... e hoje queremos lembrar o Vítor Simões
Conforme se explicou quer quando fizemos Primaluce, quer mais tarde quando criámos o espaço/blog que o complementa a que chamámos Iconoteologia, o objectivo seria sempre o de divulgar as Primeiras Luzes de conhecimentos que segundo supomos se esqueceram e têm estado perdidos durante séculos. Mas que estão visíveis na Iconografia de várias obras antigas, e em monumentos arquitectónicos.
Obras que entendemos serem de valor patrimonial e repositórios (verdadeiros arquivos de informações), como de facto são, e para nós assim têm funcionado, relativamente a inúmeras notícias vindas do passado.
Se há uns fanáticos da metodologia que a reivindicam - em nossa opinião mais do excessivamente, limitando assim toda a liberdade de pensar e de obter informações, que estão por demais evidentes na iconografia das obras antigas. Se esses «exagerados» referem repetidamente a necessidade de delimitar e definir, com todo o rigor, as fontes de informações; a esses lembramos que as nossas fontes são as imagens que vamos apresentando: iconografia que aos poucos fomos associando, e que coincide com o que se vai encontrando escrito, embora muitas vezes por outros nomes, e com outras designações.
Informações que muitas vezes surgem apenas no fim dos artigos; no fim dos dicionários de símbolos e respectivas entradas; em notas de rodapé, etc., etc., etc. Por isso acrescentamos agora: a que em geral não se dá a devida importância, pois aparecem como pequena justificação, final, e quase em tom evasivo.
Facto que já encontrámos em vários autores, e não nos parece tão desprezível, quanto esses mesmos autores fazem crer: i. e., desvalorizando os seus próprios conhecimentos, que no fim de alguns artigos, apesar de não acreditarem integralmente nessa possibilidade, no entanto ainda registaram.
Os que exigem metodologias científicas (em áreas em que tal nunca sucedeu!), e que, como podemos ver, tão simplesmente desejariam apenas que nos calássemos (talvez como a CITAR da UCP-Porto?); todos esses, de metódico têm nada. Já que nunca passam, ou algum dia passarão um risco: são pessoas que não se atrevem a ter opiniões inovadoras!
Note-se que em geral também escrevem e falam do que já está feito, sem se envolverem e nunca riscando (ou projectando) nada! São pessoas que exigem aos outros a definição de Categorias e de Nomenclaturas - como se quisessem ter muitas caixinhas para tudo encaixar? Ou «cápsulas» para encapsular a realidade*? Mas quem faz - e está habituado a fazer - não fecha, abre! O seu método é EXPERIMENTAL.
Quando estamos perante a Iconografia antiga (medieval ou de génese anterior - e lembre-se o que George Hersey explica sobre os Tropus, as associações de ideias e o processo de criação de alguns ornamentos), muito de nós recorremos a dicionários de símbolos: mas quem consegue ter presentes todas as informações dos dicionário de símbolos para ler uma obra e para a interpretar?
Se não tivermos prática e «técnicas» - Arte ou Habilidade (e isto é o que a palavra inicial significou) - não há interpretações nem exegeses das obras que sejam possíveis!
Antes de mudar de assunto, note-se que exportámos algumas das informações dos De archa Noe, para Iconoteologia**,
porque hoje queremos lembrar o Vítor Simões.
Pois se há instituições que mudam e se descaracterizam, alguns ainda temos a memória do que foram. Do entusiasmo, das várias actividades desenvolvidas; e sobretudo da entreajuda essencial que houve, e permitiu fossem possíveis algumas acções (nem sequer institucionais).
Serão hoje designadas «projectos extra-curriculares»? O nome só interessa aos muito «metódicos»? Aos «metodistas e metodologistas» que precisam de designações e nomes muito pomposos para actuarem? Para se integrarem naquilo que se deveria tentar ser e fazer todos os dias:
ser boa pessoa, honesta e disponível. Com vontade de ser útil e colaborante no que é lógico e faz sentido? Ser expontâneo, não ficando à espera de ordens ou solicitações! O Vítor Simões foi nosso aluno, um ou dois anos. Depois, durante anos foi um óptimo colega! Partiu cedo de mais, tinha as qualidades que descrevemos...
Guardo este Cartaz que se ofereceu para imaginar e executar em Abril de 1999, qaundo houve uma conferência sobre o Palácio de Monserrate:
A ideia de haver um Património Nosso, que nos implica numa responsabilidade específica, foi do Vítor - que incluiu a frase de modo a não ser esquecida. Fazendo-nos ver todo o seu entusiasmo por algo que lhe parecia importante!
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*Julgamos tratar-se de um metodologismo obsessivo, que em última análise não tem fim? Porque cada ideia se exprime numa só palavra, que se torna num Átomo. E depois cada átomo (isolado) não forma moléculas, que não se reúnem nem formam matéria. Enfim: o tal metodologismo obsessivo e absoluto conduz ao nada, porque destrói e isola os referentes com que todos pensamos...