Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
13
Fev 15
publicado por primaluce, às 09:00link do post | comentar

... sim, é para fazer lembrar a criatividade dos brasileiros em matéria linguística, no que diz respeito à criação de palavras

 

É como o desconcerto que há anos, exactamente em Fevereiro, tivemos que viver! Por um lado a sabermos que o nosso trabalho de Monserrate estava a dias de ir para as Livrarias. Por outro a assistir - na verdade nem lá pusemos os pés... - a este desconcerto, ou a esta «panelinha» de um cozinhado inimaginável!

Só podia ter ingredientes muito indigestos, ou até veneno.

Como se explica que sendo nós um dos docentes mais antigos do IADE, e exactamente na área que bem ou mal tem sido designada como de Design de Interiores, como se explica o facto de nem sequer nos terem convidado, nem abordado, nem sabido do evento abaixo mencionado? Como se explica?

Ou a explicação está num assalto (ao poder), feito a partir de fora*: numa duplicidade de orientações científicas e pedagógicas?

Não podemos nem sabemos responder, continua-se ainda agora a assistir a um bric-à-brac deste tipo, que não faz o menor sentido?

A verdadeiras DESCOINCIDÊNCIAS..., a desacertos expressos: muito expressivos**

~~~~~~~~~~~~

* Pelo que lemos, a Coordenação Científica é/foi de outsiders? Por muito respeito que temos pelos envolvidos, não deixa de ser incompreensível o seu envolvimento...

**Porque um blog é também uma forma de arquivar materiais on line, que assim ficam disponíveis para todos.


11
Fev 15
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

Quando se vêem várias imagens da obra de Manuel Lima (no site da Amazon), e algumas dessas são medievais, muito semelhantes, ou iguais a outras que estão na Arquitectura antiga e tradicional. Então é que nos lembramos de uma «discussão» entre Émile Mâle e André Grabar...

Uma discussão é modo de dizer, porque se trata de algo que é ilustrativo da ideia de M. Lima: a sua noção de que se pode ver/visualizar o Conhecimento. Claro, qualquer mapa é isso.

Porém, acontece que aquilo a que geralmente se chama Arte, também o pode ter sido, um registo ou expressão do Conhecimento (embora actualmente já não seja visto desse modo).  

De qualquer forma - e voltando a Émile Mâle e a André Grabar (para informação dos nossos leitores) - nalguns documentos é referido como o primeiro desses autores disse que na Arquitectura Medieval estava registado todo o saber antigo; e o segundo - André Grabar, disse que não: que essa hipótese era completamente impossível.

Assim, por termos percebido como a Arte registou/materializou o Conhecimento e o Saber, também pudemos compreender Émile Mâle (e percebemos igualmente a enorme confusão ou incompreensão que essa noção causou a André Grabar).

Por nós, isto que pode parecer uma questão enterrada e esquecida, não deixa de ser interessantíssima, relevando informações que andam perdidas.

Depois, mais uma vez se confirma o quanto estamos certos:

Como a Arte Medieval se destinou a - Visualizar o Conhecimento - e, acrescenta-se, o Conhecimento de Deus: que foi confundido com a Natureza, o Mundo e o Universo, que, em geral acreditamos foi criado por Deus...


10
Fev 15
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

Porque a Semiologia bem entendida é essencial em Metodologia e Teorias de Projecto, assim, depois do post anterior entendeu-se chamar a atenção para informações que devem ser mais conhecidas.

O excerto seguinte é extraído de Convergências, nº12, Revista de Investigação e Ensino das Artes*, e tem o seguinte título:

 

A palavra no processo de design: uma reflexão apoiada em pressupostos linguísticos

   

"(...) 3 Paralelo entre Linguística e Design

O estudo dos fatos da língua foi fundamentado por Ferdinand de Saussure, em suas pesquisas trazidas a luz nos primórdios do século XX. As dicotomias pautadas por ele embasam o estudo da língua a partir de então. São elas: semiologia – linguística; signo: significado – significante; arbitrariedade – linearidade; linguagem: língua – fala (norma); sincronia - diacronia; sintagma – paradigma. As dicotomias apontadas por Saussure pautam os processos de design, sendo que algumas delas foram sistematizadas como ferramentas projetuais de análise e construção em design tais como: i) Análise Diacrônica e Sincrônica (Bonsiepe,1984); ii) Análise Semiótica (Niemeyer, 2007); iii) Análise Sintática e Paradigmática (Gomes, 2001); entre outros. Cabe destacar que o presente estudo baseia-se em fundamentos linguísticos para a compreensão do processo como um todo, independentemente de métodos projetuais de design, e isso porque a forma trabalhada por este transita pela mesma elaboração mental em que as dicotomias Saussureanas se processam.

(...)

Correlacionando a terminologia saussureana ao design, com relação a sintagma e paradigma pode-se exemplificar: i) Sintagma seriam os elementos lineares de que se vale o designer na execução de seus projetos. Em uma abordagem relacionada à função prática de um produto de design, é fundamental o estabelecimento de prioridades e estruturação dos princípios a serem disponibilizados. Como exemplo, ao projetar uma peça gráfica, o designer deve saber como organizar a informação em termos de ordem, leitura e composição. Outro exemplo pode ser o projeto de um produto dentro de um portfólio de uma empresa no qual deve ser estabelecido o posicionamento do mesmo em certa linha, categoria ou grupo. ii) Paradigma seriam todas as relações associativas desses elementos presentes na memória do designer e com que o mesmo estabelece conceitos e executa seu trabalho. O eixo emocional de atuação do design (Damazio, 2005; Norman, 2004) recorre a princípios paradigmáticos uma vez que busca despertar sentimentos e sensações introjetadas nas vivências dos usuários. As relações paradigmáticas processam-se, no campo da expressão, com base na semelhança de sons; como, por exemplo, na poesia, com aliterações; veja-se Caetano Veloso, reproduzindo o movimento do povo no carnaval baiano: “a gente se embala, se embola, se rola, só para na porta da igreja.”

Em relação ao design, as características morfológicas e estéticas dos artefatos seja em termos de harmonia e coerência formal ou em termos de contrastes entre as partes integrantes de um produto ou sistema evidenciam a lógica de semelhança e aliteração. Além disso, ao se valer da idéia de módulo como unidade mínima, no desenvolvimento de projetos, o designer também se vale de associação de formas repetidas, como no caso das letras, nas aliterações. (...)"

Se pelo link seguinte forem ao texto que acima se citou, leiam ainda no ponto 2 as referências a um chamado Pensamento Visual.

Pensamento que é essencial em Projectos e que muita vezes fica registado na obra construída: como uma reminiscência/resíduo do caminho que os projectistas fizeram.

A não ser que os "designers" (ou projectistas) estejam despertos e atentos para essa possibilidade, contrariando-a...

*http://convergencias.esart.ipcb.pt/artigo/117

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Acrescente-se ainda que aqui não se desiste de nada (por ordem alfabética): arquitectura, design, ensino, justiça ou política. Porque a Polis (ou o edificar - que levou à palavra "Edilidade") é o foco e objectivo da vida de qualquer pessoa construtiva, bem intencionada...


08
Fev 15
publicado por primaluce, às 10:00link do post | comentar

Muitos falam, falam, falam, e repetem, quase doentiamente, a palavra e o tema da Criatividade - como algo que lhes faltasse. Claro! Não admira

 

Aqui, e desde já encurtando imensas razões, ou todas as justificações, lembre-se que há quem ache que ela (a Creativity) é a solução para todos os futuros. Como se só houvesse amanhã se o mesmo fosse novo, em inglês, e nunca um "déjà vu"...

Idem, porque claro que estamos a escrever sobre gente que por tudo e por nada alude a «novos paradigmas». É isso que eles buscam, esquecendo-se que esses «novos paradigmas»*, em geral serão muito mais pobres do que se fossem «novos sintagmas». Enfim, que são os sintagmas (ou as novas e as primeiras sínteses) que exigem uma criatividade permanente: a que estará em cada mente, como Umberto Eco explicou.

[Chama-se Cultura - e por isso este link para um exemplo de quem sentiu o mesmo, numa situação muito concreta: de algo que podia ser muito mais e se ficou por muito pouco]

Terminado o parêntesis, segue-se adiante:

Pois percebe-se que os materialistas (do ter, que esquecem o ser) eles anseiam desesperadamente por possuir uma criatividade objectiva, muito concreta e palpável, como se a pudessem agarrar e fechar na mão para sempre; esquecem-se que alguns dos mais criativos que podemos conhecer, não são de hoje, já foram: já existiram e deixaram sementes (muitas) por aí dispersas. Vindas de Autores que foram seminais.

De sementes tão espalhadas que podem ainda agora constituir, por exemplo, cerca de 1500 anos depois, aquilo que em geral se reconhece como o Inconsciente Colectivo.

Por nós, e dos (poucos) estudos que temos feito**, pusemos no mesmo degrau (mais alto) duas figuras que foram quase contemporâneas: Santo Agostinho, e um outro autor de quem pouco se conhece, e ficou designado como Pseudo-Dionísio, o Areopagita.

Dos dois qual terá sido o mais criativo? Francamente inclinamo-nos muito mais para aquele que os franceses chamam Augustin. No entanto, lendo os Escritos do dito Areopagita – e já lemos muito nas traduções de Maurice Gandillac -, desses escritos aos quais acedemos em francês, é impossível não se ficar totalmente fascinado com muito do que reúnem (e aquilo que explicam da Iconografia Cristã).

Claro que, e havendo a oportunidade de conhecer mais, então pode-se começar a perceber que provavelmente se tratam de informações que recolheu ou «bebeu» noutros. Talvez até numa tradição anterior (popular?), difundida pelo médio Oriente e com antecedentes na Cultura Hebraica. Ou ainda mais para trás, vinda da Cultura Persa?

Seja como for, na obra do Pseudo-Dionísio, o Areopagita, parece – a nós parece-nos - estar reunido (no que terá sido um novo paradigma...) aquilo que já vinha de trás, já existia e conhecia, e então organizou. Surgindo uma pergunta: será que foi organizado de outra maneira?

Não sabemos...

Diferentemente – se bem que tenhamos lido muito menos da obra de Augustin (autor que é anterior) - alguns dos seus textos parecem explicações feitas quase ao vivo; as de quem pretende comunicar ao leitor aquilo que está a combinar (imaginar) mentalmente, de uma forma até então nunca vista ou apresentada. Como se nos mostrasse as «suas» imagens interiores (produto da sua capacidade de criar imagens***): as que no seu cérebro o foram ajudando – ao mesmo tempo que escrevia – a produzir e a apresentar a ideia que agora, em qualquer momento, qualquer um pode ir ler. Estas parecem ser construções muito criativas, e, verdadeiramente sintagmáticas.

Mais, parece-nos que a criatividade é isto: o que alguns podem chamar “centelha de divino”; mas que acima de tudo vemos como inteligência e vivacidade. Uma capacidade em que alguns (ou todos) têm de se ir adaptando ao(s) caminho(s), mesmo que esse seja só mental. Fisicamente é como andar sobre pedras, onde nem há caminho: ir pondo o pé, o direito e o esquerdo, alternadamente, de modo a que cada movimento, seja um avanço:

Verdadeiro avanço mental, tal como aquele que um chamado "dataflow diagram" (depois de desenhado) também permite fazer.

Quando se percebe que os chamados Estilos - como assim são designados pela Historiografia da Arte, que nasceram sobretudo de processos como estes (o que se pode verificar durante cerca de 2000 anos); então é quando se realiza que esses mesmos Estilos são quase como imagens interiores - e portanto considerados hoje 'aide-mémoire': i. e., uma iconografia feita de imagens mnemotécnicas.

E que a Criatividade de que todos falam, quase doentiamente - essa «de apanhar na palma da mão, e manter muito agarrada e guardada num punho fechado»; então é que se percebe que ela é demasiado material, datada e sem chama:

Que é uma Criatividade (paupérrima), a lembrar átomos que não tivessem «valências» (ou a capacidade de fazerem ligações químicas): i. e., uma capacidade que pode ser fonte de enormes rendimentos, por isso pesquisada, e cada vez mais essencial.

Aliás, recordamo-lo, na Indústria Química ou Farmacêutica a constituição de novas moléculas é, actualmente, o melhor exemplo de uma verdadeira criatividade. Quiçá o mais puro dos Sintagmas****?  

Origins, Meaning and Evolution of Artistic Styles Ver em - http://areas.fba.ul.pt/fh/CIEBA.pdf

novosQUADRIFÓLIOS-1.jpg

(clic na imagem para legenda) 

*Novos paradigmas que, mal surgem são exauridos e esgotados à saciedade, e «à exaustão»! De tal maneira que, logo que nascem, logo outros são necessários! É uma canseira, pobres coitados, pois ninguém se dá ao seu próprio luxo de gozar o bom ou a beleza do que criou.

**Visto que há muito, muito mais...

***Que sejam explicativas de uma realidade difícil de entender, e não propriamente daquilo que muitos tendem a considerar como uma imaginação prodigiosa. Isto porque sabemos que de uma imaginação prodigiosa se pode tender a deslizar para a fantasia; assim, para terminar lembre-se que imaginação e fantasia são coisas bem diferentes.

****O que nos lembra aquele Prof. que devia ter ensinado mais Teoria de Arquitectura, e que, talvez sabendo das muitas lacunas, falou imenso de F. de Saussure, de Linguística e de Semiologia.  

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/


07
Fev 15
publicado por primaluce, às 11:00link do post | comentar

Que uma investigação como a nossa - ao nível do melhor da Europeia, ou até Norte-Americana, é mal-empregada para a 'mediocritas' (o oposto da tão badalada excelência) que habita as universidades portuguesas. 

Naturalmente, é assunto de que há muito escrevemos! 


06
Fev 15
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

Há que fazer LUZ neste país e nas suas instituições que se preocupam em fazer crescer o escuro e o breu. O que aliás, de maneira salazarenta lhes dá a maior das felicidades (que é deles, que a curtam).

 

E assim se ocuparam muitos, por vezes durante décadas, até que foi preciso surgir de fora  alguém que as iluminasse. Enfim, apesar de muito tarde está a acontecer... 

Como no caso abaixo (clic na imagem para legenda) são/foram diferentes as representações do Espírito Santo. As que conseguimos descobrir, porque nos «obrigaram» a ir fazer um mestrado (que teria sido totalmente desnecessário ir fazer - se se aplicassem as directrizes lógicas, dimanadas dos competentes serviços oficiais).

Se não decidissem andar a estragar a vida das pessoas: como é obrigar especialistas em várias matérias a serem exclusivamente professores. Na prática seguindo um único modelo e a única medida que alguns - por acaso nada maldosos! - decidiram vislumbrar (e impor aos colegas, que já estavam, há anos, na instituição aonde se foram meter)...

Em especial por se tratar de uma área em que a praxis e a operacionalidade do saber fazer a síntese, é a essência das obras criativas e mais bem sucedidas. Abreviando, um especialista no Fazer, é normal que tenha mais know how do que os que nunca fizeram! E a junção do Fazer, mais a  Reflexão a que o Ensino obriga, essa reunião permite ter um conjunto de competências que normalmente estão dispersas (ou nem sequer existem).

Também assim se torna muito mais claro, porque é que uma «especialista» com 25 anos de vida profissional, chegou à Faculdade de Letras e conseguiu perceber - num ápice - aquilo que outros, muito focados em pontos mais colaterais, e tão pouco praticantes da transdisciplinaridade, não têm conseguido entender**.  

Na imagem está o princípio (lógico) da geração de um arco - que nasceu sempre com a mesma regra (lógica) de outros que o precederam no tempo; mas agora, na imagem, correspondendo a leituras menos platónicas e mais de acordo com as bases (que foram predominantemente) aristotélicas de S. Tomás de Aquino***.  

Parece que neste «mundinho», que alguns tudo fazem para reduzir e tornar medíocre, afinal, de uma maneira que é de hoje, e muito contemporânea, o Sanctu Spiritu continua ainda a inspirar algumas mentes...

trifoil-fev.2015.jpg

No país da «geração mais bem preparada», tem-se visto como as coisas funcionam. Como a Crise tem ajudado a que as pessoas se sintam mais inseguras, e muitas sejam escravizadas por colegas sequiosos de poder: Poder exercido sobre outros que são demasiado bem intencionados (e pouco informados, de uma legislação que é, propositadamente um manto de retalhos!).

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*ver em: http://primaluce.blogs.sapo.pt/para-os-nossos-mais-dilectos-225809

**Seria outro tema, se escrevêssemos que até têm conseguido esquecer, baralhar e tornar crescentemente ilógica a historiografia da arte. Vejam em posts anteriores. 

***Foi S. Tomás que referiu uma circuminsessão que está em monumentos. No Mosteiro da Batalha é já uma edícula (notória no portal sul do transepto). Mas que apareceu antes em pequenas dimensões - e como era habitual -, no túmulo da Rainha Santa, e depois nos dos seus filhos (Pedro e Inês).   


04
Fev 15
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

... encontram-se referências a Arcas e a Alianças - são bastante frequentes - mas em geral não são questionadas: i. e., não nos lembramos de alguma historiografia da arte que tenha dado relevo a esta ligação?

 

Mas também se encontram várias fitas e tiras, sobretudo nos registos visuais e nas descrições que precederam esses mesmos registos, muitas vezes chamados Legendas - por serem feitos para ler.

No Presépio Iconoteológico que propositadamente desenhámos e editámos para ser colocado em 3D, Jesus e «a sua família» foram associados a uma Árvore, o que não é normal, mas se fez objectivamente. No entanto, que o saibamos, ninguém detectou essa ligação? Não nos referiram esse ponto...

Porém, as pessoas repararam noutras imagens e noutros excertos da composição, como as Faixas a envolver o Menino, e entre elas as Cruzes que entendemos colocar. 

Sim, insistimos na expressão "entendemos colocar". Porque a Arte Iconoteológica que durante séculos foi produzida no Ocidente Europeu (de que se escreveu nos posts anteriores, e à qual o Cardeal Ravasi se referiu em entrevista), essas obras tiveram por detrás/ou subjacente, composições em que havia sempre a vontade de incluir elementos falantes, e significantes. Isto é, elementos mais valiosos - por associações a que foram vinculados - do que aquilo que as «simples imagens» permitem ver.

Aliás, hoje o que acontece é que se perderam informações, e portanto as pessoas «podem até olhar», mas, com o pouco que têm em mente, não conseguem acrescentar nenhuma outra informação às simples imagens que se formam nas suas retinas. Imagens que são exactamente as mesmas que o nervo óptico leva ao cérebro:

E por isto, porque não há mais associações ou outras informações de que se lembrem - a propósito daquilo que vêem (acrescentadas ao que vêem) -, então pouco mais entendem, e muito pouco captam (não haverá «outras sinapses»?) para além daquilo que os olhos lhes mostram...  

Para quem nunca leu nada (o bastante, ou até um pouco mais elaborado) sobre isto que estamos a escrever, aconselha-se a leitura de Henri De Lubac, sobretudo um seu trabalho que explica - para as Escrituras - os vários sentidos com que se podem ler*.

Sentidos que uma Iconoteologia, que temos mencionado, sempre se esforçou por instilar nas imagens

~~~~~~~~~~~~~~~~

*Exégèse Médiévale, Les Quatre Sens de l’Ecriture, Henri De Lubac, Éditions Montaigne, Paris, 1959-1962.

Ver em: http://primaluce.blogs.sapo.pt/17948.html


01
Fev 15
publicado por primaluce, às 20:00link do post | comentar

Realismo para nós significa o fim das fantasias e muitas "boutades tão bacocas"...

 

E se 2015 fosse o fim do tempo de todos deixarem de dizer irrealismos, frases sensacionalistas, arremedos e boutades, como é exemplo aquela d'«a geração mais bem preparada»?

Pergunta-se, que bases lógicas, feitas de dados concretos e rigorosos, estão na base de uma expressão como essa? Quando aquilo que se vê, por quem tem quase 40 anos de ensino (na área em que estamos), é exactamente o oposto?  

Assim, está decidido, neste ano que entra, vamos cada vez mais continuar a escrever, e a divulgar, sobre o que é/foi uma ICONOTEOLOGIA.

Uma temática que abordámos na UNIVERSIDADE, i. e., no local que seria mais próprio para o fazer, mas que, dadas (i. e., recusadas) as condições necessárias por parte dessas instituições - a Universidade de Lisboa e o IADE* - continuamos a considerar que os nossos próprios meios são os mais adequados para devolver à sociedade, aquilo que o erário público nos deu, na forma de uma BD (ou Bolsa de Estudo), concedida por concurso da FCT, de 2006. 

Devolvendo à Sociedade aquilo a que tem direito conhecer, já que a Investigação e a consequente obtenção de INFORMAÇÕES RELEVANTES - até agora desconhecidas**, e como nos sucedeu - é uma obrigação dos GOVERNOS.

Uma obrigação que consta na Lei, inclusive em ACORDOS INTERNACIONAIS.

Porque esconder esses mesmos dados, é condenar as populações - a começar pelos estudiosos dos vários países, as suas comunidades científicas, etc. - a viverem, continuadamente, na fantasia e no irrealismo. Nalguns casos até, tal é a sede relativa a certo tipo de informações (de um inconsciente colectivo, que a muitos pode desinquietar e interrogar, e ainda bem que assim acontece..., há um lado positivo), a devorarem os chamados "best sellers". Um tipo de literatura (ou bibliografia) que vende, em geral na proporção inversa dos dados verdadeiros que contém:

Ou seja, de informações que não chegam sequer a atingir o nível (ou o patamar) das exegeses bíblicas. Onde também - há que o reconhecer - se encontram inúmeras associações e interpretações polissémicas do que são as Escrituras Sagradas e outros textos essenciais da Tradição Cristã (alguns já não sendo Neo-Testamentários, mas obras da chamada Patrística). 

Em conclusão, observa-se, para todos os que são curiosos, que o impulso de recorrer à leitura - sobretudo aos ditos "best sellers" - pode acabar por ser lesivo: i. e., para os que genuinamente não procuravam informações romanceadas, mas mais dados históricos e informações válidas***.

Por nós, sabemos que a relação directa entre os textos antigos da Tradição Cristã, e aquilo a que hoje chamamos Artes Visuais (da Cultura Europeia), como muito bem evidenciou o nosso orientador Professor Fernando António Baptista Pereira é absolutamente válida; é aliás a melhor forma de se conhecer/compreender a Arte Antiga Europeia:

Dados que não se podem desprezar sob pena da Europa e os seus Governos estarem a deitar dinheiro fora: ao sabor das birras e invejas que se albergam nas instituições de Ensino Superior...

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/

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* Estamos a pensar, por exemplo, na publicação dos nossos estudos e resultados das investigações, que, à excepção da FLUL, mais ninguém concretizou (o que seria mais do que normal - uma obrigação).

**Neste caso dados que fazem parte de um inconsciente colectivo

***Por isso os resultados dos nossos estudos em geral são claros, pode-se até dizer em linguagem metafórica que iluminam os caminhos futuros, e se darão bastante bem com a intenção do Ano Internacional da LUZ, em 2015.

CHEGA DE OBSCURANTISMO!


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