Claro que podia ser de outra maneira mas felizmente é assim!
Referimo-nos ao bem e bom que sabe ver as estatísticas das visitas aos nossos blogs, nas datas anteriores. Claro que é estúpido demais que um assunto/tema tão vasto, e descoberto num determinado contexto, seja dado assim, de mãos largas, ao mundo!* Embora esteja a ser dado aos bochechos. Por isso, desculpem qualquer coisinha...
É estúpido, porque estamos num tempo em que tudo se paga, e tudo tem valor. E em que até o desenvolvimento pessoal de cada um de nós, ou o dos outros, ou o da sociedade - vista colectivamente, mas que teve que progredir em cada individuo -, em suma, que esse desenvolvimento, nos tempos que correm, tal como acontece na actual visão para a Saúde, em que, se pode ser rentável, que o seja, o máximo possível!
Lamenta-se acima de tudo a posição da FCT e do MEC (no caso que está subjacente), mas ficamos de consciência tranquila...
Porque sim. Há uma consciência moral que cada um de nós geralmente tem (pelo menos por aqui ela ainda existe), e é extensível às actividades laborais e profissionais próprias. É uma questão de «inteireza».
Consciência que se sente mais tranquilizada, quando não podendo actuar da forma que seria normal, e a mais correcta, pelo menos consegue enfim arranjar alternativas, para cumprir o que considera desideratos essenciais - que atingiu e que entende deverem ser prosseguidos/perseguidos e depois executados - da sua própria vida.
Escrevemos isto também a pensar em António Quadros, e nessa ideia vaga que tinha de haver uma escrita ibérica; ainda em Lima de Freitas, Gilbert Durand, C. G. Yung; ou em Amadeo e Almada, todos estes elencados sem qualquer ordem ou critério, incluindo aqui um movimento Simbolista - de que, lamentavelmente, sabemos muito pouco...
Porque atrás destes todos vemos Alain Besançon (que não escreveu sobre os portugueses mas se refere a Gilbert Durand) a conseguir captar e explicar, pelo menos uma parte (?) dessa questão**: incluída no que chama "la génération symboliste", que para si, como considera, viveu "atormentada pela religião"...
Para terminar, e porque sabemos de gente muito apressada que acha que fará obra sem passar pelas etapas intermédias, indo direitinho aos «finalmentes». Para esses que julgam que qualquer um nasce doutor (quiçá - obra e graça do Espírito Santo?); e portanto capaz de desenvolver um qualquer tema, por mais complexo que seja, sem adquirir uma mínima sabedoria ou conhecimentos dessa temática...
Para os que julgam que se fazem projectos (ou se ensina a fazer projecto) nas áreas da arquitectura e do design, sem tempo e sem conhecer o que desde tempos muito remotos, do passado, tem estado na mente dos homens. Para esses "apressadinhos do fazer instantâneo" (como «pudim» anunciado na tv!) aqui fica a capa de uma brochura/documento legal, que consultámos vezes sem conta, e onde está explicada (está subjacente), a lógica da evolução necessária à apreensão e ao domínio de um qualquer tema (para que depois possa haver projecto e obra).
Seja em que área for, da engenharia à arquitectura, e vice-versa; válido também em medicina e ciências naturais (com algumas adaptações), é Método Cartesiano!
Aconselha-se a sua leitura, repetida e insistente, até ficar na cabeça; ou, pelo menos para ficarem a conhecer as possíveis e diferentes fases de um projecto (se algum dia tivessem que o fazer):
Como o caminho se faz caminhando, e não é instantâneo!
Que não é «a encher chouriço», «linguiça», ou a mui nobre «Salsicha da Educação», a que recentemente se referiu Passos Lebre***.
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*Embora, estrategicamente, esteja a ser dado aos bochechos, e como "As Primeiras Luzes" - Primaluce - de um tema que é vastíssimo (como aqui, repetidamente, temos explicado). Enfim, estamos sempre a pegar em tudo o já está publicado no trabalho do mestrado, e que aqui se amplia. Podendo ser procurado (ou dada a indicação precisa, da página, nota, etc.) no trabalho original - Monserrate, uma Nova História, por Glória Azevedo Coutinho, Livros Horizonte, Lisboa 2008 - a que os nossos blogs se reportam. Pois foi nos referidos estudos de mestrado, feito na FLUL, e orientada pela Professora Maria João Neto, que este tema surgiu.
**Ver em L'Image Interdite, Fayard, Paris 1994, p. 15.
***Aliás, em palavreado que se revelou impróprio do cargo que ocupa. Ou um lapsus linguae, que, sobretudo revela a preparação e nível do autor? Mas isto seria outro tema, o dos maus exemplos vindos de cima, recebidos por gente acrítica e incapaz (que se fixa na superficialidade das imagens bonitinhas e não condena a falta de qualidade dimanada até dos mais altos poderes...).
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