Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
27
Dez 12
publicado por primaluce, às 13:30link do post | comentar

Que a História da Arte estará para dar umas voltas, sem dúvida. Que quando os temas são tratados cientificamente, o nosso «giríssimo» não será propriamente o termo mais conveniente, igualmente certo. Porém, postos ao nível do oportunismo do documentário que vimos, não faz a menor diferença usar esta nossa terminologia mais oral e corrente.

Houve/há de tudo, como deixámos no título, no documentário ontem exibido na RTP2 sobre o Parque da Pena.

E falando de Bens Nacionais e de Serviço Público de Televisão, parece-nos que o que foi apresentado, sem uma demarcação muito nítida de que se trata de uma das leituras possíveis, assim, como se mostrou, é muito giro, mas também repleto de fantasias e de enormes faltas de verdade. Portanto batota, para ir encaixar - mais ou menos certinho - nalgumas das ideias dos «amantes de secretismos»... 

Umberto Eco alertou-nos a todos, a partir dos estudos que fez da Bíblia, de S. Tomás de Aquino, de Henri De Lubac, de M.-D. Chenu e de outros, que há muitas exegeses e muitas leituras possíveis: que as obras se abrem ao conhecido e ao desconhecido; ao consciente do autor (da obra) e ao seu próprio inconsciente. E também alertou para aqueles que em tudo vêem Simbolismos, que não estavam nem nunca estiveram nas obras.    

O mesmo que Hegel já tinha feito, e que (em nossa modesta opinião) nalguns casos não terá acertado: porque sim, certas motivações e certas imagens eram concordantes e reforçadoras de um sentido global, simbólico. Concordâncias que hoje parecem exageradíssimas, e sem sentido, mas que o alegorismo medieval tinha criado...*

Por mais inverosímeis que algumas dessas associações e correspondências materiais, agora nos possam parecer.

Enfim, seria/é um tema interminável, vejam o filme se puderem, sem dúvida que é interessante, mas coloquem-se numa atitude crítica: com que filtros mentais recebemos toda aquela informação? O que é que validamos e o que é que achamos altamente oportunista? (são as perguntas que lançamos)

Pela nossa parte o mais oportuno é a lembrança de tudo o que investigámos e aprendemos, e que tem estado caladinho (até ver!)

 Sobre o referido documentário no site da RTP2 consta:

"O parque da Pena, é uma viagem pelo imaginário romântico da zona de Sintra

O parque da Pena, é uma viagem pelo imaginário romântico da zona de Sintra. Através da figura do criador do parque e palácio da pena, D. Fernando II, ficamos a conhecer um pouco melhor as raízes e tradições que elevaram a serra de Sintra à condição de montanha sagrada para um grande número de povos que por lá passaram, persistindo essas tradições até aos nossos dias. No filme, seguimos diversos personagens que se passeiam pelo parque e palácio da Pena, numa viagem que se pode considerar de iniciação aos mistérios desta montanha da lua. Temos um jovem que representa o ideal da procura do sublime, turistas que apenas conseguem ver as belezas físicas do espaço envolvente, cruzamo-nos com o fantasma de D. Fernando II e vemos a própria Sintra encarnada numa figura feminina que com todos se cruza, sem que a vejam, mas que os orienta discretamente ao longo de todo o percurso."

http://www.rtp.pt/programa/tv/p29805

~~~~~~~~~~~~~~~

*Assunto que merece um post, e sobretudo muitas explicações. Uma delas vinda de uma pergunta que considero genial (feita pelo nosso orientador - Professor Fernando António Baptista Pereira): uma daquelas perguntas que se colocam de modo muito pertinente, quando verdadeiramente estamos metidos nos assuntos (e a senti-los...), e que podem ter a capacidade de ajudar a desenvolver, e a «desembrulhar», séries de questões que são chave.

Ver também: http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/

 


25
Dez 12
publicado por primaluce, às 16:00link do post | comentar

E se o Menino Jesus deste presépio é uma figura de barro minúscula, revejam (relembrem de relance, mentalmente) o que é toda a construção cultural, ideológica e religiosa que desde há 2000 anos a sua figura gerou: o Cristianimo

Aqui vejam:

http://primaluce.blogs.sapo.pt/26115.html

e em

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/

há sempre muito para ler.


22
Dez 12
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

E será que esta geração muda os comportamentos? Que recomeça...?

 

Sol Invictus
(clic para legenda)

 

Agora será tempo de pensar como se deve recomeçar!? Porque é disso que se trata...

http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=24&did=85954

 


20
Dez 12
publicado por primaluce, às 10:00link do post | comentar

...agora pelo Ministro da Economia (continuação post anterior)

http://sicnoticias.sapo.pt/economia/2012/12/19/santos-pereira-diz-que-portugal-precisa-de-crescer-e-reindustrializar-se

Há país que sobreviva a tanta contradição, divisão e falta de lógica?

Primeiro destrói-se, mata-se e esfola-se e depois de não haver nada começa-se de novo? Porquê e para quê?

Só pode ter a lógica da Tomada do Poder! No Governo como nas empresas: apregoa-se, publicita-se e concretiza-se mesmo um corte, que parece ser cronológico e geracional; e depois volta-se ao mesmo!? Ou volta-se ainda mais atrás...?

Porque uma indústria de pastéis de nata ou de produtos alimentares confeccionados, e é esse o valor acrescido enquanto produção industrial, claro que incorpora saberes, mas que não são, exactamente, de uma muita elevada tecnologia? De um grau elevado de conhecimentos científicos... E depois de exportado, e comido, é muito pouco aquilo que o pastel de nata ainda rende? 

 Se a exportação fosse Conhecimento e Cultura - as Indústrias da Cultura como Livros e ou Cinema, que em determinada data tanto entusiasmaram António Quadros - naturalmente, outros produtos seriam promovidos na sua sequência; como é o caso do Turismo...

"Vamos ver" - dirá o cego

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Em http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/ continuamos com aquilo que é lógico

Em breve daremos continuidade, e exemplos, sobre a cruz em aspa que esteve na origem das formas do estilo gótico, a par do arco quebrado


19
Dez 12
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

E o post de hoje é «uma migalha» sobre os últimos Planos de Fomento Nacional, que planearam o país que fomos e ainda hoje somos:

Para quem como nós começou a trabalhar há 40 anos, em enquadramentos que os documentos seguintes tão bem elucidam (vejam os links* e explorem outras ligações associadas); se hoje - em 2012 - parece que estamos num outro mundo e numa realidade totalmente diferente, no entanto também proliferam imensas semelhanças, com o que se passava e foi há 50 anos. Será um estado de espírito? A sensação de ser necessário começar de novo, face à destruição e alienação do que foram valores constituídos ao longo de 50-60 anos...**?

Este PREC é um «Segundo Estado Novo» a destruir o «Primeiro», e o que os sonhos pós-25 de Abril conseguiram edificar? Certo que a envolvente mundial é outra, mas há que romper? Não conseguimos fazer transições e transformações... É tudo o que quotidianamente não se mudou, e não se fez certo, que agora se tornou urgente? Andámos a dormir...?

 

Mas se muito mudou, se fomos espectadores (participantes) dessas mudanças, há pontos nesta inflexão que não esquecemos:

Quem leu Orlando Ribeiro e as suas descrições do território português? Quem vê, ainda hoje, as mudanças essenciais que os Estudos de Jorge Gaspar permitiram introduzir? Levando a um muito maior aprofundamento das questões, e ao evoluir para um outro nível no estudo do território, que suporta as actividades e as vidas das populações? Tudo isso foram apenas estudos no papel, que não passaram ao território? Que PDMs não foram subvertidos ao sabor de clientelas?

No Portugal de hoje (em que há que recomeçar, e corrigir erros recentes) quem se interessa por compreender o muito que mudou; o que explodiu e irradiou em inúmeras direcções? O que se desarticulou e vai precisando de ser primeiro compreendido e depois re-unido? A tal cola que referimos no post anterior e que outros países, como é o caso da Holanda, também procuram.

Se pensarmos nas pessoas, em Antropologia e Religião, somos levados a pensar em Mircea Eliade: nas semelhanças que sentiu entre Portugal e a Roménia: como o facto de sermos periféricos relativamente ao Império Romano (e ao que se lhe seguiu), obrigou a aprofundar «uma certa romanidade».   

 
Aqui é só a capital,
mas um país e o seu desenvolvimento é antes de mais uma questão de Geografia Humana
 

Sobre (Re-) e Industrializar o país, os maiores erros são os mais recentes? Dos últimos 15-20 anos, ou vêm de trás? Que geração (ou que grupos geracionais?) se instalou e desviou dos caminhos que vinham a ser feitos, não percebendo que havia que consolidar políticas e transformações que eram esforços de industrialização pioneiros? A Revolução Industrial Inglesa foi um modelo replicado pelo mundo fora, a outras escalas e com outras «intensidades». É claro que apesar de estarmos na Europa, o chegou aqui foi posterior, e em muito menor escala, do que sucedeu nos Estados Unidos por exemplo. Em que medida a luta política (no contexto do século XIX, e depois muito diferente no séc. XX e já no XXI) e a instrumentalização - ou o afastamento e silenciamento - das populações têm contribuído para atrasar o país? E qual o grau, se é que se pode atribuir um valor/número à corrupção, para os desvios sucedidos? Leiam o que eram as preocupações em 1971 e 1972:

entre o balanço/avaliação do III PLANO DE FOMENTO NACIONAL e o implementar do IV PLANO DE FOMENTO NACIONAL. 

Revejam a nossa história recente. Pensem sobre alguns dos documentos seguintes

(que parecem feitos no joelho; não mais do que meros esboços para os estudos a fazer depois?)

Há/houve gente séria, normal e competente, verdadeiramente dedicada ao desenvolvimento do país? Há, entre os cidadãos comuns quem tenha lido o acordo que PS, PSD e CDS assinaram com as instâncias internacionais, chamadas TROIKA? E depois desse plano de emergência - Memorando de Entendimento*** - o que é que se segue? O que é que vai definir os nossos caminhos? Ficamos aqui a definhar? Ou temos vontade para objectivos específicos?

~~~~~~~~~~~~

*http://www.dpp.pt/pt/base-de-dados/Arquivo-historico/Paginas/IV-Plano-de-Fomento.aspx

http://www.dpp.pt/pt/base-de-dados/Arquivo-historico/Documents/IV%20Plano%20de%20Fomento/ECPP-182-II-4_0001_capa-14.pdf

http://www.dpp.pt/pt/base-de-dados/Arquivo-historico/Documents/IV%20Plano%20de%20Fomento/ECPP-182-II-4_0002_15-32.pdf

http://www.dpp.pt/pt/base-de-dados/Arquivo-historico/Documents/IV%20Plano%20de%20Fomento/ECPP-204-I_0005_branca-capa.pdf

**Será o ambiente autoritário, totalitário e fascizante? Será também o ambiente que se vive nos transportes, em especial na linha do Estoril? Será a necessidade de ser mais imaginativo para contornar os problemas e as dificuldades? Será uma necessidade de refúgio (interior), para tentar esquecer e tornar abstracta a envolvente redutora e paupérrima, da estupidez e do ilógico, que é imposto? Será mesmo uma necessidade de encontrar respostas, para necessidades concretas? Às quais a pouca indústria, o comércio e as tecnologias do «entretenimento digital» não respondem; não dão a menor satisfação e sobretudo não criam riqueza? Criar as suas próprias actividades profissionais num ambiente em que o trabalho tradicional se «desconfigurou»? Ensinar os que estão à nossa volta para que a perca não seja total, e de algum modo nos sintamos recompensados? Voltar ao tempo em que fizemos apontamentos de estudo para os alunos e redistribuí-los?

Se uma re-industrialização voltar, como há dias escrevemos, onde estão os designers e os técnicos, que hoje dominam sobretudo o visual e os seus modos de produção, estando falhos noutras áreas?

É completamente diferente fazer desenhos e bonecos a retratar o Bairro Alto e a Cultura Popular, ou fazer produtos de materiais compósitos e objectos transformados, para a indústria e exportação...

***http://downloads.expresso.pt/expressoonline/PDF/memo_troika.pdf

http://sicnoticias.sapo.pt/economia/2012/12/19/santos-pereira-diz-que-portugal-precisa-de-crescer-e-reindustrializar-se

Que o ANO NOVO nos acorde


15
Dez 12
publicado por primaluce, às 00:40link do post | comentar
: Investigações precursoras de quem quer acompanhar um mundo em evolução.

 

No site do The Netherlands Organisation for Scientific Research (NWO)*, encontrámos esta definição de objectivos e de demanda para um (auto-) conhecimento das nossas sociedades, que nos parece ser de enorme importância**.

Também próxima dos nossos objectivos, que andam perto da busca do "Talento". Não o talento de jeitosinhos: "toma lá dá cá, e trocamos serviços, que são as nossas habilidadezinhas, tricots e crochets, forra e cola, pinta e raspa"! Claro que isso é válido e faz bem às mãos de quem gosta de ser mais mecânico, e precisa dessas materializações.

Mas se também podemos (e estamos no carril para...) fazer algo de mais profundo, que não é imediatamente visível, sendo porém uma busca científica, aprofundada e honesta. Porque não esse dom, sempre desenvolvido e tentado, que é um talento mais intelectual? Menos valorizado, por ser menos conhecido... embora exista?

 

"...With the advent of the Internet and social media, the world is literally at our fingertips. This has many benefits but it also gives rise to tensions

These developments bring challenges with them, for societies, groups and the individual. How does solidarity come about, now that old bonds such as church and neighbourhood no longer apply as a matter of course? How can we understand and explain these processes better from a philosophical, historical and social scientific perspective, and arrive at solutions?

Important social issues such as religion, language, identity and culture are closely interwoven. Researchers within the NWO theme Cultural and Societal Dynamics are addressing questions such as: What is the relationship between religion and social tensions? Does religion contribute to the integration of minorities and citizens’ participation, or does it obstruct them? How does the incomprehensibility of tax forms influence people’s perception of public bodies?

Scientific research within the theme Cultural and Societal Dynamics focuses largely on critical reflection on the developments, and on their thorough analysis and interpretation from different perspectives. Within the theme, participants such as anthropologists, historians, philosophers, art historians, jurists, political scientists, linguists, theologians, educationalists and psychologists are studying what binds, and what divides us."

~~~~~~~~~~~~~~

*The Netherlands Organisation for Scientific Research (NWO)

http://www.nwo.nl/nwohome.nsf/pages/NWOP_8T2H9A_Eng

**Tanto mais que hoje (mais precisamente 6ª feira 14) acabámos uma interessantíssima conversa com um querido colega com esta ideia: "Que cola está a faltar para ligar tudo isto?" O  que é a Cultura? Mas aqui saberão que os nossos primeiros projectos, fossem SAAL ou semelhante - ainda integrados no IV Plano de Fomento Nacional, no tempo do Governo de Marcelo Caetano - não visavam um «design de floreados», uma arquitectura de ricas mansões, mas acudir a clandestinos: para que não proliferassem pelo território em «mancha de óleo»? Como na Brandoa, e o que lhe ficava imediatamente a Poente, na Serra da Mira? A prioridade era que as habitações tivessem Instalações Sanitárias, Água Canalizada e Esgotos? Porque a Electricidade e as Águas Quentes viriam depois? 

Por nós foi há 40 anos que começámos a trabalhar, e em 40 anos, à nossa volta, fez-se de mais...? Ou muito pouco...? 

E muito mais se deveria ter feito, porque 40 anos é muito tempo? E o que se fez, mais do que agora, em que hoje há tantos meios, porque está desarticulado? Onde está a cola ou a pasta para cimentar o que se fez?

Porque se vive numa desarticulação diabólica, e se desconhece o simbólico

NOTA: as palavras sublinhadas referem o sentido Etimológico inicial - é isso que queremos dizer - e não as significações usuais. 

E em  http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/48124.html há leituras que se recomendam


13
Dez 12
publicado por primaluce, às 08:30link do post | comentar

... que maçada se a Indústria volta!

 

Por nós era bom que o «Álvaro» estivesse quietinho*, e não sonhasse acordado. Como quando chegou do Canadá e ainda estava a fazer o «levantamento da situação». Não mais prestação de Serviços Terciários!? Acha que a chave está na Indústria...!?

Para quê, se vem tudo da China, até perfis de estuque prontos a aplicar em sancas, em tectos, em paredes...

Não só os perfis extrudidos de poliestireno envolvidos a papel, mas também os de estuque, com metros e metros, que apesar de frágeis chegam em contentores...  

Negócios da China!

Como é negócio da China fazer que se faz e não fazer nada...!

Já pensaram que se a Re-industrialização for para frente é preciso Design? Virá da Europa do Norte, dos criativos Suecos, Noruegueses e Dinamarqueses, ou será dos criativos indígenas?

E os indígenas, tão talentosos...? Que andam de braços caídos e só os levantam para as teclas dos computadores: ainda saberão sentir, pelo tacto, pelo cheiro, pela aparência visual; também pelas características técnicas, os materiais que vão usar nessas obras? Ainda se extraem Pedras em Pêro Pinheiro, Vila Viçosa?

Saem de Portugal em bruto, ou exportam-se produtos acabados, com valor acrescentado? 

Ainda existe alguém de uma geração pioneira, dos que foram fazedores?

Ou há que começar do zero, como parece que vai acontecer na Indústria?

Serão Agro-indústrias, a Fileira da Madeira e do Mobiliário vai (re)erguer-se?

Ou será da zona da Marinha Grande, dos Vidros e dos Moldes para Plásticos, que sairão os que ainda têm/guardam competências?

Afinal o Sector da Construção é regenerável? Não apenas virado para a Recuperação do Património que não acontece, mas para o Design e para a Indústria Exportadora?

*http://sicnoticias.sapo.pt/economia/2012/12/13/ministro-da-economia-diz-que-salarios-so-aumentam-quando-pais-voltar-a-crescer

"A VER VAMOS" - diz o cego

Alguém acredita que as pessoas queiram trabalhar?

Por nós vemos os Negócios pelas Horas da Amargura: sem dúvida que

«o Ócio é o que está a dar...»


12
Dez 12
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

Ao que nos parece, relativamente ao título acima, muito há-de vir a mudar: deixando a imagem de ser, forçosamente, associada à criação do Belo e da Arte.

Porque nem toda a Escrita é Literatura, e assim como muitas vezes é apenas indicativa e informativa, também a Imagem é, frequentemente, apenas Mapa ou Sinalização e Indicação.  

Em Paris, Laurent Gervereau tem contribuído para que este processo de clarificação avance, tendo sido criado L'Institut des Images. Tem como objectivo a compreensão (descodificação) de todos os tipos de representações: 

"L’Institut des Images rassemble des chercheurs du monde entier spécialisés dans le décryptage de tous les types de représentations."

Ver em:

http://www.decryptimages.net/

http://en.wikipedia.org/wiki/Gervereau

http://docpatrimoine.agroparistech.fr/spip.php?page=article&id_rubrique=29&id_article=68

http://gervereau.com/reactions.php

Em Iconoteologia, vamos também contribuindo para esse processo que pode ajudar a compreender vários preconceitos e muitas ideias (mal) acabadas, que deveríamos incluir num fundo geral que é o Inconsciente Colectivo:

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/


09
Dez 12
publicado por primaluce, às 16:00link do post | comentar

...oposta ao gozo de uns minutos de euforia. Depois, quem fez obras como Niemeyer, foi constituindo equipas que perfaziam as suas ideias e os seus esboços iniciais.

 

Há quem se ufane de ter "Ideas" bombásticas*, e de píncaros atingidos em minutos, ou apenas em segundos. Tudo isso graças a um simples clic, de imaginação e inventiva (que é sabido existe!).

Mas, frequentemente, esses «autores» esquecem-se de que nada é apenas fruto do instantâneo. Esquecem-se que ao longo da história as grandes conquistas e avanços são o resultado de trabalhos incessantes.

É o caso da constância da vida de um Niemeyer, cujas ideias não se esfumam no tempo, e que serão certamente, cada vez mais, motivo de reflexão. 

É também o caso do trabalho de todos os políticos, urbanistas, arquitectos, engenheiros, que não projectaram obras efémeras e olharam para a frente, e para o mundo, traçando metas e caminhos a realizar.

Podem ter começado por um simples gesto, não mais do que um risco numa folha branca, mas a sua materialização envolveu depois estudos, para definição de detalhes, e de meios; houve custos e investimentos incomparavelmente maiores do que o «flash» da invenção. 

Repete-se muitas vezes - e numa Escola deveria não ser esquecido, porque se deve instilar na mente dos alunos - que o sucesso, e o adquirido é fruto de muito trabalho.

Dos 95% de esforço e 5% de inspiração, nem sequer a inspiração é, sempre, a ideia ou o tema desencadeador (e motor) do desenvolvimento do trabalho. Em geral, nos 100% de trabalho, ou estando já muito feito (talvez pela metade - nos 50% do esforço feito), é quando se começa a dominar melhor a questão. É então que na mente brilham ideias excelentes. É então que se pode revelar o Artista, com letra grande, capaz e hábil bastante para fazer articulações e junções nunca antes feitas; para propor ideias nunca antes expressas ou propostas**.     

A nossa noção de Design é sinónima de Projecto e lembra-nos Owen Jones, William Morris, Pier Luigi Nervi, Bruno Munari, ou, inclusivamente, o português Edgar Cardoso. É dele a frase:

"Fazer sempre melhor do que se fez e do que se sabe que foi feito"*** 

~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Bombásticas no sentido literal: de bomba - de tinta em spray, e de cartazes colados que duram pouco mais do que uma semana - o tempo de uma qualquer campanha publicitária.   

**As questões metodológicas são essenciais numa disciplina (prática) de projectos: onde essa habilidade e destreza devem vir ao de cima. Porque esse é o tempo, já não de recolher informações, mas de ser operativo («operando» as necessárias sínteses).  

***Conseguir espantar e confundir os outros com efeitos fátuos e fogos de artificio, em geral não é trabalho, nem obra. Será na passagem do ano na Madeira, mas no quotidiano das sociedades, em vidas que são mais de formigas do que de cigarras, esses efeitos são tropeços; obstáculos em relação ao que é essencial (nesta sociedade que está meia-perdida...). Por fim, como mostra o exemplo do link, pode acontecer que a Publicidade que suporta alguns «graçolas», não esteja de acordo com os seus «pontos de vista»? Que ainda haja algumas perspectivas sérias nos nossos quotidianos? 

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=605598

http://sicnoticias.sapo.pt/mundo/2012/12/09/emissora-australiana-promete-rever-politica-de-difusao-apos-morte-de-enfermeira

Pode parecer que tudo isto não tem a ver com Design e com Projecto, acontece que esta «disciplina» - falemos dela em português ou inglês - é a essência entre os actos reflectidos e os irreflectidos 


06
Dez 12
publicado por primaluce, às 18:00link do post | comentar

Sabemos avaliar/reconhecer o imenso valor dos 104 anos de uma vida como a de Oscar Niemeyer?

 

Que alguém como um verdadeiro herói, quase «semi-deus» - como eram os heróis dos gregos e romanos - tenha vindo olhar para o mundo, e tenha querido melhorá-lo? 

Já que em geral é essa a tarefa dos arquitectos - criar de novo, ou recriar e actualizar; mudar, reinterpretar e reinventar... 

E sobre os nossos Temas - os Diagramas e os Ideogramas para os quais olhamos e nos questionamos - onde estão eles: será que existem (ou existiram conscientemente) na obra de Oscar Niemeyer?

Porque razão quis o autor organizar a capital do Brasil - Brasília - como se fosse a Planta, ou o Esquema Geral de um avião?

E isso sente-se, quando se vive, percorre e atravessa a Cidade?

http://noticias.sapo.pt/especial/oscarniemeyer/vida/artigo/1163130.html

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/


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