Uma culpa boa, claro que é um mérito. E neste caso, esse mérito vem do conhecimento que tivemos de estudos e trabalhos académicos feitos na HAWK -Faculty of Design de Hildesheim, na Alemanha.
Por nossa iniciativa temos olhado, sob vários ângulos, para pequenos animais. Alguns bivalves e moluscos, em especial as suas carapaças (calcárias) - como as das conchas e ouriços - que têm formas fascinantes, altamente sugestivas.
Dir-se-ia que, quanto maior for a curiosidade posta no olhar - a atenção com que se vê, analisa e imagina (ou «idealiza» na mente) - mais certos podemos ficar da capacidade que esses pequenos animais tiveram, influenciando a criação de novas formas.
Ou até, e estamos convictos, porque temos provas destes fenómenos de transposição das imagens da natureza para pequenos e grandes objectos, isso também pode acontecer na arquitectura.
No caso de Monserrate são inúmeros os exemplos, sendo que alguns dos mais bonitos (opinião nossa), estão nos estuques de Domingos Meira; nas guardas das escadas de pedra, e na bacia de um lago, também de pedra. Este colocado no meio da casa, do Corridor e do Octógono Central. São padrões vegetais com folhas de heras e de plátano, e nalguns locais chegam a incluir pássaros...*
Claro que vistos «por menor», seriam infindáveis os exemplos, mas agora queremos apenas lembrar o Design Biónico.
Enfim, a culpa (boa) de termos olhado de novo para os Ouriços
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*Ver em Monserrate, uma nova história (IIIº capítulo, e estuques)
Ver também em:
http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/4757.html,
onde se tenta mostrar a unidade e coerência subjacente aos estilos e sua iconografia.