Há quem não registe nada, seja desatento e não se preocupe com a coerência: seja ela das pessoas, das suas memórias e actos, ou até, eventualmente, dos actos e das memórias das instituições.
Não é o nosso caso, sobretudo quando tendo planeado um trabalho o mesmo é objecto de dificuldades que, uma a uma, são levantadas pelos que teriam o maior interesse (e até vantagem...) na sua concretização.
Também aqui sabemos quem são uns e outros, assim como os próprios sabem das «vantagens» que tiram em esconder os trabalhos alheios, sobretudo quando são bem feitos...
Mas antes isso, do que colocarem-se na situação de autores daquilo que não imaginaram, não produziram e não lhes pertence. Aliás, uma boa parte dos problemas que temos estão exactamente por aí...
Porém, e indo em frente - já que da mediocridade não reza a história - desde há quatro anos que precisávamos de fazer aquilo que agora foi possível realizar. O que deveriam ter sido férias, e um descanso talvez merecido (?) foi uma recolha de imagens que anda atrasada quatro anos: quando pedimos para nos darem o tempo que é normalmente necessário para completar pesquisas, recolher imagens, e organizar informações obtidas.
Enfim, as despensas sabáticas não são férias, são trabalho! E só as impedem os que têm medo dos resultados de pesquisas e de investigações.
Neste caso estamos perante mais um dos vãos todos diferentes, e de iconografia riquíssima, patente nas fachadas da cidade do Porto. Sendo aqui, particularmente interessante, a analogia que se pode fazer entre algumas imagens que incluímos no trabalho dedicado a Monserrate*, e a que se agora apresenta**.
Devendo lembrar-se a este propósito, que, se há caso em que não temos culpa da cegueira alheia, ou da incapacidade de reconhecer e comparar imagens, este é o caso:
Não temos culpa da cegueira e da ignorância de muitos dos que nos rodeiam!...?
Ou temos? E então há muito mais a acrescentar...?
Pois a falta de nível a que se assiste no Ensino Superior tem a ver com relativizações e tolerâncias que nunca deveriam ter existido, da parte dos mais velhos; que conhecem e sabem que estão a compactuar com percas sucessivas das gerações abaixo da sua? Incluindo aqui os sucessivos Ministérios da Educação e Ensino Superior, principais responsáveis pelo que se passa!
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*Ver em Monserrate uma nova história, p. 266, figs. 97 e 98, assim como as alusões feitas a estas imagens na p. 60.
**Dedica-se a imagem da bandeira do vão central à Cristina P. e às suas pesquisas sobre COR:
pois como tive oportunidade de lhe explicar, no mundo antigo os «diagramas polivalentes» não serviam apenas para explicar as harmonias do SOM, mas também as da LUZ e da COR. Fenómenos físicos que até muito tarde foram tratados de modo bastante análogo.
Será preciso continuar a mandar imagens, informações e outros valores para fora, porque em Portugal estas matérias não interessam?