Claro que a imagem não nos pertence. Por isso primeiro o agradecimento ao HenriCartoon, pela ideia e pela expressividade posta na imagem que concebeu*.

Quanto ao livro de Bento XVI dedicado a Jesus de Nazaré e intitulado A infância de Jesus, já lemos algumas páginas, mas ainda não encontrámos informações sobre a vaca e o burro; assim como as razões que levaram a que saíssem de cena, passando a ser muito mais considerados na comunicação social, exactamente, com base na sua «saída da história».

Mas o que nos interessa agora são outras questões e algumas ideias, que encontrámos logo nas primeiras páginas do referido livro.

Dele ressalta a exegese bíblica, isto é, a interpretação dos escritos dos Evangelistas, acompanhada também de outros textos, igualmente integrantes da Bíblia, como são os Escritos dos Profetas (e no caso de Samuel que vamos referir, considerados "Profetas anteriores").

Como não podia deixar de ser, Bento XVI preocupou-se, como mostra também muita outra bibliografia (de inúmeros autores), em evidenciar as concordâncias do Antigo e do Novo Testamento.

Assim surge a referida citação de Samuel alusiva a David: "o teu trono estará firme para sempre". E logo de seguida o Papa menciona Mateus, porque este evangelista apresentou uma "Genealogia de Jesus" com base na promessa de Iahweh feita a David**.

Entra-se então naquilo que agora nos faz agradecer a Bento XVI:

O Papa explica como se estruturam "três grupos de 14 gerações...". Estruturação - escreveu Bento XVI - que se torna mais clara "...se tivermos em mente que as letras hebraicas do nome de David totalizam o valor numérico de 14 e assim, mesmo a partir do simbolismo dos números, David, o seu nome e a sua promessa caracterizam o caminho de Abraão até Jesus". 

Nesta passagem, se repararem no que nós notámos, vêm do próprio Papa algumas afirmações que não são muito usuais. Ainda bem, pois há que abrir portas e renovar, fortalecendo os nossos conhecimentos sobre o passado, o modo como pensamos e acreditamos!

E aqui referimo-nos ao que Françoise Baslez, uma autora francesa, designa como Isopséphisme (Isopsephy).

Em português desconhecemos qualquer designação para isto que supomos foi uma forma de produzir relações, associações, analogias e mesmo conhecimentos; mas também significantes e significados, e, idem uma imensa polissemia que enriqueceu as obras literárias e visuais. Embora, no entanto, por vezes também dificulte a sua compreensão.

E nessas relações e ligações - algumas não ficaram exactamente pelos números - passando também a associações formais que foram explicitadas (ou dadas a ver) de «maneira geométrica». 

Mas, ... 

...e porque hoje não é dia de trabalho, mas de ANO NOVO e de propósitos de VIDA NOVA, terminamos aqui. 

Desejando que todos nos renovemos!

Continuaremos a tentar que os títulos que escolhemos - Primaluce, Iconoteologia e a ainda a noção da necessidade de renovação das ideias que temos em relação à História da Arquitectura - prossigam no seu caminho!

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*http://noticias.sapo.pt/cartoon/50b1df821b42a9336a000e24/#vercartoon

** Ver Jesus de Nazaré, A infância de Jesus, Princípia, Cascais, Nov. 2012, pp. 12 e 13.