Muitos antigos alunos nossos são hoje professores no IADE, alguns doutorados e até membros do Conselho Científico. A todos gostaria de ter oferecido o livro Monserrate - uma nova história que está na origem deste blog.
O valor do livro não nos permitiu uma generosidade tão grande, mas agora pelo menos podemos dizer que está em promoção.
Depois, acontece que não sendo um best seller, pelo menos temos a certeza que é/há-de ser um long seller: designação que desde já se explica.
Tudo o que encontrámos faz cada vez mais sentido; e no fim de semana passado uma breve visita a uma cidade do interior permitiu-nos ver pela primeira vez, naquele local (fazendo lembrar o tecto da Igreja de Santa Bárbara em Kutná Hora - República Checa), uma série de espaços onde as «ogivas» são falantes, tendo até uma designação específica: «abóbadas artesoadas»
Em suma, começamos a ter alguma pena (e algum dia diremos «sinto muito», ou talvez «os meus pêsames»?) de todos os que têm apostado no nosso azar e nas nossas dificuldades*. Dos que não perceberam que alguns contributos (ou chamem-lhes «descobertas» se entenderem?), são feitos por quem vai ou consegue viver em «contra-ciclo».
De quem não vive a acreditar em balelas, como algumas que repetidamente ouvimos, por exemplo a propósito do Arco Quebrado, das Ogivas e do Estilo Gótico. Como se fosse um estilo inventado para que as Igrejas e as Catedrais pudessem ser mais altas, mais luminosas, mais visíveis na paisagem. Ou ainda com estruturas descontínuas, muito racionais, praticamente matemáticas... Etc., etc.
Na verdade o Estilo Gótico foi tudo isso, mas acima de tudo foi (e manteve-se, e como tal deveria ser visto) como uma linguagem, a cuja evolução se pode assistir: porque reuniu uma série de sinais, os quais, todos eles articulados de determinada forma (re)constituíam o Símbolo da Fé.
Um Símbolo muito específico também designado Símbolo de Niceia-Constantinopla - ou mais comummente Credo: a fórmula na qual Carlos Magno conseguiu introduzir a partícula Filioque, e à qual (já antes e depois dele) todos os Reis de França deram a maior importância.
E esta explicação também remete para o facto de preferirmos falar em Sinais**, em vez de usar, como é geralmente usada pela maioria dos estudiosos, a palavra Símbolo.
Aliás - e como podem ler em Iconoteologia - os Estilos Arquitectónicos que os Historiadores designam como "Estilos Históricos", foram uma forma de transmitir a Catequese ou a Teologia Cristã.
Por isso avisa-se desde já - é que às vezes não é muito fácil a leitura do que escrevemos... - e muitos nos têm dito (ou fazem essa confusão***!), que o nosso trabalho é muito complexo: achando até que tem o nível de um doutoramento.
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*Depois decide-se qual a fórmula adequada em função de quem for o personagem...
**Sinais do Espírito Santo na Arquitectura posterior ao Cisma de 1054 e as suas sobrevivências - foi o título-tema que escolhemos para o doutoramento.
***Claro que é uma confusão simpática ou elogiosa; o que faz com que estejamos sempre a ter que esclarecer esse ponto, exactamente para que não se façam confusões ou extrapolações abusivas:
É mestrado com muita a honra!
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