Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
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Set 14
publicado por primaluce, às 10:00link do post | comentar

... e eis que surgem vários (copiosos, inúmeros) temas de posts!

 

Claro que este «surgir» só pode ser do tempo. Não da instabilidade climática que paira, como se um El Niño vindo do mar (ou da atmosfera?) nos quisesse desestabilizar a todos, com calor e humidade a mais...; mas da época que vivemos: da Rentrée, como muitos gostam de lhe chamar!

Um tempo que nos lembra António Quadros e cada ano que começava - como oportunidade de poder viver algo que se queria novo. 

Mas depois eram também as suas questões: as que invariavelmente colocava, com mais ou menos distracção e originalidade*; questões que aparentemente estavam fora do tempo (real), ou eruditíssimas, que nos deixavam, a muitos de nós, boquiabertos! E de entre essas questões, ainda bem que escreveu sobre uma delas, que mais uma vez destacamos: a sua ideia de que teria existido uma Escrita Ibérica, a qual ainda um dia iria encontrar «o seu Champollion»**.

É verdade, cada recomeço - mesmo que cada vez mais vagamente - ainda me faz lembrar o Dr. António Quadros.

Mas o tempo que agora passa é também de factos e exposições (que não queremos perder, e ainda ir ver...); e, claro, o da nomeação de António Lamas para o CCB.  

E se os Antónios sempre estiveram na moda neste país, aos dois que citámos devemos alguns factos - quiçá muito ocasionais, mas é que se tornaram relevantes... - da nossa própria vida.

Em Março ou Abril de 1986 (?), quando estávamos no IADE quase há 10 anos, e tendo sido criado no IST um Curso que pretendia lançar conhecimentos e metodologias técnicas, as mais apropriadas para a salvaguarda de edifícios e estruturas de valor patrimonial, tendo essa informação mostrámos interesse no referido curso, que imediatamente iria ter uma segunda edição.

Não esquecerei o apoio que tive vindo do Dr. A. Quadros, no sentido de se fazerem todos os ajustes necessários (de horários), de modo a que pudesse frequentá-lo.

O diploma dessa Pós-Graduação - que durou cerca de 6 meses intensivos, e onde aprendi muito mais do que no mestrado - é a cópia abaixo 

Mas então aconteceu, para quem estava há 10 anos a ensinar Tecnologia de Materiais e Conforto nos Ambientes Interiores (a um nível intermédio que não era o do IST - embora por vezes se fosse bastante mais longe do que nos tinham ensinado a nós, em Belas-Artes, no Curso de Arquitectura ); sucedeu que dessa forma pudemos contactar, comparar e aferir, em matérias que não eram exactamente as mesmas, as nossas competências naquilo que há 10 anos vínhamos a fazer: de uma maneira que era quase pioneira, por não ser equiparável***, e também muito independente (chegando até a ser solitária!).

Terminada a referida Pós-Graduação foi então o Professor A. Lamas que nos fez vários convites.

Por essa data tinha passado a Presidente do IPPC, e nas tarefas concretas de que nos incumbiu, parece-nos, as nossas respostas foram positivas... 

De tal maneira que chegou a haver um terceiro convite (que nos teria mudado a vida), mas ao qual, por razões que nunca saberemos explicar (?), tivemos a intuição, felicíssima, de não aceitar...

E hoje, dadas as voltas que a vida nos ofereceu (e aproveitámos o melhor que pudemos),  há dois prismas para olhar essa questão:

Pelo primeiro teríamos reingressado na função publica onde já tínhamos estado...

Pelo segundo nunca nos teriam feito ver a necessidade de «Progredir na Carreira Docente», e de avançar na aquisição de outros graus académicos. Nunca teríamos feito «um tal de mestrado», que, se Bolonha se apressou a desclassificar também agora o colocou no nível dos doutoramentos. Sobretudo nunca teríamos escrito um trabalho tão extenso que levou à publicação de um livro (de que seria impossível não estar orgulhoso); idem, pelos apoios obtidos na FL-UL e da «chancela» que as pessoas, os professores desse curso e instituição, fizeram imprimir no trabalho (mesmo que no fim, já tarde de mais, eles se tivessem arrependido?).    

Em suma, e independentemente da qualidade deste Ensino Superior que se faz em Portugal, ou da Investigação que o «devia alimentar», acontece que no nosso caso essa mesma investigação nos permitiu chegar a resultados absolutamente fantásticos e inimagináveis, numa carreira repleta de acasos (ou «encontrões»?, porque não foi previamente desenhada...). Resultados que, de tão bem sucedidos, por isso mesmo estão ainda escondidos!

Enfim, independentemente da ignorância e da maldade dos que nos rodeiam, ninguém nos tira hoje o enorme prazer das investigações que fizemos, dos resultados a que chegámos, das conclusões que registámos!

Como ninguém nos tira aquilo a que todos os dias passámos a ter acesso, numa série de temas que poucos (ou ninguém) compreendem, e que todos vêem como demasiado eruditos ou complexos.

Para nós não foi apenas a Arte que se abriu e tornou muito mais acessível e compreensível, mas, e como há dias escrevemos, foi o próprio Pensamento (como funciona e se exprime): as bases e os canais que usa - ou o modo como procede para se ajudar a si mesmo a pensar (e por vezes ainda a memorizar o que pensou!)

Assim, também não é por acaso que existe uma linguagem corporal, que acompanha (enfatiza ou contraria) o discurso; ou que gesticulamos e até contamos pelos dedos...

Enfim, dizer que sim com a voz e acenar que não com a cabeça (em simultâneo) acontece-nos - e a muito boa gente idem, - sem darmos por isso! 

Mas, vão ler isto noutr' António - que o sabe e explica melhor

sigam via-------» http://primaluce.blogs.sapo.pt/164633.html

 ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Como uma vez se lembrou de perguntar sobre uma máquina de calcular, para obter as médias e as notas de fim de período... 

** Aqui não era o «novo Champollion» que iria encontrar e descobrir essa Escrita Ibérica, mas, como num título de Ruben A. seria o contrário - i. e., o sujeito a ser procurado (como é a autobiografia d' O Mundo à minha procura):

http://primaluce.blogs.sapo.pt/a-quadros-e-uma-escrita-iberica-186667

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/de-a-quadros-a-ideia-de-uma-escrita-67573

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/ontem-recebemos-homenagem-a-antonio-66071

***Visto não existirem outros cursos com características semelhantes, a não ser, e outra vez muito mais técnico (sobretudo para os temas das madeiras e suas transformações), os da FRESS; ou então os das Escolas Técnicas Secundárias.


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