Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
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Dez 12
publicado por primaluce, às 13:30link do post | comentar

Que a História da Arte estará para dar umas voltas, sem dúvida. Que quando os temas são tratados cientificamente, o nosso «giríssimo» não será propriamente o termo mais conveniente, igualmente certo. Porém, postos ao nível do oportunismo do documentário que vimos, não faz a menor diferença usar esta nossa terminologia mais oral e corrente.

Houve/há de tudo, como deixámos no título, no documentário ontem exibido na RTP2 sobre o Parque da Pena.

E falando de Bens Nacionais e de Serviço Público de Televisão, parece-nos que o que foi apresentado, sem uma demarcação muito nítida de que se trata de uma das leituras possíveis, assim, como se mostrou, é muito giro, mas também repleto de fantasias e de enormes faltas de verdade. Portanto batota, para ir encaixar - mais ou menos certinho - nalgumas das ideias dos «amantes de secretismos»... 

Umberto Eco alertou-nos a todos, a partir dos estudos que fez da Bíblia, de S. Tomás de Aquino, de Henri De Lubac, de M.-D. Chenu e de outros, que há muitas exegeses e muitas leituras possíveis: que as obras se abrem ao conhecido e ao desconhecido; ao consciente do autor (da obra) e ao seu próprio inconsciente. E também alertou para aqueles que em tudo vêem Simbolismos, que não estavam nem nunca estiveram nas obras.    

O mesmo que Hegel já tinha feito, e que (em nossa modesta opinião) nalguns casos não terá acertado: porque sim, certas motivações e certas imagens eram concordantes e reforçadoras de um sentido global, simbólico. Concordâncias que hoje parecem exageradíssimas, e sem sentido, mas que o alegorismo medieval tinha criado...*

Por mais inverosímeis que algumas dessas associações e correspondências materiais, agora nos possam parecer.

Enfim, seria/é um tema interminável, vejam o filme se puderem, sem dúvida que é interessante, mas coloquem-se numa atitude crítica: com que filtros mentais recebemos toda aquela informação? O que é que validamos e o que é que achamos altamente oportunista? (são as perguntas que lançamos)

Pela nossa parte o mais oportuno é a lembrança de tudo o que investigámos e aprendemos, e que tem estado caladinho (até ver!)

 Sobre o referido documentário no site da RTP2 consta:

"O parque da Pena, é uma viagem pelo imaginário romântico da zona de Sintra

O parque da Pena, é uma viagem pelo imaginário romântico da zona de Sintra. Através da figura do criador do parque e palácio da pena, D. Fernando II, ficamos a conhecer um pouco melhor as raízes e tradições que elevaram a serra de Sintra à condição de montanha sagrada para um grande número de povos que por lá passaram, persistindo essas tradições até aos nossos dias. No filme, seguimos diversos personagens que se passeiam pelo parque e palácio da Pena, numa viagem que se pode considerar de iniciação aos mistérios desta montanha da lua. Temos um jovem que representa o ideal da procura do sublime, turistas que apenas conseguem ver as belezas físicas do espaço envolvente, cruzamo-nos com o fantasma de D. Fernando II e vemos a própria Sintra encarnada numa figura feminina que com todos se cruza, sem que a vejam, mas que os orienta discretamente ao longo de todo o percurso."

http://www.rtp.pt/programa/tv/p29805

~~~~~~~~~~~~~~~

*Assunto que merece um post, e sobretudo muitas explicações. Uma delas vinda de uma pergunta que considero genial (feita pelo nosso orientador - Professor Fernando António Baptista Pereira): uma daquelas perguntas que se colocam de modo muito pertinente, quando verdadeiramente estamos metidos nos assuntos (e a senti-los...), e que podem ter a capacidade de ajudar a desenvolver, e a «desembrulhar», séries de questões que são chave.

Ver também: http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/

 


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