É verdade, foi um dos acontecimentos mais simpáticos que vivi no IADE, talvez em 1977 (ou 1978?), quando o Mestre Lapa fez 64 anos.
Os alunos fizeram-lhe uma festa muito gira, da qual sobraram alguns testemunhos.
Entre eles lembro uma fotografia extremamente bonita - a P & B feita pela professora Mónica Freitas. Ao lado de Mestre Lapa julgo que estava a Julieta? Uma das alunas mais velhas, que, pela sua própria situação era também muito «congregadora» das pessoas daquele grupo.
O extraordinário da fotografia (que deve andar perdida?) era a forma como os personagens fotografados ao vivo, se misturavam, aparentemente, com todos os outros que já lá estavam nas paredes, pintados por António Manuel da Fonseca!
Linda, também pela perfeição e pela distribuição dos claros-escuros, em toda a gama de cinzentos...
De facto, ainda me lembro, não só do dia, mas também depois pela fotografia. Por ser talvez uma das mais bonitas que tenho visto?
Mas o que em tempos vivemos e vimos como um futuro julgado híper-longínquo - há décadas... - , é hoje presente. E isto serve para ligar a nossa própria situação - e as suas características muito específicas (de quem tem sido prejudicada pela desonestidade alheia...). Serve-nos para «atar» este nosso presente, tão actual e tão herdeiro do nosso passado, ao que fizemos, estudámos e trabalhámos - com enorme entusiasmo, felizmente! - e ao que, consequentemente, e de muito bom (e também de muito mau), estamos agora a viver!
Queremos que o entusiasmo, e sobretudo a capacidade de discernimento (ou a Sabedoria como Salomão pediu a Deus...) não nos falte! Pois de todas as maneiras tentámos e tentamos - dando tudo por tudo - manter aceso o fogo da procura, da ampliação, da vontade de fazer melhor, e do «nunca-baixar-de-braços» na nossa vida:
Em que o ensino e o conhecimento mantêm um lugar de destaque, apesar das muitas desonestidades que nos rodeiam, e dos prejuízos que lhes são inerentes...*
Não é que eles** pretendam rodear/envolver simpaticamente, como está na fotografia linda de Mestre Lapa, mas estão lá (e também se colaram às paredes...).
Por nós, outras Paredes e Tectos, não icónicas mas falantes, como as do Palácio Quintela (na foto seguinte),
felizmente continuam a entusiasmar-nos
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*Exactamente o mesmo que sucede na sociedade portuguesa e autofágica em que vivemos: tanta ganância também tem levado à autofagia (a dos próprios autores «desse banquete»).
No fim pode-se perguntar: A nossa atitude «de honestinha», de quem quer fazer o melhor possível é pirosa e cafona no contexto em que se estamos? Sim estamos de acordo que é, muitíssimo! Mas enfim, defendemo-nos: Pois todos têm o direito, se o querem, de poder ser pirosos à sua vontade! Se ser supersticioso é moda, há que também tornar moda a pirosice
É uma escolha como outras, e continuamos nessa...
**Há sempre algum «Eles», há sempre autores e sujeitos activos, prontinhos a prejudicarem os mais passivos. Porém, os verbos na voz passiva, aqui vão acabar! Já que medo? Só se for físico, temos muito, pelas vertigens..., mas de resto não se vê qual pode ser o motivo?
E se lhe parecer que aqui o tempo parou, então avance...!?