Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
30
Nov 13
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

Post dedicado a MJN no último dia de um mês em que lhe pareceu adequado tratar "As Artes Decorativas nos Interiores de Monserrate"!

 

Porque além das Origens do Gótico - tema que era seu e tudo fazia para os seus alunos o investigarem - também nos pôs a nós a escrever e a pensar na "Quilha da Arca de Noé".

Parece a maior maluquice, mas não é! Maluquice aqui, se existe, é o funcionamento da Universidade em Portugal? Pergunta-se face ao que se vê: o anómalo - e a anomia - que parece habitar a mente desses intervenientes?

Voltando à Arca de Noé, é preciso que se saiba que no passado, pelo menos há 2.000 anos (antes e depois disso...),  se misturaram estórias, quiçá verdadeiras histórias (?), com lendas. Ou ainda, a combinação dos elementos da "realidade natural" - inscritos nos estilos clássicos: por exemplo os Elementos da Natureza e da Biologia, que tinham sido estudados, concretamente por Aristóteles, e que foram depois fundidos com outros elementos, alguns ficcionados. E ainda fundidos com desenhos e iconografia que hoje se julgam totalmente abstractos, mas que resultaram de idealizações, analogias, alegorias e metáforas, ou outras correspondências, de «carácter platónico»: que tinham o objectivo de criar/fazer conhecimento como sucede com os tropos.

Todas essas sínteses de ideias, feitas concreção, como Hersey explica tão claramente, foram passando à Construção, que assim se transformou em Arquitectura: depois das obras dos romanos, ficaram plasmadas na arquitectura Paleocristã, e mais tarde transitaram para os Estilos Medievais. Estilos que, gradualmente, se tornaram platónicos, e repletos de metáforas: verificando-se cada vez mais - em tempos que foram de um imenso misticismo cristão - terem estado, de um modo quase inverosímil, que hoje é inacreditável, completamente desligados do real (que tinha sido "aristotélico"...).

A Quilha da Arca de Noé - que poderá parecer «a grande loucura»... - foi uma metáfora riquíssima (e interessantíssima, pelo que agora permite ajuizar sobre o passado), que ficou inscrita, propositadamente, na igreja românico-gótica

MJN é Maria João Neto, falou-nos nisso enquanto orientadora e nós repetimo-lo: por parecer que um dia teria feito algum sentido, tal como as designações Nave, Pronaus, etc.

Fez e ainda faz*! Embora diferente do que pensámos...

E hoje - que a nossa «ex-orientadora» se mudou para as Artes Decorativas de Monserrate (abandonando os temas em que nos fez trabalhar...) - nós sabemos como a Quilha da Arca de Noé «estruturou» a igreja românico-gótica. Não apenas fisicamente, na edificação - mas também na Instituição Universal com sede em Roma - como inseriu nela todo o passado, e todo o Saber antigo!

O seu tema - As Origens do Gótico - que em 2001 era tão importante investigar, o qual impingiu (embora eu vá agradecendo que o tenha feito) a vários orientandos**, talvez porque já se descobriu, agora deixou de a interessar...?

Mas, há que questionar: deixou de a interessar a si, pessoalmente? Ou à Universidade de Lisboa, à Faculdade de Letras, e ao Instituto de História da Arte? É assim que a Universidade de Lisboa funciona? Ao sabor e bel-prazer dos Professores? Não há Programas nem Objectivos pré-definidos? É apenas o «diletantismo» que faz avançar o Conhecimento***

Perguntas sem resposta desde 2005-2006, que dão sentido ao post de ontem, a vários anteriores, e a todos os que estão para ser escritos!

O que, neste tempo seco, nos lembra uma frase óptima: um retrato perfeito do Ensino Superior preconizado para o Instituto de História da Arte, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa:

Olhe..., vá ali ver se chove!?

~~~~~~~~~~~~

*Ver em Monserrate uma nova história, Livros Horizonte, Lisboa 2008, p. 41. Onde consta, claramente, A Quilha da Arca de Noé (são várias alegorias) que a Idade Média prodigalizou.

**Acontece que os orientandos, nas Escolas a que pertencem, não estão livres ou sequer têm condições de prosseguir as descobertas feitas. Independentemente das mesmas serem como verdadeiras chaves, que ninguém deitaria fora, pois permitem compreender o passado, como nem sempre é possível! Neste caso, independentemente da máxima utilidade que teriam para expandir a criatividade. Algo «inútil» como é sabido (!) - chaves de códigos e de ideias, que por isso se deitam fora!

***Embora questionemos, sabemos a parte de prazer e de gosto que faz avançar a Ciência. Porém não se aceita que esse gosto seja inconsequente! Que se perca o gosto pela Ciência e pela Investigação exactamente depois de ter obtido respostas!

Não será este comportamento destrutivo da Universidade, mais uma razão - a acrescer ao abate de Barcos, ou aos subsídios para não fazer Agricultura... - para a Crise que vivemos?

Esconderem-se os Talentos que deviam render?

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/60040.html

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29
Nov 13
publicado por primaluce, às 00:55link do post | comentar

... não são de feira? Poções Mágicas, Elixires de longa vida?

 

Com ordenados baixinhos, baixinhos, que nem se levantem do chão: que os portugueses se tornem miseráveis, quanto os seus governantes, dirigentes das empresas e instituições - incluindo as Universidades - têm desejado: os que tudo têm feito para serem/sermos mais poucochinho...?

Que perdurem? Que vivam a Crise, a Retoma e a Reforma...! Que vivam a Inovação e o Design em Portugal, que tanto têm «desenhado», de há décadas consecutivas, este «alevantar»** do país!?

Vivam a falta de Justiça e a Mentira, somadas ao cocktail da Ignorância + Incompetência + Maldade, que têm o que sempre quiseram ter, e ser:

Que o sejam - alheios à realidade q.b. - todos muito felizes!

 Felizes os que desenham mal e feio o que vêem, quanto mais o que deviam ensinar a criar...

 *http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=24&did=131003

http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=93519

**Chamam-lhe alavancar... e parece ser só a pisar?

Nunca se esquecerão as instituições e as pessoas que tudo têm feito para ser assim! 


28
Nov 13
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar
 

... será possível que existam?

 

Todos temos altos e baixos, dias assim-assim, e dias menos sim. Mas não é muito normal ser-se profundamente incoerente: ora altamente positivo, ora altamente negativo. Será a Crise que proporciona tanta bipolaridade?

Um dia há estudos e investigações altamente desejáveis, e..., passados uns tempos deixam-se cair?

Por nós não deixamos: já que doutoramentos absurdos, feitos de grelhas metodológicas patéticas, cujo primeiro erro é partir de uma História errada, hão-de servir para...?

Aqui, ao escrever, continuaremos a denunciar. Como está em Monserrate uma nova história, leiam pp. 156-159. Vejam como alguns responsáveis (da FLUL, IHA, por exemplo), vivem e convivem com enigmas, pouco fazendo para os irem esclarecendo...

Para que servem os Centros de Estudos...? As Unidades de Investigação...?

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26
Nov 13
publicado por primaluce, às 11:00link do post | comentar

Esta frase é uma das mais extraordinárias que ouvimos. Imaginem quem a disse! Pergunta-se e desde já se ajuda...

 

Não terá sido de quem viu muito mais do que nós? De quem escreveu sobre o que tratava o nosso trabalho de investigação no doutoramento: Origens, Significado e Evolução dos Estilos Artísticos – Evolução dos Conceitos nos seus Contextos Culturais desde a Antiguidade até ao Mundo Moderno

De quem foi que nos repetiu (várias vezes até que entrou...): Não vai escrever uma História da Arte!

E assim dando ideias que nunca tínhamos pensado, ou algum dia queremos pensar: ou algum dia haveríamos de querer passar à prática... Pois sabemos o que fazemos*!

Mas entre ideias disparatadas, vindas de quem se perde e fica fora de si (mais ou menos controlado...), e as de quem vê que a realidade está errada e é insistentemente ensinada errada, não há termos intermédios? Não há um passo em relação ao que é «honestidade intelectual»? Deixa-se andar...?

Não há algumas correcções para já ir adiantando, como por exemplo tem feito Dana Arnold, embora nos pareça que ainda nas suas propostas algo está a falhar...?

Não há a hipótese de se irem escrevendo algumas sínteses, a incluir aqui e ali alguns acertos mais importantes, e a alertar para erros fulcrais que se deparam na História da Arte, tal como está escrita?

Como também já fez Peter Burke a desmontar o mito/mentira/equívocos, que todos, mais ou menos, tivemos que interiorizar, ou memorizar com dificuldade, sobre o Renascimento?

Ao contrário de Françoise Choay - com quem aprendemos tanto, e cujos livros comprámos depois de 1970: a autora que em 1982 escreveu sobre Património e sobre a Arquitectura Cristã.  Pois ainda em A Alegoria do Património cita vários «historiadores» que a precederam - como Dom Michel Félibien, Quatremère de Quincy, ou o Abbé Cordier; mas fê-lo deixando no ar grandes confusões... Que fazem perguntar:   

Será que a «onda de Françoise Choay está à espera de um homem (como Fernando António Baptista Pereira) para ser arrumada»?

 E como Françoise Choay perguntou, sem se atrever a arrumar - por saber a imensidão de trabalho que essa tarefa comporta...? - será que para os lados do Chiado, no Largo da Biblioteca Pública, não há nenhum Homem (um «quase-deus, grande herói) com essa vontade de começar «a arrumar algumas ondas»?

Não há um Neptuno, que siga aquilo que nós aprendemos nessa mesma casa, no Largo da Antiga Biblioteca Pública:

Que um projecto se acerta, e «não vai para a obra» (ou não se ensina como aqui é o caso) cheio de erros e de confusões? Que se destrinça e se anuncia o que já se sabe, daquilo que ainda se questiona, e ainda se põe em dúvida, por não se conhecer? Inclusivamente, que para grandes tarefas se trabalha em equipa...

Porque há informações demasiado generalistas - e estão «em vigor» desde o fim do século XVIII - que alguma investigação mais recente e mais sistemática tem tido a capacidade de desmontar: que a Historiografia deve ser acertada, pois existem dados e fontes que permitem esses acertos.

Concretamente a História de como os Povos Germânicos se instalaram na Europa; e que ainda hoje mantêm a máxima actualidade (sendo útil conhecer): como as fronteiras do Antigo Império Romano, estão esbatidas aqui e ali - e assim Dana Arnold está certa ao focar a Geografia, considerando-a disciplina essencial, e auxiliar da História da Arte. Embora, atrás dessas localizações, nem todas estando apagadas (pelo contrário...) havendo imensos «motivos», também decorativos, que são falantes: ou até demasiado eloquentes!

Não seria de os conhecer? Para nos conhecermos? Para conhecer a Crise em que estamos? Para que serve afinal a História da Arte?

Só para futuros Designers irem buscar as formas simpáticas, sempre gostadas e sempre usadas? Serviria..., se isso hoje se praticasse!

E a Arte não elucida e informa a História Geral?

Se tudo isto serve para nada..., não será muito ridículo, e inútil, andar a investigar para nada?

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*E haver um professor que ADMITE termos capacidade para escrever uma História da Arte, não é surpreendente?

Não é exagero!? Um «Elogio» fora de tempo?  

http://primaluce.blogs.sapo.pt/72822.html

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/

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23
Nov 13
publicado por primaluce, às 17:00link do post | comentar

..., assim passa-se a outro assunto. Que não é preciso escrever e se lê em: http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/61302.html.

 

Enfatizando ainda que, de facto, a frase de Henri-Irinée Marrou - L'expression de la Transcendance; ou também a explicação de Paul Frankl de que mudanças na religião, nas crenças (ou no Credo) podem ter trazido consigo alterações iconográficas.

Este tipo de registos, que se encontram com alguma frequência - pois se houver atenção, aparecem muitos mais - deveriam ter feito soar «um-toque-de-campainha» na cabeça dos nossos historiadores, dos nossos investigadores; e até no nosso caso particular, na mente dos nossos orientadores... Supõe-se?

Porém, algo os fez mudar de postura, depois de nos terem ensinado e orientado tão bem?      

É verdade, eles em geral foram impecs, até um dia...

Depois...? Desistiram...?

Por exemplo, se há 50 anos estavam no berço (?), no meu caso ia passeio fora, até chegar ao Liceu. E em 23/24 de Novembro de 1963, lembro-me muito bem, ia a conversar sobre a notícia que tanto nos tinha impressionado a todos:

A morte de John F. Kennedy!

Em pesquisa sobre a «história do passado», ter nascido antes dá alguma vantagem?

Ou, no passado o ensino era incomparavelmente melhor?

Com mais informação está-se mais preparado para investigar?

Sobretudo para ter mais resultados?

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*http://primaluce.blogs.sapo.pt/173422.html


22
Nov 13
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar
 

Olisipografia é actividade de Olisipógrafos

De quem estuda, não como alguns de que aqui temos escrito nos últimos tempos, mas de quem faz aquilo que ama.

De quem é amigo de Lisboa - de coração cheio - e não para se ocupar no tempo duma lição: debitando o que não lhe pertence, nem ama*.

Como Monserrate enche o nosso coração, mesmo que muito antes e sempre, esteja Lisboa:

Evidenciando-se assim a enorme diferença entre o que é um gosto muito mais racional, e outro mais afectivo.

 

Vista de/a Graça, como será em 2113**?

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*Claro que nos referimos ao amor recente, surpreendente (!?) de MJN por Monserrate:

http://www.fl.ul.pt/component/content/article/2337-curso-livre-de-artes-decorativas

**E, desenhado ou pintado (antes de 1970?), onde estará um quadro de Gil Donnat, com esta vista, praticamente, a do jardim de casa?

E se na FLUL, e no IHA estudassem o tema que sugerimos, com possibilidades extraordinárias:

Para, se em 2020 ainda houver país (?) e História das Artes Decorativas portuguesas, se conhecer Lucien Donnat, nascido um século antes...

http://ceramicamodernistaemportugal.blogspot.pt/2013/02/paineis-da-pelaria-pampas-lucien-donnat.html

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/61302.html


19
Nov 13
publicado por primaluce, às 18:00link do post | comentar
 

ÉVORA, 5 NOVEMBRO – Auditório do Colégio do Espírito Santo – Universidade de Évora

Das 15H00 às 18H00

Moderador: Francisco Pinto Balsemão, Presidentedo Grupo Impresa

 

Oradores convidados:

Guta Moura Guedes (Diretora da ExperimentaDesign)

• Rui Vieira Nery (Diretor do Programa de Língua e Cultura Portuguesas da Fundação Calouste Gulbenkian)

• António Filipe Pimentel (Diretor do Museu Nacional de Arte Antiga)

• Cláudio Torres (Arqueólogo, Diretor do Campo Arqueológico de Mértola e vencedor do Prémio Pessoa 1991)

 

Vimos e ouvimos esta conferência em directo. E, perto do fim, F. Pinto Balsemão fez a pergunta que se impunha a Guta Moura Guedes - a única não doutorada da mesa: sobre quando pensava doutorar-se? Ou quando faria a sua entrada, para um doutoramento, numa das instituições de que tem sido parceira, e onde vai buscar material cultural/intelectual tão relevante? Por aí a Directora da ExperimentaDesign foi-se escusando: dizendo - com palavras que (exactamente) não guardámos - que os rituais e cerimoniais da Universidade lhe parecem estranhos...

Estamos absolutamente de acordo, mas o que sempre nos pareceu ainda mais estranho na Universidade portuguesa (talvez só nos maus exemplos?), é o vazio dos gestos e de alguns actos: a pompa do nada!? Intriga o como e porquê de se fecharem sobre si? O pouco ou nada que comunicam e dão à sociedade, especificamente? 

A forma como, frequentemente, - e esta é apenas a opinião, interrogativa de um arquitecto (interdisciplinar) - como alguns professores universitários nos dão a ouvir as maiores ignorâncias (talvez apenas próprias da barbárie do post anterior**?). Mas sempre precedidas do Caro e Caríssimo Colega, ou ainda de piropos e salamaleques basto pomposos? Ou cheios de "Vossas-Excelências-Quase-Reverendíssimas"? Para..., logo depois avançarem uma outra vacuidade, quando não um insulto?

No entanto, o que sempre nos pareceu muito mais estranho dentro da Universidade em geral, - e com o nosso caso isso «emerge» com clareza - é o conceito de autonomia: Que no mínimo - aparentemente não chega a definir objectivos... - surgindo como uma autonomia, sem qualquer, ou a correspondente, responsabilidade?

Como é possível alguém estar mais de uma década à procura das Origens do Gótico sem resultados? E quando aparece quem ajuda a avançar na questão, e, enfim pode dar contributos; quando a própria Orientadora dá/deu o seu melhor, e se empenha/empenhou: depois, face aos resultados (hiper) positivos, a questão é escondida?

E num trabalho que foi conjunto, 8-10 anos depois a Orientadora toma o trabalho da aluna como apenas seu? Como se a aluna tivesse morrido? Ou está a ajudar a «matar» (?) já que a aluna foi fazer o Mestrado para progredir na Carreira Docente, e não para que lhe escondessem o trabalho? 

O trabalho de uma investigação para a qual a Orientadora  contribuiu, insistentemente, com o tema das Origens do Gótico, e nada - ou muito pouco, que nos lembremos...? - sobre Artes Decorativas?

De Schinkel, para dar apenas este exemplo mínimo - e porque sempre trabalhámos em equipas que projectavam e construíam (obras reais de pedra e cal...) - assim, nós habituámo-nos a saber identificar os nossos contributos, em cada tarefa, em cada colaboração. Assim, sobre o referido arquitecto e designer alemão, num dia, antes de 2005, Maria João Neto lembrou esse contributo, evidenciando o que lhe ensinámos...

Tinham sido migalhas: impressões vagas de uma exposição vista no Victoria & Albert Museum (http://yalepress.yale.edu/reviews.asp?isbn=9780300051650), talvez 10 anos antes?

Daqui, publicamente, exortamo-la a que não se limite às Artes Decorativas de Monserrate: e que use da autonomia que caracteriza o Ensino Superior; que, doutoralmente, pois é esse o seu grau - ou como Guta Moura Guedes (alguém de mão-cheia para iniciativas profícuas) - que pegue no tema que tão empolgadamente nos passou. E que, quase se poderia dizer (?) «obrigou» - com o maior prazer! - a que lhe déssemos solução.

Sabe, melhor do que qualquer outro PROFESSOR DOUTOR do Ensino Superior em Portugal, que ampliámos muitíssimo o seu tema: mais do que se poderia esperar.  Não vamos pedir desculpa, nem pediremos... por mais tempo que passe!

Embora, por isso mesmo, haja imenso que fazer, para cabalmente se apresentar a questão: investigação, tradução, iconografia a organizar, e mais ainda livros a publicar - que Portugal pode exportar!

E isto não é para ser a rimar, a lavar roupa ou a sonhar acordado! Nem são as histórias tradicionais (de «meninas estudiosas») dos anos 50-60 em que nascemos: 

Se parecem "Le Pot au Lait de Perrette" e "O Pote de Azeite de Mofina Mendes", é isto agora a Economia de um país da Europa, no século XXI: que, está-se a constatar, não se pode limitar à exportação dos Sabores do Pastel de Nata - se pode produzir, para exportação - os Saberes da História da Arquitectura!

Mais, que pode/deve cumprir os acordos internacionais em matéria de Conhecimento: que certamente existem (?), devendo devolver (parece) os avanços que foram feitos, com investimento vindo também da Europa.

Investimento que, respondendo a F. Pinto Balsemão e ao Expresso: nós temos a certeza, é mais uma boa ideia.

Lembre-se um texto do sábio Caramuel Lobkowitz sobre o Gótico***: que, quando lho li, permitiu (a Maria João Neto) confirmar o que durante meses, várias vezes, vinha dizendo

*Note-se, sobre as expressões em voga, que vão desde «a paixão pelo ensino», à «geração melhor preparada, como nunca antes houve», por nós sabemos "de experiência feita", o recuo instalado no ensino superior, na área que conhecemos. O nível medíocre que, tão silenciosamente alastra - "em mancha de óleo" - a fazer lembrar a construção clandestina depois de 1974; ou a ausência de regras (e de PDMs) actuantes, até meados dos anos 80. Link da notícia: http://www.imprensaregional.com.pt/diariodosul/pagina/seccao/1/noticia/3412

**Ver em: http://primaluce.blogs.sapo.pt/172408.html 

***Ver em Caramuel LOBKOWITZ, Arquitectura Civil Recta y Oblicua, en La Imprenta Olispal, Vegevan, 1678, p. 78, ARTCVLO XII

http://www.evoracity.net/noticias/ultimas-noticias/602-evora-patrimonio-como-ancora-cultural

http://expresso.sapo.pt/e-urgente-gerir-bem-a-cultura=f840429

http://areas.fba.ul.pt/fh/CIEBA.pdf

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/

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18
Nov 13
publicado por primaluce, às 16:03link do post | comentar

...e o vento cala a desgraça, o vento nada me diz*...

 

O que nos lembra uma célebre obra de Atenas, a Torre dos Ventos.

O que lembra, na Cultura Cristã - depois das 4 Essências da Cultura Clássica - o sentido que ganharam o Ar, o Sopro (ruah em hebraico, e pneuma em grego) e o Vento:

Que é o Ar em movimento...

Que haja vento, muito vento, para (se) inspirar, fundo!

*Trova do vento que passa, Manuel Alegre

http://delta4.no.sapo.pt/malegre13.html


17
Nov 13
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar
... e "As Artes Decorativas nos Interiores de Monserrate"*.

 

O tema de cima, As Origens do Gótico, era o da Professora Maria João Neto, docente da Faculdade de Letras, e nossa orientadora do mestrado, quando frequentámos essa instituição. Até que, depois de 2002 e sobretudo de 2005, tendo nós descoberto e esclarecido esse assunto - embora de uma forma que merece ainda ser muito mais trabalhada - desse ano em diante a questão (para si, M.J.N.) ter-se-á esvaziado?

Tanto mais que, quem hierarquicamente dirige o Instituto de História da Arte, a que Maria João Neto também pertence, não tem deixado (e desde logo, em 2002-2005 não deixou!) que o assunto se esclarecesse mais cabalmente. Que saia, para o Conhecimento dos comuns mortais - ou principalmente para o das redes de Universidades Europeias, Americanas, do Norte e do Sul da América, que também investigam, e querem aprofundar mais, aquilo que é considerado Ciência. 

Em suma, em Portugal, na Universidade de Lisboa, há um «finca-pé» muito redutor - que, por tabela, decide e contribui para o  nível científico (baixo...) do país. Uma querela que impede a saída, e a divulgação da resposta, a uma questão (que é um bem precioso**) e que muitos ainda agora, hoje, a colocam: 

De onde veio o Arco Quebrado, de onde veio o chamado Estilo Gótico?

É que se alguns ainda actualmente questionam o tema, a verdade é que são a França, e toda a Europa, as principais interessadas. E por isso - é assim que interpretamos a decisão da direcção do IHA? - Lisboa «sai de cena»... Talvez com o argumento de que nada tem a ver com o assunto? A não ser que, para V. Serrão - Lisboa não seja Europa (e aqui comece uma «qualquer barbárie», a do «Canibalismo» que Miguel Real descreve...)?

É um «Lavar de Mãos» à maneira de Pilatos, num tema que não se deveria deixar por aí ao desbarato (entregue a nenhuma barbárie...). E que, se é abordado num blog, isso também se deve ao facto do marketing não poder ser alheio a uma questão, que nós não deixamos cair.

E a nossa orientadora - Maria João Neto - cujo imenso mérito era divulgar uma questão tão interessante, quanto importante (quando a conheci e quando contactei o tema...); depois do que esclarecemos e descobrimos, talvez, face às directrizes que deve ter recebido (?), por isso, muito «doutoralmente», ter-se-á desligado da temática?

 

As Artes Decorativas nos Interiores de Monserrate, é um tema que, directamente, e com esta designação - explicamos porquê - nós nunca o abordámos!

Desde 1986-87, quando a convite do Professor António Lamas conhecemos o edifício principal do Parque de Monserrate, e sobre o mesmo fizemos um trabalho; de facto, para nós foi motivo de escândalo, ver o estado desgraçado que os estuques e outros elementos construtivos começavam a atingir. Em geral as Patologias mais graves (tema do estudo que enquanto profissional nos fora encomendado) ainda não afectavam as estruturas.

Porém, já se tinham iniciado alguns (embora ainda pequenos, mas gravíssimos) repasses de água da chuva, para o interior. A cobertura provisória que a DGF e a DGEMN (ou o IPPC?) tinham colocado vários anos antes, estava a começar a romper, e iria mais tarde - o que se veio a verificar - voar e espalhar-se em fragmentos rasgados, em volta do Palácio, pelos jardins.

Nessa data já a Expo98 estava programada, o país enchia-se, desalmadamente, de auto-estradas, mas o casarão de Monserrate não interessava a ninguém: tal como o palavrão "Artes Decorativas" - ninguém o quereria usar! 

Uma borracha gigantesca que ainda por aí anda, tratava de apagar tudo o que fosse Artes Decorativas, os respectivos Motivos e mais ainda todas «as razões»: pois tinha que se pensar DESIGN. Mesmo que a maioria - e os alunos que entravam no IADE continuavam a espelhar bem a sociedade portuguesa - não soubesse sequer o significado dessa palavra... 

Com este detalhe a história não cabe, mas, a arquitecta Glória Azevedo Coutinho, que nunca se limitou às Artes Decorativas, por outro lado, - e com todo o sentido de liberdade com que sempre viveu - nunca deixou de olhar quer para a Arquitectura, quer para os mínimos detalhes apostos sobre essa mesma base, então ainda dita «Arte Maior». 

A referida projectista, e docente (de uma instituição particular, que pelos anos 80 ainda não era Ensino Superior), já se tinha apercebido, há muito, de várias similitudes - bastante interrogativas e desafiantes -, de articulações e correspondências formais, entre os elementos decorativos e as formas arquitectónicas. 

A partir de 2001, e tendo passado a ser «bombardeada», - por estar na Faculdade de Letras, para fazer um mestrado - por textos de carácter religioso. Ou (ainda?), por então se ter apercebido, concreta e verdadeiramente, da imensa importância, e de toda a sua enorme extensão, do contexto religioso para o design «especifico» de cada obra de arte. De 2001 em diante, e sempre impregnada do sentido de liberdade que normalmente pôs nos seus trabalhos e projectos, tendo logo ao lado a Enciclopédia Verbo (hoje, certamente, uma obra subversiva?), folheou-a, e procurou... 

Sim, Glória Azevedo Coutinho procurou e encontrou, estando essa História publicada (ver neste blog as referências do livro).

 

Bastou-nos ler 3 ou 4 entradas para perceber várias especificidades dos Godos; dados que considerámos mais do que suficientes para ir explorar, entre outros, o «mais-que-hiper-subversivo» Caramuel Lobkowitz, nos Reservados da BN.  

A razão porque Maria João Neto se desliga dum tema tão interessante, não conheço? Apenas suponho, e lamento. Como nem sequer sei se houve mudanças de direcção dentro da FLUL e no IHA?

Embora saibamos todos, que nas evoluções havidas, na sociedade, no país - tal como nas auto-estradas, já excessivas nos anos 80 - que a Europa se destrói com obras e normas: a estipular regras, e parametrizações amiúde, em geral completamente ridículas (passando ao lado de - o essencial).

Um essencial que tem conduzido à destruição, que, pessoalmente sinto-o na pele, no quotidiano das estruturas de ensino onde estou***.

E onde chegam todos os dias, com a Crise, pouco mais do que as ditas normas europeias, ou o pobre modus vivendi, sem riqueza cultural (ou qualquer espiritualidade), da sociedade actual...

Onde  também o Estado não chega, a propor (ou a obrigar...) a que não se desperdicem os dinheiros da FCT! E a que os estudos que financiou tenham condições de concretização.

~~~~~~~~~

*Este assunto é «pano para mangas». Ainda bem que o IHA, a FLUL e Maria João Neto o despoletaram. Permite escrever para esclarecer o imbróglio que está criado desde 2005: o que pode justificar inúmeros posts, tal como justificou a imensa exploração, investigadora, que entretanto fizemos, e o muito que ficámos a saber. Mas, de 2008 em diante, encontrado o Tratado (de Teologia) que esteve na base da Arquitectura Gótica, os apoios de Fernando António Baptista Pereira não foram convincentes a demover o IADE:

Para influenciar - ou sequer conseguir fazer compreender? - o valor das informações em causa, e a História do passado.

**É um bem precioso, porque a investigação é cara, e as  descobertas importantes raríssimas...

***Como se compreende, qualquer réstia de passado, ou informações do que foi - que explica a situação a que hoje se chegou - é altamente subversiva. Assim, inclusive o gosto pela história, é incomodativo: portanto - a destruir.

Aliás, nota-se - e sinal de ignorância, ou que muito mal, a História da Arte  não se tem centrado nas obras, mas sim na história dos autores?

Que, em suma, não tem interessado a ninguém a capacidade da História, mais que outras disciplinas, para responder à exigência da Criatividade:

Que é premente ter ao «fazer» Design (ou projectar informadamente).
Assim, será que deve haver uma História da Arte para o Ensino Superior Público, e outra para o Ensino Superior Privado?

http://www.fl.ul.pt/component/content/article/2337-curso-livre-de-artes-decorativas

http://ww3.fl.ul.pt//pessoais/mjneto/index.html

http://areas.fba.ul.pt/fh/CIEBA.pdf

http://primaluce.blogs.sapo.pt/2011/08/27/


14
Nov 13
publicado por primaluce, às 14:00link do post | comentar

Num tempo em que tanto se discutem os conceitos de Público e Privado; ou ainda de Serviços/Prestação de Serviços, públicos e privados - passando esta «discussão» pelas mais variadas áreas de actividades - assim, lembre-se que podem existir especificidades próprias do Ensino Público e do Ensino Privado*.

Melhor dizendo - embora esta discussão deva ser a de toda uma sociedade - julgamos que pode haver temáticas mais específicas para cada um dos sistemas: i.e., pode acontecer que o Estado nunca deva ou possa abandonar o ensino de matérias que são, como verdadeiras ferramentas, cruciais: que não podem estar em falta, devendo percorrer transversalmente as sociedades. Entregues a agentes cuja idoneidade não seja posta em causa, e com interesses transparentes: o verdadeiro amor ao Ensino e ao Conhecimento!

Matérias a serem distribuídas/disseminadas, adequadamente - tendo em vista as necessidades sentidas, pelo conjunto da sociedade (ou das pessoas do país), e as diferentes comunidades por que esta é constituída:

Referimo-nos muito especificamente, ao Ensino da Filosofia, da História (ou até mesmo do Latim e do Grego?). Já que se tratam de Conhecimentos - cujo carácter é semelhante ao dos «números», da aritmética e da matemática; ou da língua e da imagem (cujo desenho rigoroso é definido pela geometria): porque esses dados estão - são essenciais, e como tal devem fazer parte integrante, e indispensável - na raiz do pensamento.

Normalmente, toda a gente o sabe..., alguns destes mesmos dados chegam-nos muito cedo, em tenra idade, pelos sentidos. Mas, deverá ser apenas assim? Os indivíduos serem deixados à casualidade das normais relações de convívio (que é também formação), de uma qualquer criança, no seio da sua família? Isto é: um indivíduo pode crescer em «formação ocasional»?

Parece..., sabemos que não chega**.

Como pode não chegar, ao nível do conhecimento da imagem e da Cultura Visual própria de cada país - ou de cada «Cultura» - a simples constatação da existência dessas imagens: de uma maneira basto superficial, apenas incluídas na imagética (e nas temáticas) das Artes Decorativas.  

Em suma, aquilo de que estamos a escrever hoje, disto os nossos dois blogs estão cheios***!

Sendo que o melhor exemplo que podemos dar, constata-se/vê-se, muito claramente, nos Escudos da Bandeira Nacional. Os quais não podem ser tratados, apenas, na lógica (levezinha, superficial e como motivo de "dilleto") do que hoje são as Artes Decorativas, e onde a mesma iconografia prolifera.

No exemplo que demos, esses desenhos ou «padrões decorativos» foram antes Imagens Simbólicas, inscritas nas armas e adereços da dinastia fundadora da Monarquia Francesa: os Merovíngios. Isto é, as referidas imagens já existiam  no século V-VI, tendo depois, no século XII e seguintes, passado às Armas de Portugal:

Como...? Porquê...?

(clic na imagem para legenda)

Que hoje este assunto não interessa às Universidades Privadas, é «quase-demasiado» óbvio!

Assim, pergunta-se: não deveria o tema interessar, obrigatoriamente, ao Ensino Superior Público, que a Nação paga e o Estado tem que garantir?

~~~~~~~~~~~

*Note-se que, apesar dos termos empregues, dificilmente nós consideraremos o Ensino uma mera «Prestação de Serviços».

**Faltando depois definir o grau ou o nível de Conhecimentos, Cultura e Civilização, que se pretendem  atingir: para o indivíduo e para a sociedade a que nos estamos a referir. 

***Revejam, leiam em:

http://primaluce.blogs.sapo.pt/90534.html; http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/52937.html; http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/52671.html; http://primaluce.blogs.sapo.pt/14818.html; http://primaluce.blogs.sapo.pt/5733.html;

Post inspirado no tema da lição de Maria João Neto em 7.11.2013:

As artes decorativas nos interiores do Palácio de Monserrate”.

Maria João Neto é autora - entre outros estudos - de: 

Memória, Propaganda e Poder, O Restauro dos Monumentos Nacionais (1929-1960); FAUP, Porto 2001

http://primaluce.blogs.sapo.pt/107920.html


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