Dando continuidade às reflexões anteriores - que o Verão claramente permite - fica nítido que a indefinição é uma porta aberta para aquilo que são faltas de método e de planeamento...
Sem limites, e com dificuldades físicas bastante difíceis de gerir, naturalmente fomos prolongando, e dando continuidade, mas também dando respostas, à nossa própria curiosidade.
Talvez como num brainstorm em que espontaneamente as respostas vão surgindo, quase sem limites, assim a curiosidade conseguiu ir encontrando mais respostas, mais dúvidas, e outra vez mais respostas, como normalmente estas se encadeiam.
Com dificuldades crescentes, incompatibilizáveis com as posturas de enorme rigor que um doutoramento exige, e sem «parceiros» à altura; ou possuidores de metodologias claras, e positivas, que nem uns nem outros as apresentaram (havendo apenas a ideia vaga de um "Corpus sobre a Narratividade Visual"). Num ambiente de total indefinição e desorganização, encontrámos o terreno óptimo para aquilo que no nosso íntimo mais se impunha: a normal satisfação da curiosidade.
Por isso, ironicamente, é aos que menos queriam os nossos progressos, que eles se devem!
E agora sem ironia - porque da vida de projectos sabemos que "o que tem que ser tem muita força!"; desta frase que ilustra bem as falhas do sistema e de todos nós. Bem como a desorganização que permite a entrada nos processos de factos e meios que lhes deviam ser estranhos. Assim, ontem como hoje, ainda bem que encontrámos o espaço para a satisfação da curiosidade.
A Universidade está a perder um Doutor? A mesma Universidade que está nas Ruas da Amargura? Claro! Seria mais grave se um doutor perdesse informações fabulosas, deixando-se enclausurar em metodologias mesquinhas de académicos*.
Que voltem coerentes, lógicos e acordados para a vida!
(deseja-se)
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*O que é a "Narratividade Visual" para um Historiador da Arte? Ficámos a saber: "Clic! Clac! Gare... Quel tintamarre!"
O que pode ser "Narratividade Visual" para um arquitecto que lida com a imagem em termos profissionais, há cerca de 40 anos?
Alguém que habitualmente termina uma Memória Descritiva com: "As peças desenhadas que a seguir se apresentam (...) definem o que se pretende construir...". O que será "Narratividade Visual" neste contexto? Algo muito diferente da Vida (de olhos abertos)? Ou do Cinema?
Imagem de L'interjection - Lecture et Recitation, Grammaire Cours Supérieure, Librairie Larrousse Paris