Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
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Fev 15
publicado por primaluce, às 11:00link do post | comentar

..., ele há coisas tão queridinhas!

 

Imagine-se, num sábado de manhã, de Carnaval, e a encontrar uma citação como esta: 

"(...) Também a arquitecta Glória Azevedo Coutinho, no seu livro 'Monserrate –  uma nova História', identifica pela primeira vez a influência da Itália Romântica na arquitectura do palácio, de um certo vanguardismo no contexto da época.

(...)"

Claro que é impossível não pensar em quem ditou esta frase. Divertido, pois enfim, ele há mesmo «coisas», digamos, há factos «espontâneos» que são uma verdadeira ternura!

Sobretudo no contexto do reconhecimento daquilo que de facto é o mais importante que descobrimos.

Tal e qual, como o povo, rapidamente pensamos: "Albarda-se o burro à vontade do dono!"

Porque a dita arquitecta Glória Azevedo Coutinho, com muita informação que a Professora Maria João Neto lhe deu, agarrou nalgumas das suas capacidades - as que alguém com 25 anos de profissão tinha naturalmente adquirido: Como é saber fazer sínteses, ser interdisciplinar, neste caso ter muito treino de composição e sobretudo estar habituada a ver desenhos (esboços dos seus alunos do IADE, e «tendo geometria dentro dos próprios olhos»).

Mas ainda também, há que o mencionar, não tendo barreiras mentais para ir estudar Teologia; saber um pouco de História, ter tido a sorte de ouvir falar latim, saber algum francês, alguma matemática - como o básico do que são teorias de conjuntos. Saber ainda, mesmo de maneira vaga - ou ter adormecidas dentro de si? - algumas das questões que António Quadros e outros da sua geração procuraram, quase angustiadamente, como Alain Besançon o explica...

Em suma, a dita arquitecta agarrou nisso tudo que tinha, que uns e outros lhe deram (graças a Deus!), ou a própria adquiriu (idem) e convicta dos seus conhecimentos formulou mentalmente, e expressou-o logo depois, sem ver razão para medos!?, aquilo que lhe parecia ser correcto. 

Assim, quando se lê uma frase como a que está acima e acabámos de retirar de um trabalho cuja existência desconhecíamos, neste momento é impossível não achar que é «tão ternurenta»!?

De facto, quando hoje estamos muito mais do que hiper-conscientes* da importância de Itália para a Arquitectura inglesa, e especialmente a londrina, no século XIX que se continua a designar Romântico; agora, a estas horas, encontrar esta referência que enfim nos diz que abrimos uma porta, nada pode ser mais «ternurento»???

Insistimos na palavra e nesta pergunta aos nossos leitores: eles que respondam...

É que afinal, apesar do nosso «cansaço», e de julgarmos que poucos dão valor às nossas maiores descobertas; afinal alguém  nos está a confirmar que este Portugal enclausurado numa historiografia básica, que toda a restante Europa está farta de conhecer: este Portugal mesquinho e cego, de invejas e vistas curtas, afinal precisa mesmo que lhe abram portas!

E agora alguém vem reconhecer que foi preciso, e até útil (para desenvolver teorias sobre túmulos etruscos) termos aberto essa porta? A que era tão simples e a mais fácil de identificar e abrir, caso as pessoas tivessem pensado só um bocadinho? Porque se tivessem lido Eça, ou depois dele por exemplo algumas Páginas Escolhidas de Maria Amália Vaz de Carvalho, teriam compreendido que a geração dos nossos avós sabia o que estava em Monserrate...

mavc.jpg

(clic para legenda)

Só nos ocorrem outras perguntas, como - onde estão os verdadeiros Historiadores em Portugal? O que têm eles andado a fazer? Estarão ainda entretidos, não em estudar e em querer saber mais, mas especialmente ocupados em esconder outros estudiosos, os que não sendo da área da História lhes vieram mostrar o que eles tão ceguinhos não têm visto? Porque não pensam, e confiaram simplesmente em J.-A. França, que por acaso não viu nas formas de Monserrate motivo (decorativo) ou razão, para insistir nesse aspecto...

Por fim, tão simples, reconhecemos:

É queridinho, é ternurento, obrigada! Nem temos outras palavras para agradecer a quem -  Marta Ribeiro, a suposta autora - refere a utilidade (ver nas pp. 13-14) de uma investigação nossa

~~~~~~~~~~~~

*Já agora explicam-se dois pontos que Marta Ribeiro parece desconhecer (tal foi a sua necessidade de «engraxar»):

1. Glória Azevedo Coutinho terá nascido uns bons anos depois de Maria João Neto (Thanks God - é ela que está a ir para velha...). 

2. Uma hiper-consciência que foi adquirida com a maior das facilidades, por também sabermos ler (só um pouquinho, mínimo e sem ironia...) em inglês. E depois de termos provado (poderá dizer-se que foi «com uma perna às costas»?) a influência da Itália Romântica em Inglaterra e consequentemente em Monserrate, e tendo-me apercebido dessa maneira, o quanto a historiografia da Arte em Portugal é completa e vergonhosamente atrasada, passei a ler ainda mais sobre a arquitectura inglesa e a própria Cidade de Londres. Para Marta Ribeiro e para a letargia que vai em Historia da Arte na Faculdade de Letras aconselha-se a que leiam Tristram Hunt, sobre a Arquitectura Victorian. E claro, aconselha-se também a que continuem a esconder o que de muito mais importante também deixámos em Monserrate uma nova História, sobre a origem do Estilo Gótico

Que escondam - até o melhor e o máximo possível - para que ESCOLAS como o IADE (onde a compreensão é algo muito subjectivo, ou lentíssima) possam depois dizer dos seus próprios docentes que fizeram MESTRADOS em TEMAS ininteligíveis e principalmente inúteis.

Aliás, sublinhe-se e questione-se:

O que é que uma ESCOLA DE DESIGN tem a ver com uma Casa em Sintra como é o Palácio de Monserrate?

Por favor não respondam TUDO...

Por favor sem ironia, a quem está aos comandos da dita (que aos poucos se apaga), façam o máximo para servilmente lhes agradar, respondendo:

NADA, NADA, NADA, NADA!


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