as sua dimensões e o imenso que deixa «ler» para além dele (ou nas entrelinhas e também nas imagens que inclui); - por aí percebe-se como as jóias, as fíbulas, os alfinetes, ou os brincos (vejam os da imperatriz Teodora, ou os adereços de Justiniano, representado com a sua corte...); nessas representações que eram fruto de toda uma mentalidade muito mecânico-materialista*5 - que supomos e admitimos ter sido característica (principalmente) dos povos do Norte da Europa (povos que eram predominantemente germânicos):

Pelo livrito de Riegl (repete-se) d'emblée deduzimos como essa característica - um grande pragmatismo -  também demonstra o sentido prático desses povos. Que normalmente fizeram, e ainda hoje fazem (para seu bem) o uso de materializações ou de Machinas Memorialis, como lhes chama Mary Carruthers.

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Numa atitude de quem, face à dificuldade de imaginar (no verdadeiro sentido desta palavra), mentalmente, algumas frases ou ideias; perante essas dificuldades, tiraram então as imagens da «interioridade da mente», e, acompanhando-as ainda da máxima expressividade que a Retórica sempre quer/quis ter, passaram a tê-las (às imagens) à vista: ou seja fora da mente.

Porque assim parece ser muito mais fácil pensar (?), tal e qual como sempre nos aconteceu ao fazer projectos: Quando a mente, sem recorrer a essas ajudas materiais (e exteriores) não consegue produzir, internamente, as sequências de novas imagens que se estão a querer inventar para pôr num ambiente (o Interior Design), de um espaço interior, num edifício...

E porque ainda não existe essa espécie de fotogramas mentais, (já que a mente não os consegue produzir...); e menos ainda existem, materialmente, já prontos, logo não é possivel fazer uma qualquer fotomontagem dos excertos em que o projectista está pensar. Por isso, o dito inventor/projectista fabrica-os, no tal processo que nasceu - como dizemos - menos conceptual e muito mais Arts & Crafts*6.

Portanto, daqui deduz-se, de novo: as ditas imagens que foram fabricadas fora da mente, passaram a ser legíveis (e por isso alguns lhes chamam legendas), e, ou, também mnemotécnicas.

Em suma: o tal sentido pragmático que parece habitar (de uma maneira estrutural e profunda), preferencialmente (como admitimos?), a mente dos povos oriundos sobretudo do Norte - e repare-se bem em certos trabalhos dos Normandos, como são alguns dos que deixaram no Sul da Europa. Esses povos, que ao longo do primeiro milénio foram chegando ao antigo Império Romano; ao «Império» que admirariam pela sua superioridade (?), mas onde para entrarem, e ficarem, tinham que se submeter à nova religião (oficial); em resumo, esse seu sentido de ocupação e de vontade de pertença a novas regiões geográficas, levou-os a fazerem imagens onde sinalizavam (d'emblée) a Fé que professavam. E o Cristianismo, apesar de várias ou muitas hesitações, e também de sucessivas mudanças de ponto de vista, não as proibiu, como alguns autores têm salientado.

Opinião nossa: a dita obra de Aloïs Riegl - com muito mais que, depois aos poucos se vai ficando preparado para ler, e passar a entender, - esse livrinho ajuda a tornar estas nossas hipóteses fortemente verosímeis. E daqui vão para o IHA da FLUL, donde acharam que o melhor a fazer era «expulsarem-nos»! É que isto de ter soluções e compreensão (interdisciplinar e resolutiva, de questões muito complexas) para Enigmas da História, isso é proprio da VIA PÚBLICA, e não para a Universidade!

Lembre-se que as Universidades são ambientes hiper-selectos, onde só entra quem estiver dirigido para partículas minúsculas, saberes atómicos, e nunca por nunca que sejam matérias articuláveis, ou inter-relacionáveis, com essa coisa tão comezinha, ou desinteressante, chamada realidade!

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*1- Nem o próprio saberá explicar como foi que isso aconteceu, tal a velocidade a que se deu, a atropelar muita gente! E assim se encolheu e reagiu como é sabido, quiçá a medo que o pusessem na sombra?

*2 - Manuais em que, por sua vez se destaca a colaboração de José Sá Nogueira Saraiva, em 1964. Um nome que para alguns pode ser referência? Mas, também pode ser que não, já que hoje em dia, e cada vez mais, acho que «muitas coisas», de facto, só passaram por nós! Que raio de memórias... Ou, que dons deu a natureza a alguns, e que no passado eram factores de desenvolvimento, e a outros privou desses dons... Será só fingidamente, que agora ninguém diz desenvolver a memória, como se fosse pecha, e nada de memorial tivesse a ver com o intelecto e suas capacidades? Ler sem ter decorado é a nova regra?

*3 - Sobre Constantino e Clóvis, e as sua histórias comparadas, na rádio francesa Canal Académie pode-se ouvir, e gravar em mp3, uma muito interessante entrevista ao historiador Michel Rouche intitulada Constantin-et-Clovis-deux-conversions-aux-christianisme.

*4 - Obra onde se encontram expressos, os termos, de 1930 (ver na p. 90) com que a religião anglicana exprimiu a sua liberdade relativamente ao desenvolvimento cientifico, e como se submete à Fé dos Apóstolos; ou ainda, como considera os valores protestantes, e a primazia dada à Bíblia...

*5 - E menos abstractizante do que a dos povos do oriente, que parecem conseguir pensar, melhor do que os ocidentais, usando menos imagens (fabricadas mentalmente): i. e., com menos recurso à imaginação? Ou seja, para esses povos, e no seu misticismo, Deus é abstracção (tout court). Pelo que, provavelmente (?), basta-lhes a Nuvem para aludir a Deus - como descrito no Antigo Testamento - assim prescindindo de muitas outras imagens? Ou Nomes?

*6 - Vejam o exemplo de Humphrey Repton, que produziu verdadeiros craftings, e que hoje se existem (ou se se fazem?) são todos eles tecnologia: com muitos CADs e mais renderings.


22
Jul 15
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

... vindas dos profs. doutores das Faculdades, onde fui fazer pós-graduações de que não precisava, absolutamente, para ensinar no IADE, hoje sabermos que esses profs. vêm (também aqui) ler algumas das nossas descobertas, e que as repetem, como se fossem suas, claro que, intelectualmente, é um imenso prazer.

 

Apesar do roubo moral**, e de várias transgressões ao Código do Direito Autoral, claro que há prazer intelectual: ele é a prova de que no fim são eles que nos devem muito mais, do aquilo que lhes devemos.

Como foi prazer ter podido ler Maurice de Gandillac, nas traduções que fez do Pseudo-Dionísio, dito o Areopagita. Textos que, é certo, nos ajudaram a desencadear outras descobertas, mas que hoje, agora, nos permitem também saber que os ditos profs podem ler textos e materiais (que estamos a valorizar e a destacar), aos quais, de outra maneira - pobres coitados - eles nunca chegariam. Nem poderiam fazer avanços intelectuais em matérias que são da História da Arte, e por fim nunca poderiam progredir.

É isto uma bondade «tipo Madre Teresa de Calcutá»? É. A mais digna que nos deixaram ter: estar ao lado dos pobres e dos espoliados, mesmo no campo científico... 

Mas isto é/passou a ser um enorme prazer; uma imensa honra dada a relevância dos referidos textos e o que os mesmos permitem esclarecer quanto à composição arquitectónica. Concretamente, a do desenho dos vãos, já que, como escreveu L.B. Alberti, muitas vezes os edifícios pouco mais são do que caixas... É-o também, dada a imensa falta de qualidade que passou a habitar as Escolas e Universidades, porque têm que vender e para os produtos serem mais fáceis de vender o grande truque está no facilitismo

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*Vindas de quem não suportou que, depois de aberta uma ou várias portas, esses que inicialmente eram os porteiros e donos das casas, que depois a situação (aos seus olhos) se invertesse. Ninguém os manda serem cegos, por vontade própria ao usarem de tanta invídia.

Que usem os olhos para ver de frente, talvez com lupas, e não ao viés - de invídia -, já que têm/há imenso para aprender através da visão. Lembrem-se do plano frontal, «propositado» e característico dos Estilos Medievais, diferente da perspectiva de que Erwin Panofsky escreveu (que é também muito enviesada, e pouco compreendida) ...

**http://www.rtp.pt/play/p1867/e197709/visita-guiada: Tinha que ser assim? Não se poderia/deveria ter dado o seu-a-seu-dono?


21
Jul 15
publicado por primaluce, às 13:00link do post | comentar

Sim, escreveu-se no último post, e é verdade, temos a noção clara disto (mas também se poderia ir buscar uma explicação em Hugues de Saint-Victor):

 

Com mais conhecimentos, os raciocínios de quem os tem (a esses saberes mais alargados), os ditos raciocínios vão poder basear-se num espectro também mais alargado de suportes ou bases mentais para o pensamento, e em resumo para o Saber*.

Dito de outra forma, quem tem mais músculo e está treinado, levanta mais alto um qualquer peso. Só que aqui, referimo-nos a músculos e a pesos mentais: a quem os tem, e a quem não os tem!

É que na verdade, nos textos da nossa tese de doutoramento (o mesmo já acontecendo um pouco no mestrado**), cada passo que se queria explicar, era como "cada tiro cada melro", ou como "cada escavadela sua minhoca".

Como é que se consegue escrever uma tese escorreita e sintética, para um público (que na verdade não é público, e são por exemplo uns doutores incultos, «ignoradores militantes» que habitam o IHA da Faculdade de Letras?): gente tão incompleta que só aceita "ipso facto", tudo aquilo a que corresponder uma frasezinha escrita, probatória, demonstrativa? E, perguntamos: onde está, já ouviram falar do espírito das obras medievais: dos possíveis "Quatro Sentidos" usados nas exegeses bíblicas (de que De Lubac escreveu, e antes dele, as categorias usadas por Hugues de Saint-Victor)?

Haja paciência para tanta mediocridade.

Pergunta-se mesmo: Mas porque a levam a tiracolo (a mediocridade) para sítios a que chamam Universidades?

Porque não a deixam lá em casa, nas vossas...? De preferência naquele sítio muito doméstico, onde o rei vai sozinho? Onde cheira mal, e que é, exactamente, o único onde fica melhor?

Já agora, preparadinha para entrar no sifão do esgoto...?

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*Como quem pisa o chão - segundo Maître Hugues
**E Thanks God, quando conversei com o Editor, para a publicação, pediu-me exactamente para manter as melhores notas (de rodapé). Já que, em sua opinião, eram muitas, mas dessas - as mais longas e as resultantes da minha experiência profissional, eram/são pouco comuns; e portanto boas, como me disse, ilustrativas de raciocínios que a maioria dos autores não sabe explicar.

E assim nos ocorre (sempre, de futuro) a orientadora Maria João Baptista Neto, mais a nossa fraseologia - exacta. A que achou por bem levar para a televisão, esquecendo-se quiçá (?) que está longe de compreender toda a profundidade (nossa) dos termos que usou... e logo, porque passou a ser mnemotécnico, ei-la como

Gustave Flaubert et son Perroquet


18
Jul 15
publicado por primaluce, às 20:10link do post | comentar

Neste mundo (portuguesinho da costa) que caiu ao chão e se estilhaçou em bocados; e em peças soltas que hoje poucos sabem aglutinar e articular, agora alguém se lembrou de algo muito inteligente que é: o juntar tudo!


Mas o nosso  agora afinal já tem quatro anos – pois é de 2011, e só agora é que nós percebemos da sua existência.

É inteligente, como acima se escreveu, porque os Cursos Profissionais e Profissionalizantes existentes tendem a partir tudo aos bocados, a sucessivamente ramificar, num infindável pensamento em árvore, e a não deixar que existam mentes capazes de entenderem – ou de usarem uma larga pluralidade de disciplinas – para basearem os seus raciocínios.
Não me esqueço da co-orientadora de estudos de doutoramento me ter dito, e repetido, insistentemente, que o meu problema (ou sobre a situação criada) estava no facto de eu estar a querer tratar «um tema de fronteira».
Acontece que na Arquitectura, e no Design em tempos idos - mas claro que em menor grau, porque a duração do período de formação nesta última área, pelo menos aqui em Portugal, nunca foi comparável com a duração de um curso de arquitectura (apesar de ambos serem vistos como licenciaturas, como se se equivalessem!). Mas, na Arquitectura, nunca nos lembraríamos de falar em «temas de fronteira», porque o arquitecto não se poderia refugiar, nunca, em desculpas desse tipo: “Não faço o projecto porque não é a minha área. Está ali uma fronteira: na minha cabeça eu divido…”
Só não é a sua área se for uma Ponte (imensa), ou uma obra tipicamente de engenharia, caso contrário, se for inclusivamente uma pluralidade de engenharias, mais uma razão para ser um trabalho de arquitectura: porque o arquitecto assume-se, e espera-se que o seja de facto, o especialista da generalidade - como várias vezes Nuno Teotónio Pereira defendeu.
Vejam o link abaixo da FLUL, e aí leiam inclusive sobre a existência de TUTORES - que vão ajudar os alunos a construírem os seu Currículos de Formação. Comecem pela frase abaixo, que só nos lembra a multiplicidade de questões e de capacidades (para lidar com a complexidade) que os meus temas de doutoramento exigem.

E finalmente chegue-se à conclusão – que para nós é mais do que certa (há muito tempo) – como as Universidades estão repletas de mentes retrógradas, tanto, tanto, que levaram longíssimo a especialização (que em tempos foi desejada, é verdade, mas não isto!) a ponto de ser agora necessário voltar a uma Pangeia dos Saberes e dos Conhecimentos, antes que ninguém se entenda... e não se saiba articular (ou arquitectar/conceber) qualquer pensamento!
Claro que, óbvio, este é um post também para Maria João Baptista Neto da FLUL, para o IADE, e aí para todos os que decidiram que os nossos estudos não têm qualquer interesse.
Não admira! Pois não estão minimamente preparados para a interdisciplinaridade… - como certos animais (que é preciso irem em frente) com palas nos olhos a tapar a visão de tudo o que é lateral. Desse modo, ou doentiamente, eles restrigem-se a si e às suas áreas de estudos e conhecimentos. Para além disto, ou dito de outra maneira, esses serão sempre metodologicamente cegos (como as mulas).

"Contactar com matérias diversas permite uma maior aptidão para lidar com questões complexas e uma maior competência para a entrada no mercado de trabalho."*– Diz-se na apresentação de uma licenciatura que os grandes empresários pediram à Universidade para criar, para poderem ter pessoas capazes de os auxiliarem: i. e., colaboradores eficientes.

Artes Liberais.jpg
Em suma, não basta dizer que os cursos são de banda larga, mas instilar conteúdos teóricos e não só os práticos, nesses mesmos cursos.

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*Ver em http://www.letras.ulisboa.pt/pt/cursos/licenciaturas-1-ciclo/estudos-gerais,
assunto que nos preocupa há muito tempo: http://primaluce.blogs.sapo.pt/4162.html

http://primaluce.blogs.sapo.pt/136685.html

http://fotos.sapo.pt/g_azevedocoutinho/fotos/nonsense/?uid=RgKB6J6wwibBrI44zqN6
http://fotos.sapo.pt/g_azevedocoutinho/fotos/aaaaa/?uid=YYvw5bifG5YllPAy1E21&grande#foto

 


17
Jul 15
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

Quando será que há um tempo de qualidade, sabático e livre de preocupações, para acabar de escrever coisas fantásticas que são mal-empregadas para ficarem nestes blogs

 

Quando será que a verdadeira Quilha da Arca de Noé, «eixo estruturante» da Igreja Românico-Gótica pode um dia ver a luz (explicada por quem defende que a Arte Europeia, até 1700-1800, foi uma Iconoteologia*)?

 

Eis um Quid Pro Quo - no verdadeiro sentido - que lembra este mundo de tontinhos em que estamos. De quem (a Orientadora de Estudos Pós-Graduados) sugere a uma aluna  que procure e siga um caminho de investigação, e depois, porque o mesmo foi um sucesso**, então o tema deixa de interessar!

Mundo de tontinhos (tontinha, é aqui o caso) em que se passam/transmitem materiais extraordinários sem a percepção do respectivo valor e da importância que tiveram...?

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*Explicada por quem tendo percorrido os "Tratados da Arca" de Hugo de S. Victor percebe como se fez a relação Teologia-Imagem-Arquitectura, e vê a imensa e espantosa Beleza dessas associações.

Uma Beleza a que nos rendemos, felizes.

**E vamos procurar os textos que a própria sublinhou,...


15
Jul 15
publicado por primaluce, às 15:00link do post | comentar

… que reverberem bem longe esta verdade, hoje, em que tantos assuntos se cruzam.

 

Em homenagem ao Carlos Barbosa, a pessoa mais decente (talvez mesmo a única?) que andou pelo IADE.
Que não precisou de doutoramentos para nadinha, porque o importante na vida é ser verdadeiro e  honesto.

O importante na vida é não andar a roubar ou a invejar o alheio, e fazer o melhor que se pode e sabe. Mais: não ser pretensioso, no verdadeiro sentido de não querer, ou pretender ser, aquilo que de facto não se é!

Havendo, já agora, muito mais que podem reler e vos faz bem...

E quem quiser continuar a ser menorizado pelos países do Norte da Europa, Alemanha e seus aliados, que não pense em nada disto que se está a passar; que não pense no Sul da Europa «pavlovianamente» treinado a ter exigências consumistas, que um dia tem que pagar àqueles que lhe transmitiram esses hábitos de consumo (que têm que ser pagos, tal como os almoços que não são grátis). Isto é, pagos duas ou mais vezes:

À primeira comprados a crédito, à segunda (porque à primeira não os conseguiram pagar), são depois pagos a juros elevadíssimos e incluídos em dívidas que então se passam a designar  «dívidas soberanas».

Enfim, lembremo-nos dos tão úteis Submarinos e o que pagamos por eles: a quem?

Ou, lembremo-nos ainda de outros textos, aqui particularmente dedicados aos Profs. do IHA da FLUL - os nossos verdadeiros alunos, porque connosco (eles disfarçam e dizem que não mas) lá vão aprendendo...


11
Jul 15
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

...é tarefa de professor, com muita honra, quando se é esclarecido e multi-disciplinar. Mais, sempre que tal se verifique, é um imperativo!

 

Mesmo que se tratem de professores com quem aprendemos muitas outras matérias, não podemos deixar passar em claro os seus erros crassos, pois também os cometem (não poucas vezes), sempre que estão a contrariar aquilo que para outros (neste caso nós) é evidente.

Se Maria João Baptista Neto vai para televisão falar de Monserrate cheia de certezas, falar de pedras da região de Sintra, isso deve-se ao facto de nós termos sido alertados por vários disparates e fantasias que lemos e não aceitámos: como a existência de granitos azuis, pórfiro e granitos porfiróides no palacete de Sintra - Monserrate. E ao ser alertado, foi-se olhar e viram-se os erros, fazendo com que a dita senhora tenha agora «tanta informação».

Para nós é evidente que várias pedras, como acontece com o extraordinário (lindo!) corrimão de pedra, da não menos bonita escada de acesso ao primeiro andar, é evidente que esse é um mármore português:

Mas será de Sintra, ou ainda pode ser de Trigaches, como é mais conhecido? Mas Sintra é hipótese talvez provável por uma questão de proximidade?

Depois, se a profª Maria João Baptista Neto diz que todas as pedras são da região, por nós seria mais seguro se fosse o Professor Luís Aires-Barros a confirmar...

Como também seria muitíssimo interessante que viesse a confirmar uma das maiores dúvidas com que ainda estamos (e nunca uma Maria João Neto pensará nesse assunto): 

A maioria dos tímpanos dos vãos exteriores são pedra, ou são fingidos de pedra? Será que uma douta dra. de História da Arte sabe disto? Por nós só com infos de geólogo nos sentiremos confiantes...*

Quanto aos fustes das colunas da galeria central, e que entram depois, muito semelhantes (em variante cromática) na Sala da Música; sobre essa rocha há quem fale em mármores de côr âmbar. Coisa que desconhecemos, tendo no entanto a honra de ter visto calcários (sedimentares) de Negrais que, não são mármores, e que por acaso muitas vezes são bastante mais coloridos/vivos/bonitos do que o tom «mortiço» (chamam-lhe âmbar?) que está nas colunas da Sala da Música...

Dirão que o efeito é suave, levezinho, blablabla, «quase sublime», de douto doutor em apreciações de "taste"; que liga muitíssimo bem com os dourados aplicados nos estuques? Sim, se o disserem estamos de acordo, mas é  blablabla de contentinhos...

Porém, para que se elucidem, e como sempre fazemos, aconselha-se que consultem bibliografia da Dir. Geral de Geologia e Minas, e outra que está na internet**. Talvez vos seja útil?

MonsAgo-5.jpg

E afinal onde estava a sábia Maria João Neto quando em 2004 se fizeram as opções cromáticas que as fotos registam. Porquê pintar ou alternadamente não pintar pedras fingidas: o que fez a dita douta, para ajudar a esclarecer - com base nos registos históricos - o que deveriam ser os tratamentos materiais e cromáticos dos elementos construtivos.  

MonsAgo-10.jpg

Talvez agora diga: "Mas é uma questão de gosto, não acha lindo?..."  Ao que apetece responder a que "lindo" se refere: Ao que é de ordem afectiva (um "taste"), ou ao que é resultado da lógica, e portanto, não afectivo e mais de ordem intelectual? Em suma, importaria, sim ou não, diferenciar as pedras naturais das artificiais para as tratar em conformidade com a respectiva intenção projectual?

Por fim: o que quereriam os Knowles, inventores de todos estas articulações visuais, o que quereriam se visse no enquadramento dos vãos?  

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*O que aliás coloca outra questões, como o facto desses fingidos de pedra em 2004 terem sido tratados/pintados como argamassas, em vez de serem tratados como pedras artificiais. Questões que em restauros bem feitos estão longe de ser despicientes...

**Mesmo sem ser geóloga (mais geómetra) e sem os poderes de Blimunda «Sete-Luas», aconselha-se a que veja as figuras nºs 9 e 10 do documento seguinte. http://mcprojectos.fc.ul.pt/geoverao/Paleomemorial.pdf

Ou que aprendam na prática, com os fornecedores, que alguns sabem muito e também ensinam:
http://urmal.pt/pt/ms/ms/materiais-2715-616-montelavar/ms-90038594-p-5/http://urmal.pt/pt/ms/ms/materiais-2715-616-montelavar/ms-90038594-p-5/

Façam duplo clic nas imagens da Urmal, e podem ver (talvez também aprender?) a identificar o veio/grão das pedras.

Um mundo que é a natureza, e é absolutamente fascinante.


06
Jul 15
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

Enquanto esperamos pela RTP e a Voz do Cidadão Telespectador pergunta-se:

 

Porque foi durante 2-3 anos uma óptima orientadora, mas de repente, à medida que se aproximava o fim do nosso trabalho, aparentemente mudou a agulha e passou a fazer tudo ao contrário do que antes tinha feito?

E pergunta-se também, porque é que hoje se deixaram cair no esquecimento uma enorme série de importantes informações, mas sobretudo, alguns dos autores que as obtiveram, porque as investigaram e organizaram de modo sistemático no século XIX e princípio do século XX?

Referimo-nos à Chronica Gothorum  de que Maria João Baptista Neto não nos falou - quando decidiu desencadear o nosso trabalho com uma pergunta ou o briefing altamente provocador**. Mas que, passados pouquíssimos dias, nos levou a encontrar Alexandre Herculano e a dita Crónica em que se foi baseando para escrever a (sua) História de Portugal...?

E ainda se pergunta, porque é que os Doutores Professores, que se «supõem» de altíssimo gabarito, não lêem com atenção o que escreveu Vergílio Correia na História de Portugal, coordenada por Damião Peres e Eleutério Cerdeira, dita de Barcelos, de 1928?

Porque se lessem, teriam muito menos lacunas, ou gaps e «alçapões mentais»? Talvez aceitassem aquilo que o autor defende (e é hiper-lógico), como são as diferenças visuais, bastantes nítidas - pois foram criadas como sinais para dar a conhecer/saber - entre as produções (Edículas) Árabes e as Moçárabes?

VergílioCorreia.png

 

Daí as várias perguntas: Quem calou, ou tramou Maria João Baptista Neto a partir de 2004-2005? Terá sido Vítor Serrão? No IADE sabemos da altíssima superioridade científica de quem nos tramou; de quem não quis «atender» aos avisos de Fernando António Baptista Pereira, que nos queria ajudar a concretizar os estudos do doutoramento? Por se estar perante «materiais visuais» que, como explicou William Morris, as imagens (decorativas) falavam: elas serviram para contar a História, em tempos em que as palavras eram lidas por muito poucos? Em síntese, como foram Quadros/Formas que contavam a História ao povo iletrado...

Ou, todos estes Profs, que se imaginam muito doutos e em altíssimos pedestais, também nunca leram Gombrich, e a frase que se atribui ao Papa Gregório Magno, dirigida ao Bispo Serenus de Marselha? Nunca leram isto (em inglês): "Painting can do for the illiterate what writing does for those who can read"?

Então que levem uns livrinhos para férias, que se preocupem mais em conhecer o passado, para entenderem como se chegou a este hoje: como foi moldado ao longo dos tempos! Que leiam também Aloïs Riegl, e confirmem que a expressão Artes Industriais não é de agora, tem antecedentes mais longe...

Vamos perguntando, pois respostas - nestes blogs - há muito que as deixamos

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*Quando disse que deveria ser feita uma conferência de imprensa sobre o que tinha sido descoberto?

**Só pode perceber Monserrate se perceber "As Origens do Gótico". Como se só Thomas Pitt e os ingleses que viveram no século XVIII tivessem estudado estas questões? Como se só esses fossem donos da História...? É que se foram pioneiros, na verdade o que fizeram foi fazer inúmeras perguntas, e depois abrir caminho a muitos outros que negaram ou consolidaram as suas propostas e perguntas.

Mas, contrariamente, a «historiografia» de hoje auto-limita-se. Prefere fechar vias e caminhos, quando tem tudo para de um modo interdisciplinar passar a trabalhar com a Psicologia e as Neurociências, ajudando a Humanidade a evoluir/progredir -----» Em suma a conhecer-se a si mesma

Assim, por agora fica uma outra pergunta, provocadora, que é nossa:

Ainda se podem associar povos e factos históricos com as Artes Industriais como fez Vergílio Correia, e está na imagem acima? Ou há que manter tudo «partidinho em bocados minúsculinhos», para não se perceber a História?

Para não se perceber que se há povos que devem muito (devem milhões) à Alemanha, aos EUA, ao Japão, a França ou a Inglaterra - Submarinos, TGVs, Tecnologias, Consolas, Computers, Artes Industriais - esses valores correspondem ao pagamento de bens e serviços cuja necessidade lhes foi imposta e cujos pagamentos lhes foram facilitados... (para se habituarem à maneira de Pavlov, depois outros enriquecerem à sua custa), e que um dia, está clarinho, terão que pagar todos esses brinquedos: super-divertidos, a que se habituaram e dos quais, «pavlovianamente», agora já não prescindem!


01
Jul 15
publicado por primaluce, às 18:00link do post | comentar

...e o que passa, através dos canais de informação para a esfera pública:

 

http://www.rtp.pt/play/p1867/e197709/visita-guiada - aqui uma Sinopse do que seriam as intenções programáticas, caso fossem cumpridas*

 

Visita Guiada (IV)

O Palácio e o Parque de Monserrate | 08 Jun, 2015 | Episódio 5

O Palácio e o Parque de Monserrate, em Sintra, são célebres a uma escala internacional desde os inícios do séc. XIX. O Parque é um dos melhores exemplos da arquitetura paisagista europeia da época; o Palácio, uma criação magnífica, híbrida na exuberante mistura de estilos: do mourisco ao gótico medieval. Mas não foram as qualidades objetivas da quinta de Monserrate que lhe conferiram a celebridade, mas Lord Byron, que a visitou porque ali vivera William Beckford, outro dos heróis literários ingleses. Em 1809, Byron cantou num dos seus mais famosos poemas a beleza de Monserrate e transformou-a em ícone do romantismo europeu. Este é um programa que dá a conhecer o Património Cultural português. Património Cultural entendido num sentido alargado e privilegiando as várias regiões de Portugal continental e ilhas. Os mais relevantes edifícios e acervos da História de Portugal. Tratar-se-á, in loco, um objeto por emissão. Os convidados serão historiadores e outros especialistas nas matérias em questão. Sempre que possível, optar-se-á por dar voz e visibilidade à nova geração de investigadores, nomeadamente na área da História. Os destinos surpreendentes, a revelação de novos especialistas, o rigor da informação, a beleza das imagens e o picante da Pequena História por detrás da História são os trunfos que este programa se propõe jogar.

- See more at: http://www.rtp.pt/play/p1867/e197709/visita-guiada#sthash.dpo8WSja.dpuf (idem ver Sinopse)

 

É assim, tal e qual como está acima, foi deste modo que a RTP anunciou a Visita Guiada a Monserrate.

Pela nossa parte há um comentário que queremos acrescentar: desde 2005 temos tentado tudo por tudo divulgar o nosso trabalho, por se saber das importantes novidades que contém. Se a RTP - talvez, supomos, a maior instituição de notícias e de difusão de informação em Portugal (?) - se esta instituição não está interessada em esclarecer, por meio de uma investigação jornalística, o que se pode estar a passar nas universidades portuguesas a ponto de se esconderem trabalhos, então, se essa «enorme agência noticiosa» descura o que se passa no país, no que deveriam ser os seus centros mais prometedores e fazedores do futuro; então, de pouco vale ao país ter ensino, professores, pais, mães, ou amnhãs...Nada Canta!

Porque são tudo factos e eventos que agora não interessam nada,

a NINGUÉM!

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*Mas de intenções como estas (muito pirosinhas ou bcbg - pour épater le bourgeois) «está o inferno cheio»


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