Claro que não (e nunca) foi essa a intenção dos estudos do nosso mestrado. O objectivo era progredir na carreira docente, porém, muita coisa correu ao contrário do previsto. Depois, se as descobertas que fizemos têm servido para incomodar os outros, ainda bem!

Pode-se dizer que aqui o contrário do previsto foi altamente positivo, a sorte grande que nos saíu!

Geralmente é o que se espera de tudo o que moderniza, promove, move, agita, desinstala etc., etc., etc. 

Numa palavra, aquilo que traz progresso.

Estávamos, e muitos assim continuam, «empedernidos», numa visão da História da Arte feita à maneira de Darwin, mas que não contempla, como Darwin pode reparar, nos mais pequenos detalhes de cada família zoológica.      

Nos Estilos Arquitectónicos não é de sinais «biológicos-funcionais» que se trata, como na zoologia, mas de sinais que foram ornamentos (significantes). Enquanto Darwin perscrutou, com grande acuidade, os vários sinais das diferentes classes taxinómicas, os vários autores e estudiosos que estudaram os estilos, não conseguiram atingir um nível de detalhe, diríamos (quase) equivalente. 

A sua sensibilidade foi menor, e os que se seguiram aos pioneiros - como Arcisse de Caumont e Gerville (em França), ou a Horace Walpole, Thomas Gray, John Milner, Rickman (ver em http://primaluce.blogs.sapo.pt/2012/01/01/*) e tantos, tantos outros... - com a passagem do tempo, os novos investigadores, passaram a ver os estilos como informações altamente banalizadas (ou até contáveis). E embora na Internet hoje haja óptimas informações**, isso não significa que a Cultura Visual, objectivo do ensino da História da Arte, tenha saído ampliada. 

Faz hoje 10 anos era Sábado, e cerca das 17 horas, saí da Biblioteca Nacional, depois de várias leituras de enfiada, com a certeza de que o que tinha estado na origem do Estilo Gótico, fora um Símbolo Gótico, tradutor do Filioque. Quanto ao resto, no dia seguinte era Domingo, houve eleições, ganhou o PSD com Durão Barroso, pronto a descobrir e a afirmar que o país estava de tanga. Depois disso, «as tangas» ficaram decretadas e não pararam de proliferar; quanto a nós tínhamos feito uma descoberta inimaginável!

Resta perguntar até quando é que o país, e todos nós, temos que viver rodeados de tangas***?            

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*Ver também em Monserrate, uma nova história, cujo título inicial (o do «mestrado incomodativo» feito na Fac. de Letras) vai direito à questão historiográfica: A Propósito do Palácio de Monserrate em Sintra - obra inglesa do século XIX - Perspectivas sobre a Historiografia da Arquitectura Gótica.

**Como estas que se seguem "Le terme d'art roman, définit, en histoire de l'art, la période qui s'étend de 1030 à la moitié du XII^e siècle, entre l'art préroman et l'art gothique. Il est forgé en 1818 par l'archéologue normand Charles de Gerville et passe dans l'usage courant à partir de 1835. (http://fr.wikipedia.org/wiki/Style_roman)". Ou sobre a Arquitectura Gótica: "L'architecture gothique (ou art français, en latin francigenum opus) est un style architectural qui s'est développé à partir de la seconde partie du Moyen Âge en Europe occidentale."

(http://fr.wikipedia.org/wiki/Architecture_gothique)"

***Hoje, a imagem que se seguiria, voou para http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/

Todos sabemos que as grandes edificações, ou os locais onde estão implantadas, podem ter tido diferentes usos ao longo do tempo. Por exemplo, em Portugal, no caso de alguns templos ou igrejas, é possível encontrar situações em que no mesmo território esteve primeiro um templo pagão, depois moçárabe, depois mesquita e depois igreja cristã. Apesar de sabermos isto, hoje no Público é contada, em brevíssimas palavras, a evolução histórica ocorrida nos sítio onde hoje se localizam as ruínas do Patérnon. Passamos a citar uma sequência que desconhecíamos* (sobretudo desde Péricles, até antes do século XIX):

"O Partenon, templo mandado construir por Péricles no século V a.C. em honra à deusa Atena, filha de Zeus, foi edificado pelo escultor Fídias no mesmo local de uma antiga construção destruída pela invasão persa de 480 A.C.
No século VI, durante a I Cruzada, o Partenon foi convertido em igreja católica dedicada à Virgem Maria, saqueado e alvo de destruição durante os ataques do veneziano Francesco Morosini, no século XVII, e mais tarde transformado em mesquita durante a ocupação otomana, altura em que se perdeu todo o telhado devido a uma explosão de munições que os turcos guardavam no mesmo local.
Finalmente, no século XIX, o embaixador inglês Thomas Bruce, duque de Elgin, em contactos com os militares otomanos conseguiu remover uma grande quantidade de esculturas e altos relevos de Fídias e que se encontram desde essa época no British Museum, em Londres."

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*Ler em:

http://www.publico.pt/Cultura/portugal-sem-ministerio-da-cultura-e-uma-loucura-diz-ministro-grego-1537775

Devendo acrescentar-se que o artigo toca num ponto importante: a existência de um Ministro da Cultura (mesmo que sem dinheiro), que pode actuar como um agente e promotor da cultura do seu país - dentro e fora de fronteiras.    

Ver também:

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/

"Isto de estar vivo... com uma prosa risonha..., o prazer da frustração..., e as súcias chungas..."*, em que se está mergulhado - há que acrescentar, levam-nos a querer ir mais longe. A fazer um esforço, tentando aprender mais. Agora sobre Figuras de Retórica e Figuras de Estilo, com L. Gervereau (mesmo que sem topos!).

Por outro lado também ampliámos o espaço para as imagens de origem iconoteológica**  

apesar do país e das saudades, há que ser feliz!

http://www.youtube.com/watch?v=mYrOrgCHDUE

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*http://aeiou.visao.pt/quando-o-diabo-reza-de-mario-de-carvalho-a-apresentacao-de-ricardo-araujo-pereira=f634973

**Ver em

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/

Uma história em que a Catedral, quase única, e os registos que ficaram - escritos ao longo da sua construção - são um dos grandes tesouros (mesmo que escondidos) da cidade.

Invulgar e brilhante é esta síntese. A prova de que o design pode manter tradições do mobiliário antigo: a passagem das formas da arquitectura, às peças de pequenas dimensões, e ao equipamento móvel.  

Oh cadeira fascinante, quem te inventou? 

Ficam felizes os olhos que te vêem,

palpitam de emoção os corações:  

as mentes que não te esquecem...

(e aqui, agora, reforças os modilhões de Monserrate; a imagem italianate, que era desconhecida!)

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E mais uma vez vejam L. Gervereau, ao que parece estamos em sintonia sobre o

ver

http://gervereau.com/regards.php 

Ici on remercie à M. Laurent Gervereau d’avoir publié quelques notes sur Monserrate, et nos trouvailles sur l’Architecture Gothique, en Monserrate, uma nova história, par - Glória Azevedo Coutinho. Livros Horizonte (éditeur), Fev. 2008. Enregistré ISBN 978-972-241528-6 Voir:

http://gervereau.com/reactions.php

Who i­s Laurent Gervereau ?

Qui est Laurent Gervereau ?

Lisez à :

http://gervereau.com/parcours.php,

Car il s’agit d’une histoire de vie absolument fascinante.

Voir aussi le grand nombre de livres qui sont publiés.  

http://gervereau.com/traces.php

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Em português existe este trabalho que se aconselha vivamente.

http://www.almedina.net/catalog/product_info.php?products_id=3722

E, enfim nunca desistir:

http://www.youtube.com/watch?v=lLJW0FrQlAM

É uma forma de se poder dizer que a Comunicação Social nem sempre falha à verdade?

http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2012/03/06/portugal-tem-baixo-indice-de-igualdade-entre-homens-e-mulheres-mas-supera-medias-europeia-e-mundial

Em contrapartida há "Janelas de Princesa", e nunca se ouviu falar em "Janelas de Príncipe"... 

São Rosas Senhor, são Rosas!

Em posts anteriores abordámos as listas de informações, de conhecimentos, de acontecimentos, etc. que Umberto Eco, tem tratado a ponto de escrever um livro sobre a Vertigem das Listas. 

Também nós, por exemplo em cada projecto temos que cumprir uma lista de itens e quesitos. Por outro lado, os Programas de Ensino de qualquer disciplina, são isso: listas de conhecimentos a transmitir aos alunos, para os preparar para os seus trabalhos profissionais. 

Porque, como muitas vezes lhes dissemos - aos próprios alunos - conhecer os materiais implica levá-los para a obra, preparados para entrarem no momento certo, e serem integrados, pelos operários na edificação: é todo um processo, em que cada fase segue numa ordenação cronológica. Ou, falando de pequenas tarefas, e de objectos menores (que por vezes implicam uma muito maior complexidade, do que uma edificação), também nesses é absolutamente necessário que os seus projectistas, ou designers, dominem, perfeitamente, as respectivas técnicas de produção, e as sequências das mesmas.

Como prometido no passado dia 25 de Fev.*, aqui está um exemplo dos apontamentos que produzimos (entre 1976-78 a 1980) para os nossos alunos 

*http://primaluce.blogs.sapo.pt/83759.html

A maior utilidade de saber desenhar é aprender a ver. Registar o que se viu, e depois ver sempre melhor.

Faz hoje 10 anos que ao olhar para a fachada de Seteais (abaixo) - como aparece reproduzida num livrinho de 1830* - esta gravura constituiu para nós uma importantíssima fonte de informações. 

Percebemos, que este conjunto de Arcos Quebrados, integrados no palácio de Sintra, que foi construído pelo Cônsul da Holanda em Portugal, Daniel Guildmeester, eram, sem dúvida, «descendentes directos» da Arcaria do Aqueduto das Águas Livres, no Vale de Alcântara. 

Escusado será dizer, ou explicar com bastante mais pormenores**, que uma imagem como esta, que é capaz de dar informações como as que aqui deixamos (e sobretudo as informações que não há espaço para deixar...); para quem tem treino de visão, uma imagem assim vale muitíssimo mais do que mil palavras!  

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*Portugal; or the Young Travellers: Being some account of Lisbon and its environs and of a Tour in the Alemtéjo, In Which The Customs and Manners of the inhabitants are faithfully detailed. Harvey and Darton, London 1830.

** Vejam em Monserrate uma nova História, em especial o que dedicámos ao Aqueduto das Águas Livres (pp. 60 a 74). Poderão perceber que deixa de fazer sentido falar em Revivalismo do Gótico: pelo menos com a enorme superficialidade com que hoje ainda se fala... 

........................Nota........................

Considerando o facto de estarmos cientes, a partir de 2002, que a História da Arquitectura do Ocidente (europeu), como normalmente é ensinada, perdeu muito, relativamente àquilo que foi inicialmente. Na perspectiva de se estar perante uma Iconoteologia, isto é, de um modo de lembrar por imagens inscritas nas edificações, de acordo com regras específicas da Geometria, o essencial da Teologia Cristã. Face aos desenvolvimentos que as nossas teses têm tido, e às certezas que estão adquiridas (o tempo das "primeiras luzes" já passou), decidimos avançar dando a este blog uma nova designação:

a Primaluce é acrescentado - Uma Nova História da Arquitectura