Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
31
Mar 15
publicado por primaluce, às 13:00link do post | comentar

Como se pode confirmar as Faculdades de Letras - de Lisboa e do Porto - estão a deixar sair gota-a-gota aquilo que descobrimos ao estudar Monserrate:

 

De Lisboa (FLUL), num estudo de 2014 é feita uma referência logo na Introdução (ver página 13) com o objectivo de mostrar que a autora - Vera Ribeiro - está a dar continuidade a algo que alguém (nós) pela primeira vez já evidenciou

Num outro caso:

Do Porto (FLUP), nos estudos da Leonor Botelho (pode-se encontrar uma referência ao nosso trabalho na p. 115), mas neste caso com muita habilidade, usa-se uma frase razoavelmente  «obscura». É que assim, cheio de ambiguidade consegue-se mencionar o nosso trabalho - que se tornou em Portugal, para quem estuda e já o conhece, uma obra que não pode deixar de ser mencionada (INCONTORNÁVEL sob pena de cientificamente poder ser acusado de falta de informação) relativamente ao Conhecimento do Estilo Gótico. Mas depois..., enfim, culpa-se a metodologia**, dizendo que o contributo científico está num 'case study', ou também escondido, 'et pour cause'----------» É tratado como se não existisse ! 

E assim se vê como de facto a Verdadeira Ciência em Portugal tem que ser feita sem apoio e às escondidas, ao contrário daquilo que a FCT propõe e preconiza.

Deste modo e concomitante, em Lisboa, noutra zona da Cidade, mais precisamente em Santos - onde não se fazem milagres, bem pelo contrário... - do IADE não há nada para citar (sim não há sequer um um linkzinho alusivo aos nossos estudos)  porque continuam a tudo fazer para ignorar o nosso trabalho e os seus contributos científicos. Como tal, que o saibamos (?) ninguém escreveu sobre o mesmo, a não ser um Senhor Professor que achou bem ir descarregar o que chamamos «lixo» no exemplar do nosso livro que está na biblioteca. 

E no IADE - ao contrário dos Google Books - tudo se continua a fazer para desconhecer o nosso trabalho, o que aliás lhe fica bem e é consonante com o valor do mesmo: da grande utilidade inclusive na área das Neurociências para ajudar a compreender o Pensamento Visual e a maneira como este interfere no Pensamento (entendido como global).

Ou seja, naquele em que alternadamente há um apoio mais nas imagens para conseguir pensar, ou, em alternativa, mais nas palavras. O que dentro das mentes (menos imaginativas) pode corresponder a modos de pensar - ora mais abstractos (por serem apoiados nos fonemas da língua), ora mais reais por se apoiarem em imagens, que, poderiam estar estampadas na frente (e à vista) de quem pensa, ou apenas interiorizadas, na «massa cinzenta» da sua mente.

Acontece que, de situações como a nossa a história está repleta. E as dificuldades que nos foram colocadas, em geral, como sempre terá acontecido, viraram-se mais tarde contra quem as colocou:

Estamos nesse tempo, em que se tornam evidentes os estragos que as pobres mentes, herméticas (como as melhores caixas de polietileno elas são super-estanques) causam a si mesmas: ao serem incapazes de valorizar e gerir «a força do trabalho». Neste caso a força inteligente que é o pensamento em acção, que têm sob a sua alçada e põem de lado, ou expulsam da Unidade de investigação, etc, etc... Esquecendo o capital Conhecimento, e como este - de enorme valor - é criador de riqueza, mas também de competitividade, até a nível internacional.

Esquecendo ainda, ou não o sabendo - o que é pior e revelador de uma enorme insensibilidade - como algumas das melhores universidades do mundo gostariam de ter um tema que é absolutamente inovador; e não apenas numa única área científica, restrita, mas em toda a sua amplitude. Tema que se pode investigar, explorar e difundir - por ser transversal a uma série de disciplinas: incluindo as Neurociências de que acima se escreveu. 

Ou ainda diversos Conhecimentos de génese antiquíssima que as Ciências de hoje trataram de disseminar por campos científicos ----» quase opostos; apesar de autores como George Kubler (em 1962) ou Laurent Gervereau (hoje), tanto se terem esforçado/ou esforçarem ainda agora pela sua clarificação e sistematização científica. Embora, como aconteceu frequentemente ao longo dos séculos, num dado momento (em que ainda não se atingiram outras informações), o Saber possa ter estado organizado e, aparentemente bem distribuído por diferentes Áreas Científicas***.  

NEWSLETTER_AAM_Nº2_1996

Newsletter da Associação Amigos de Monserrate, nº 2 de 1996.

A Monserrate, por simples amor/amizade a um monumento que estava cada vez mais degradado, sem o merecer, nós demos anos de estudo e de dedicação que a partir de 2002 foram compensados com sucessivas e inesperadas descobertas feitas na Faculdade de Letras da UL. Hoje - porque se pode ler em alguns artigos**** - sabemos que esse tipo de descobertas faz todo o sentido ser feito a partir de obras victorian: Visto que essas edificações foram «recheadas» e integravam os mais variados elementos que, a Arqueologia e os diferentes investigadores estavam a recolher «no terreno». Isto é, nalguns dos melhores e mais bem conservados edifícios e monumentos antigos: como fez Owen Jones relativamente ao Alhambra de Granada, e outras obras produzindo, com Jules Goury, a que é uma das melhores fontes iconológicas (estando esta inclusivamente ordenada por diferentes iconografias).    

Por fim ter que concluir - não apenas neste post mas como em tantos outros que já escrevemos - que Orientadores, Professores e os mais altos responsáveis de várias instituições de Ensino Superior, seja qual for o seu estatuto, não estão disponíveis para reconhecer evidências; ou, não estão disponíveis para criar riqueza, abrindo caminho à inovação, e a conhecimentos preciosos que só raramente surgem, porque isso afecta as bases em que se reconhecem assentes, é uma tristíssima conclusão. Elucidativa da pobreza da nossa sociedade: 

É a prova de uma sociedade fraca, cujos valores devem ser implementados como as instâncias internacionais bem diagnosticam para que assim se ampliem e espalhem

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Razão porque frequentemente não apoiam, como lhes compete, os trabalhos dos seus orientandos.

**No doutoramento que o IADE tudo fez para boicotar, neste caso o método seria ir direito ao assunto, e portanto diferente do que aconteceu no Mestrado. Só que, grande azar (!), de novo encontrámos muito mais do que aquilo que era o centro dos nossos objectivos; mas também encontrámos muito mais do que os SENHORES PROFESSORES DOUTORES «suportam» que os seus orientandos encontrem...

Aliás, aquilo que é útil para a Ciência de um país, e desejável em qualquer investigação, pode ser, exactamente, aquilo que eles mais abominam! E assim, falhámos de novo o «seu Querido, Piroso e Amado Método» atrás do qual se refugiam todos os Académicos Medíocres. Falhámos exactamente por a priori nós não termos o Método (mas eles também não têm essa varinha mágica!) que nos tornasse capazes de lidar com o desconhecido e o inesperado: o designado paradoxo científico, que é a surpresa de nos depararmos com processos e conhecimentos que não se sabia que existiram! E assim, aquilo que para os verdadeiros investigadores é um achado e um bem precioso, para os Académicos Medíocres é o receio de serem destronados dos seus (fracos) poderes: poderes que não se compadecem  - com falhas de informação graves, e de capacidade para conseguir articular diferentes saberes. Aliás, os melhores Académicos, os mais completos e os não medíocres, sabem que o seu trunfo é o domínio da complexidade: o estar apto para ir esboçando (mesmo que não definindo completamente, ou para sempre, como nas tentativas de Kubler e Gervereau que já a seguir se referem) novos caminhos de sistematização.  

***Sobre os esforços do reputadíssimo George Kubler ver The Shape of Time - por exemplo na tradução portuguesa A Forma do Tempo, Observações sobre a História dos Objectos, da Vega, Lisboa 1998. Sobre as organizações, clarificações e vias de sistematização relativas às funções das imagens - não apenas na ARTE - ver na obra mais recente de Laurent Gervereau, por exemplo - Dictionnaire mondial des images. Ou um seu trabalho muito divulgado que é hoje considerado uma introdução básica (para designers) sobre as funções das imagens: Ver, Compreender, Analisar as Imagens, Guia para uma análise iconográfica,... Edições 70, Lisboa, Fevereiro 2007. Ver: http://primaluce.blogs.sapo.pt/por-uma-nova-etica-201300; http://primaluce.blogs.sapo.pt/167529.html; http://primaluce.blogs.sapo.pt/129511.html; http://www.gervereau.com/reactions.php.

****Como se pode ler num artigo de Carol A. Hrvol Flores - Engaging the Mind's Eye: The Use of Inscriptions in the Architecture of Owen Jones and A. W. N. Pugin, publicado em 2001 pelo The Journal of the Society of Architectural Historians, Vol. 60, No. 2, pp. 158-179, by Society of Architectural Historians.

E porque não há Arte sem Ciência - que tem que ser vista no seu próprio tempo - claro que o nosso doutoramento seria em Ciências da Arte

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/

Depois:

Pelo que se tem escrito, não admira que haja obras legiveis: de alto a baixo

 


30
Mar 15
publicado por primaluce, às 20:00link do post | comentar

... que a Europa mostrou ao Mundo o ponto a que chegou: 

 

Como se (auto-)destruiu e o que são projectos de vidas ----» tornadas vazias.

Como a vontade de destruição - que passa também por essa autodestruição - vai na cabeça de muitos jovens.  

Depois, todos sabemos que ao longo de séculos, com diferentes perspectivas e objectivos a Arte sempre foi expressão religiosa, política, cultural e até mesmo, pode-se dizê-lo assim, frequentemente também, em tempos mais recentes, um meio terapêutico.

Mas os dias do Design e da Arte, enquanto processo imaginativo de embelezamento do mundo, e dos ambientes quotidianos (como propôs William Morris), ou até como motivo de deleite e ascensão espiritual, esses dias estão no fim.

A sociedade pretende virar-se não mais para obras novas, mas apenas para as consagradas, e como tal, em substituição da Arte, está predominantemente virada para diferentes Museologias: onde, como sabemos, muitas vezes deixa de ser o valor artístico e cultural o mais prezado, mas sobretudo o valor financeiro: nas Bolsas e nos Mercados de Arte.

A destruição estava em marcha**, mas finalmente, para todos os que o têm ambicionado (desejado, e tudo feito para que a mesma aconteça), começa agora a tornar-se muito visível, incontornável...

É espantoso, significativo mesmo, que tenha sido um jovem alemão - envolvendo pessoas e passageiros da zona central europeia - quem protagonizou (foi a mão no botão que comandou) a descida a 700 Km/h contra as Montanhas Alpinas.

Que ao reflectir em todos estes sinais que os tempos contemporâneos produzem, deseja-se que se encontrem caminhos para Vidas Dignas, para o Trabalho e para a Paz, de que toda a sociedade precisa.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Antes que se esqueça o que aconteceu: foi em 24.03.2015 que um co-piloto alemão decidiu matar-se e com ele mais de uma centena de pessoas, contra os Alpes, em França. Numa região que conhecia e já tinha sobrevoado, a qual doentiamente decidiu não esquecer, e tornar memorável!

**http://primaluce.blogs.sapo.pt/95536.html;

http://primaluce.blogs.sapo.pt/2011/11/28/; http://primaluce.blogs.sapo.pt/70760.html;

http://primaluce.blogs.sapo.pt/transforma-talento-portugal-240759

 


23
Mar 15
publicado por primaluce, às 10:00link do post | comentar

O Sapo introduziu uma série de alterações aos seus blogs, e com isso danificou, ou cortou o nosso perfil público escrito há cerca de 5 anos. No que se segue mantêm-se os dois parágrafos iniciais, o restante é novo.

 

"Arte, Arquitectura, Design, Ensino, Património, Sintra, Palácio de Monserrate, Baixa-Pombalina, Lisboa, Centro-Histórico do Porto, Viana do Castelo, Vale do Douro e respectiva arquitectura. Influência inglesa e Arquitectura Georgian, Londres e Arquitectura Victoriana.

Glória Azevedo Coutinho é arquitecta e professora no IADE desde 1976. Em 2005, na FL-UL, terminou um mestrado sobre o Palácio de Monserrate."

Esse trabalho que foi defendido sob um prisma historiográfico (muito relevante) e sob o título: A Propósito do Palácio de Monserrate em Sintra - obra inglesa do século XIX – Perspectivas sobre a Historiografia da Arquitectura Gótica, foi publicado pela Livros Horizonte com uma designação bastante mais genérica que escolhemos, pela respectiva abrangência: Monserrate uma nova história.

As duas designações por razões óbvias são-nos muito caras, podendo dizer-se que são também complementares: havendo materiais totalmente novos que aqui em Primaluce se têm apresentado, quer na continuidade do trabalho feito antes de 2005; quer avançando como estava previsto fazer no Doutoramento (cujo registo é de 2006) com o seguinte tema: Sinais do Espírito Santo na Arquitectura posterior ao Cisma de 1054 e as suas sobrevivências.

Agora acrescenta-se que um outro objectivo deste post, além de relembrar as intenções de Outubro de 2010, é insistir nos "themas" que constam no primeiro parágrafo:

Porque a  Arquitectura Georgian está em Portugal com uma força que poucos identificam ou menos ainda (re)conhecem... Mas, sobretudo, pela sua enorme beleza que tivemos a sorte de compreender, e cada vez mais admirar.

Esteticamente sofreu influências de David Hume e de vários outros Filósofos seus contemporâneos, em geral ingleses, que, felizmente discutiram o Gosto - usando a palavra "taste". Palavra que talvez traduzíssemos muito mais por sabor? Mas aqui esse vocábulo importa pouco - e, aliás, note-se, não é nada desadequado - na medida em que o Gosto Visual e o Paladar são completamente equivalentes. Mas esse seria um outro thema, para um outro dia (e talvez mais para a Psicologia e as Neurociências?).

O certo é que no século XVIII já alguns concluíram que algumas formas eram bastante mais «simpáticas» do que outras, e assim produziram inúmeras obras que, além da tal beleza, geralmente reconhecida por todos*, são muito tocantes: mais, para nós elas têm a qualidade (ou, aqui o aforismo?) de, de vez em quando nos «piscarem o olho», quando sobressaem e ficam valorizadas na paisagem urbana.

Há dias, saindo do IADE e percorrendo a 24 de Julho, tivemos a sorte de nos podermos deliciar** com as imagens seguintes. Num outro caso, ontem, ao escrever este post e procurando em sites da internet informações sobre a arquitectura georgian, nalgum desses encontrámos aquilo que muitas obras inglesas setecentistas exibem - de uma maneira que é por demais evidente, por exemplo, na imensa mansão que foi de Mallborough, o 1º Duque, chamado John Churchill, antepassado do mais conhecido Winston Churchill.

Referimo-nos a Blenheim Palace em cujos vãos, no design dos rectângulos que os constituem, está, mais do que notória, a aplicação de regras geométricas que conseguiram conferir a esses mesmos vãos uma enorme beleza. A obra foi projectada por John Vanbrugh, arquitecto de nomeada, que também chegou a colaborar com Christopher Wren***.

Os vãos seguintes são só para especialistas, pois embora não tendo rectângulos directamente visíveis, não deixam de ter - talvez cerca de 100 anos depois, como acontece em Monserrate (na casa que ainda hoje se pode ver), ou nas histórias das irmãs Brontë - um cheirinho Georgian, que é mais do que residual.

Ou, - a desafiarmos o olfacto e o paladar - muito mais do que aqueles restos que no fundo do tacho, ainda conferem um cheiro e um sabor que alguns conseguem detectar...

Mas, isto é tudo, e cada vez mais só para alguns, como as fotografias que se seguem: 

DSCN5692.JPG

DSCN5694.JPG

(clic para legenda)

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Frequentemente pudemos verificar (Casa Décor) que os alunos de Design Ambiental, para projectos de carácter doméstico, seguiam exemplos que não eram senão casos neo-georgian 

**Sim, verdadeira delícia para os olhos, como um óptimo café, ou um bolo de chocolate...  

***Ver em Monserrate uma nova história, p. 29.

Por fim, ao terminar um post como este de hoje percebemos que nos tenham feito tudo (e tudo o mais que pudesse também teria ainda feito...) para nos complicar a vida. Está-se a ver aquilo que ganhou com isso, sobretudo a Charlotezinha: aquela menina, tão desprotegida que, de mão dada à sua preceptora (nos lembra as histórias das irmãs Brontë, e em vez de preceptora poderia ser tia ou madrinha...); enfim, desprotegida lá foi fazendo todos os «exames» para chegar ao top dos tops de uma carreira tão sui generis. Isto é, muito original pois feita sem nunca sequer ter frequentado uma escola superior! Et pour cause... quando tem que solucionar os problemas (que criou), hiper-imaginativamente lá sai dos parâmetros do Ensino Superior, deixando-nos todos estupefactos,

"et ... bouche bée"...

Vem então a calhar uma história parecida, e sendo uma mulher, ficou-se pela vice-reitoria


20
Mar 15
publicado por primaluce, às 20:30link do post | comentar

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/ars-sine-scientia-nihil-est-79389

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/

Design e Ensino sem directrizes claras são contraproducentes  


19
Mar 15
publicado por primaluce, às 19:00link do post | comentar

...na dose certa.

 

Do post de ontem, e sobre receitas e remédios para uns e outros, dos que aí são referidos, nós sabemos que o melhor tempero «gere» (e usa, muito bem ou em doses q.b.) dois ingredientes principais: Realismo e Optimismo - com «p» claro!

Por ser o optimismo que tem a ver com os Optimatesoptimus: os que provêm do latim e não de uma escrita fonética (retornada) da Selva amazónica. É que, quem faz alguma coisa (neste país) é quem sonha.

Quem não se sente «capacho» e juntando optimismo com realismo consegue elevar-se


18
Mar 15
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

... e o que isso implica

 

Não pode ser mais diferente aquilo que é a experiência de um Historiador da Arte, da experiência de formação, e de vida, de um Arquitecto. Por exemplo alguém com décadas de ensino numa escola de Design, e ou ainda, a sua própria experiência profissional (acumulada) enquanto projectista.

Parece-nos que não é comparável, mas há quem queira comparar para estabelecer níveis, de altos e baixos, como quem faz um podium - todo ele às escadinhas - para umas quaisquer Olimpíadas.

É tristezinho, mas é este o retrato da sociedade portuguesa. Por isso deixá-los, que sejam felicíssimos*: já que nós, com a(s) nossa(s) experiência(s) nos temos podido deliciar (e thanks god, sem partis pris ou com quaisquer outras dores causadas pelo bem ou pelos bens alheios!**). Verdadeiramente deliciamo-nos com o que de mais belo a natureza, talvez Deus (?), ou os homens e as mulheres mais inspirados por ele e pelo seu Espírito, têm conseguido produzir.

Em suma, muitas das preciosidades que nos têm sido dadas a gozar, visualmente, ao longo da vida, essas obras podem ser explicadas pela História da Arte, pela Filosofia, pelas ideias de cada época (IDEOLOGIAS, ou pela Teologia); idem pela Ciência do Desenho (e das formas que é a Geometria), e com estes conhecimentos podem assim ser melhor compreendidas.

Mas, a enorme diferença que tudo isso implica, é que ao Arquitecto e ao Designer essas obras chegaram primeiro como imagens: como luz, como cor, como sombra, desenho, cenário, contexto, ambiente envolvente, textura, reflexo... , etc., etc., etc. Tudo, mais do que muito real: sobretudo material e palpável!

Já aos Historiadores de Arte - talvez porque à partida esses sejam muito mais especulativos e capazes de tratarem o abstracto (?), tornando-o concreto pela sua própria imaginação (vejam que bom!); já a esses as Obras de Arte tocam-nos de uma maneira que é muito menos real, e de certeza muito mais intelectual.

Parece-nos? Não pode ser, ou dever ter sido, de outra maneira?

Assim, por tudo isto chegamos ao título do post de hoje, e às primeiras linhas daquilo que se escreveu: são enormes as diferenças entre projectistas e historiadores de arte (ou críticos). Portanto, comparações entre os níveis profissionais atingidos por uns e outros são absolutamente ridículas, e uns outros deveriam estar felizes, cada um por ter sabido escolher a (sua) melhor parte!

Ou, será que depois de muito deste blablabla, e mais ainda imensos outros blablablas há por aqui ainda alguém (ou serão muitos?) que ache que não fez, lá atrás, a que deveria ter sido a sua melhor escolha, a mais cuidada? E porque não a fez, passou a invejar a escolha dos outros? 

E os que são «invejados» terão culpa de que outros não tivessem sabido aprender? Sabido conhecer, ou aprendido a caminhar na vida, e a relacionarem-se com a beleza, com a cultura com o conhecimento? Terão estes culpa de que os outros não tenham sabido ser curiosos? sabido ser atentos ou «abertos» à vida: em todas as suas dimensões e vertentes? Os «invejados» poderão ter culpa de que os outros não tenham sabido ser simples, verdadeiros ou genuínos?

Por nós - ou mais, por mim... - não é com altivez, nem com arrogância: ou opulência, ou outras qualidades dos que são «muito grandes», que se atinge o conhecimento e o domínio do que é mais rico e muito simples! ... Mas isto somos nós que sempre fomos atraídos pela enorme simplicidade de quase tudo o que é bom, o que caracteriza aquilo que é básico, inicial, ou esboço e potência de alguma coisa...  

E nesta simplicidade é que agora propomos aos que querem conhecer os Estilos Artísticos que avancem com passos minúsculos:  a estudar detalhes por quem os tem compilado e analisado.

Não pelos grandes tratados - abstractos e sem imagens - que nos fazem perder em textos muito eloquentes, mas que não facilitam o acesso ao reconhecimento das mais simples das formas.

Porque a Arte - e insistimos nesta ideia (que é só a nossa opinião, e não vale mais do que isso...) - ela é muito mais material do que intelectual.

georgian details.jpg

 (clic para legenda)

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Claro que estamos a escrever de pessoas muito felizes, cujo objectivo e o verdadeiro fim dessas pessoas - para quem as comparações e os níveis, ou rankings são essenciais; no tal fim elas não querem ter parceiros, pessoas iguais e companheiros - com quem estejam em pé de igualdade... Mas querem auto-posicionarem-se no cimo dos cimos: olharem para baixo, e de lá do alto poderem dizer que todos os outros estão poucos milímetros acima do chão: i. e., 4-5 mm como são os capachos de limpar os pés.

**Porque aquilo que é o bem dos outros, não nos faz infelizes. E no singular, mais íntimo, achamos óptimo que cada um tenha verdadeiros e imensos êxitos, a que não liga; ou que, bem pelo contrário, lhe são essenciais para encher o ego? Interrogativamente, já que não sabemos, pois todos somos diferentes... 

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16
Mar 15
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

... normalmente isso aconteceu pela constatação da necessidade de ir buscar fora das referidas instituições, técnicos conhecedores e experientes mais as respectivas competências 

 

Quando anos depois, as mesmíssimas instituições se deparam com problemas de crescimento, de organização interna (dificílima de concretizar), de disponibilidade de pessoal apto para transmitir os conhecimentos de que os alunos precisam para aceder ao mercado*. De novo vai-se verificar que em vez dos Professores Convidados terem sido bem aproveitados, ou de terem ensinado os residentes e os excessivamente académicos; ou ainda de os professores residentes não terem sabido integrar - com os seus excessos dos formalismos (académicos), os técnicos exteriores que tinham ido buscar.

Nestas alturas temos que concordar - pelo que se observa - que estamos perante dois mundos, quase, radicalmente opostos. Dizemo-lo a enfatizar o quase por termos a certeza que nesses dois mundos, quem conseguir estar entre um e outro sai altamente beneficiado.

E nós, sobretudo para o melhor que é o nosso enriquecimento pessoal (mas também a consciência de fazer e ter tentado fazer o máximo possível, face às circunstâncias que nos criaram); por esses prismas temos a noção da enorme vantagem de, em simultâneo, estar a circular entre esses dois mundos. Com a noção que os academismos - muitos deles altamente ridículos e sem sentido matam a Ciência e com ela muitos dos saberes que sempre existiram nas sociedades, e que «nunca precisaram de ir à Universidade». 

Depois, tem-se ainda a noção de que todos os que foram convidados, e que sempre olharam para os colegas universitários (de carreira) como uns pobres que nunca se «estriaram nas verdadeiras realidades» da vida, provavelmente isso aconteceu, porque os pobres carreiristas com que se depararam não eram pobres... mas sim paupérrimos! Ou rotineiros, protegidos, incapazes de inovarem...

Temos que os lamentar a todos: que pena que sejam tão insensíveis; que não tenha havido nas vidas de uns e de outros, um mínimo postigo, ou janela, que lhes desse a hipóteses de poderem comunicar uns com os outros!

De não se terem ensinado uns aos outros...

Em breve vamos tratar do Georgian - um estilo ou corrente estilística que nasceu em Inglaterra e que em nossa opinião chegou a Lisboa, ao Porto e até a algumas cidades da província. 

Um assunto que descobrimos fora da Universidade, alimentámos imenso lá dentro, mas que, meio-dentro-meio-fora, e face às invejas dos Académicos - é para trabalhar, gozar e desenvolver por fora.

Um assunto que nos lembra  vários outros, de que fomos afastados sem que se saiba a razão? - ou até mesmo a obra de Raul Lino - da qual temos informações, interessantíssimas, que a enriquecem imenso e os académicos ignoram: deixá-los, assim têm em abundância, sempre, as somitiquices que merecem

DSCN3333-a.jpg

UMA OBRA DE RAÚL LINO - CASA VERDADES DE FARIA - MONTE ESTORIL

*E não para ficarem eternamente nas instituições em que foram buscar formação; e não para apenas progredirem para novos graus académicos como de licenciaturas a mestrados e destes a doutoramentos, incapazes de aprenderem a sobreviver num outro meio que não seja a universidade. No meio que é o das vidas profissionais normais: não académicas e não feitas à base dos tiques e  formalismos académicos, muitos deles completamente redutores.

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/

Depois, também há generosidades fantásticas de alguns PROFs, nem que seja por engano!

 

 


14
Mar 15
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

Arola-BordaloPinheiro.bmp

Lá diz o ditado: "Pensa o Ladrão que todos o são", et pour cause, aqui está ele, o AROLA de Bordalo Pinheiro: lembrando como 100-150 anos depois se mantêm tão atávicos os portugueses. Uma sociedade incapaz, até da sua própria regeneração/promoção. Feita com os seus próprios ingredientes e os materiais com que já conta (que bastava usar). No entanto, há barreiras que não ultrapassa e em que se auto-limita, exactamente com base nos seus atavismos - que não tem a grandeza de alma de abandonar...

Depois, e com origem nas POLISSEMIAS, os Ideogramas são infindáveis

 

 ∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞


12
Mar 15
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

Ao estudar Monserrate e a respectiva arquitectura, era impossível - incontornável, absolutamente - não adquirir informações sobre Horace Walpole.

 

Vamos buscá-las agora, de novo, porque faz todo o sentido quando se pensa na Cultura Inglesa e a sua projecção para territórios coloniais: concretamente para os USA.

Quando desde 2005, e apesar de todos os nossos apelos, o IADE ignorou as nossa investigações que estão em Monserrate uma nova história, ao fazê-lo ignorou tudo: Quer o que tem a ver com a Historiografia do Gótico, e a importância do que se encontrou; mas também vários temas que são muitíssimo caros às elites culturais (Inglesas e Norte-Americanas, principalmente).

Concretamente sobre as incursões de ingleses, e depois, na sua continuidade também de estudiosos norte-americanos, que continuam - tal e qual como os viajantes do Grand Tour, a quererem conhecer «as melhores fontes» do saber europeu e mundial.

Nós tivemos a sorte - e estão nos nossos estudos de Monserrate - de encontrar importantes informações que hoje se encontram na The Lewis Walpole Library. Naquele que é um reputadíssimo centro de estudos, essencial para o conhecimento do século XVIII:

Não apenas inglês mas europeu e norte-americano

http://www.library.yale.edu/walpole/

Bull_TP.jpg

 Imagem de: http://www.library.yale.edu/walpole/images/research/Bull_TP.jpg

Consultas bibliográficas

Segundo a Google o termo Horace Walpole empregámo-lo 35 vezes 

Depois, se o IADE esconde a Google mostra, sendo - parece - mais eficaz

http://casamarela.blogs.sapo.pt/as-argolinhas-de-um-dos-espacos-mais-4998

 


10
Mar 15
publicado por primaluce, às 18:00link do post | comentar

Esta é uma boa notícia, porque muitas vezes todos usámos estes materiais: 

E é preferivel que a indústria nacional produza em vez de ter que importar

 

∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞

Em Iconoteologia veja porque usamos a palavra Símbolo, e qual era o seu significado - bem diferente do actual - nos primeiros tempos do Cristianismo


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