Só quem quer avançar - o tal «p'ráfrentex» em que muitos se posicionam - é que se dedica ao estudo do que já passou. Laurent Gervereau escreve sobre a paixão da história que existe nalguns países, e por cá? Apetece perguntar: como vai o ensino do passado em todas as suas vertentes: A «Nova História» a que faz sentido estar atento, e onde sociologia, antropologia, iconografia, os factos políticos, os avanços técnicos, etc., etc., etc., se devem cruzar? Vai no grande depauperamento que é habitual*, ou antes pelo contrário... ? Vai havendo progressos?
Estamos fascinados com (uma parte de) a obra de Christopher Alexander: aquela em que percebeu, parcialmente, a génese de muitas formas da iconografia. O nosso p'ráfrentex é este: do todo seleccionar o útil!
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Mas, acontece, como já se viu na investigação sobre Monserrate, que esse útil que seleccionámos, por vezes se assemelha «ao lixo dos outros». Enfim, reciclámos várias hipóteses que esses outros descartaram. Por exemplo, Regina Anacleto, não leu bem uma das suas principais fontes: Henry Russel-Hitchcock e o que escreveu sobre Ruskin e os Knowles.
E a autora Donatella Nebbiai Dalla Guarda, do «Institut de recherche et d’histoire des textes» depois de associar o Gótico ao Cisma (de 1054) - uma hipótese que André Malraux também colocou, abandonou-a, expressamente. Por isso dizemos que parecerá «lixo», visto terem sido materiais que tiveram nas mãos, e na mente, e que simplesmente descartaram.
Pela nossa parte não há «descartes», há Descartes, e racionalmente temos associado tudo o que nos parece lógico. Num outro exemplo, usando materiais fantásticos de Rudolph Arnheim, vemos que o próprio também desaproveita muitas das hipóteses, extraordinárias (de enorme perspicácia), que chegou a colocar!? É surpreendente... Dir-se-ia que faltam métodos novos para estudar a imagem: encontrar grelhas de análise, que sejam de facto sistemáticas. E «menos cegas e pouco assertivas», como nós próprios ainda não encontrámos.
Aliás, o que vai nas diferentes faculdades (cujos métodos conhecemos) - Belas-Artes, Faculdade de Letras - é uma queixa, quase lamúria**, sobre a inexistência de métodos que permitam esclarecer as dúvidas. Por nós se começássemos essa tarefa, «pedia-se ajuda» a Owen Jones.
E esta é uma ideia que deixamos: podem seguir ou copiar!

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*Chamamos depauperamento habitual, porque estamos também aqui perante as lições das Faculdades, neste caso a de Letras da Universidade de Lisboa, onde aprendemos tanto, e se assiste à negação daquilo que ensinam...
**Num dos casos ouvimo-las bem: "venham cá arquitectos, venham cá engenheiros! Ajudem-nos a esclarecer isto!" No nosso caso estivemos lá, e ouvimos isso... E demos soluções. Quem sabe, temos até a nota do dia e da hora em que se passou? No outro caso está escrito, no texto de um doutoramento, é só citar...
Avanços? Fazem-se sem lamúrias, com muito discernimento, e a aproveitar o que é bom. Sobretudo, colaborando, criando, inventando, e não com queixinhas académicas, a invocar metodologias «do outro mundo».
Parece do outro mundo, mas é a raiz do Pensamento: de uma frase célebre de Freud!