...pode significar o saber reconhecer, ainda (ou sempre?), o valor da Iconografia antiga: restaurar e fazer reviver qualidades que a maioria tem desvalorizado?
Não se pense que a maioria é aquela que está a governar. Quando usamos esta palavra estamos a referirmo-nos à opinião pública em geral, e aos que preferem fazer novas construções em vez de reutilizarem o que já existe. O que também pode corresponder a recuperar o que possam ser memórias de valor afectivo*.
Memórias que só têm os mais «originais», e os que são capazes de viver em contramão? Porque os restantes, que são a dita maioria, antes da obra ser feita estão longe de pensar nas potencialidades e no valor do imóvel antigo que têm em mãos.
Assim, exemplos como o que se segue (chegar ao projecto de restauro do Chalet através do link), em geral não são apenas mérito do arquitecto ou do designer, mas principalmente do proprietário ou promotor que - ao contrário do que é mais habitual - se sentiu impelido a fazer a obra.
Trata-se de um "Carpenter's Gothic" muito característico - influenciado como mostraremos por autores como A. W. N. Pugin -, e até abundante por esse país fora: neste caso ganhou vida nova, e por isso mereceu ser premiado.
Parabéns!**
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*Como referimos em Monserrate uma nova história, a propósito do valor de algumas memórias, e do direito ao património. Ver op. cit. p. 160.
**Parabéns que nos lembram os "Talentos dos Vistos Gold". Venham muitos, como no tempo de D. João V: uma boa chance para se evidenciar como o Talento é aqui tratado: ou seja, igual a lixo, e invejas infindáveis!
http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/imigrantes-gold-talento-vistos-imigracao-tvi24/1535748-4071.html