Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
31
Mar 12
publicado por primaluce, às 19:00link do post | comentar

E perguntar: Depois do que se tem deixado em Iconoteologia (blogs.sapo), fará sentido que haja uma nova História da Arte, própria para arquitectos, designers, e para todos os que vão trabalhar na criação de peças e de objectos, de forte pendente visual? Faz sentido que haja uma Cultura Visual, especificamente aprofundada? Para se aprenderem os sentidos iniciais das inúmeras formas que estão disponíveis? Havendo, ou não, catálogos dessas mesmas formas, como, por exemplo, fez Owen Jones?  

 
Depois a insistência chama-se ênfase e não «horror ao vazio»!

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/


30
Mar 12
publicado por primaluce, às 20:00link do post | comentar

Neste exemplo a identificação é total. Ninguém olha para o objecto final (foto abaixo), ignorando de onde vem a sua forma e inspiração.

Óptimo, porque aqui os olhos e a mente não precisam de fazer um grande esforço tentando lembrar e identificar a fonte original de onde este objecto provém.

(ver Primaluce em 28.03.2012*)

Pelo contrário, aqui a semelhança com as formas naturais é tão grande que se pretende dizer/sugerir algo mais às crianças. Ajudar a pôr a sua imaginação criativa a trabalhar: deixá-los inventar histórias e sonhos, talvez vividos no fundo do mar, ou num casulo de insecto, ou também, e porque não, um "just pretending" em que a sua casinha de bonecas é redonda: "...aqui fica o quarto, ali a sala, ali a cozinha..., a porta é oval... para espreitar o mundo exterior..."

E, etc., sonhem também, que faz bem!

Vejam fotografias e pensem no muito que vemos, mas que, simultaneamente, nos escapa:

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/5535.html

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*HAWK - Hochschule für Angewandte Wissenschaft und Kunst   

 Catálogo - Winter 2011/2012, p. 82


28
Mar 12
publicado por primaluce, às 11:00link do post | comentar

Uma culpa boa, claro que é um mérito. E neste caso, esse mérito vem do conhecimento que tivemos de estudos e trabalhos académicos feitos na HAWK -Faculty of Design de Hildesheim, na Alemanha.

Por nossa iniciativa temos olhado, sob vários ângulos, para pequenos animais. Alguns bivalves e moluscos, em especial as suas carapaças (calcárias) - como as das conchas e ouriços - que têm formas fascinantes, altamente sugestivas.

Dir-se-ia que, quanto maior for a curiosidade posta no olhar - a atenção com que se vê, analisa e imagina (ou «idealiza» na mente) - mais certos podemos ficar da capacidade que esses pequenos animais tiveram, influenciando a criação de novas formas. 

Ou até, e estamos convictos, porque temos provas destes fenómenos de transposição das imagens da natureza para pequenos e grandes objectos, isso também pode acontecer na arquitectura.

No caso de Monserrate são inúmeros os exemplos, sendo que alguns dos mais bonitos (opinião nossa), estão nos estuques de Domingos Meira; nas guardas das escadas de pedra, e na bacia de um lago, também de pedra. Este colocado no meio da casa, do Corridor e do Octógono Central. São padrões vegetais com folhas de heras e de plátano, e nalguns locais chegam a incluir pássaros...*

Claro que vistos «por menor», seriam infindáveis os exemplos, mas agora queremos apenas lembrar o Design Biónico.

Enfim, a culpa (boa) de termos olhado de novo para os Ouriços

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Ver em Monserrate, uma nova história (IIIº capítulo, e estuques)

Ver também em:

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/4757.html,

onde se tenta mostrar a unidade e coerência subjacente aos estilos e sua iconografia.


26
Mar 12
publicado por primaluce, às 12:00link do post | comentar
... que são imensas e enormes as potencialidades dos ouriços.

Comecemos por dentro, e por um corte vertical:

 

Na zona inferior, onde está bouche et dent, e também o trapézio amarelo, esse conjunto é ainda hoje conhecido como Lanterna de Aristóteles. Porquê?

E porquê ainda, as lanternas tradicionais (até de iluminação pública como em certas zonas de Lisboa), se aproximam desse aparelho de mastigação, ainda agora chamado Lanterna de Aristóteles? 

 

Será curiosidade, imaginação a mais?

Mantemos a ideia: foram e são enormes as potencialidades das conchas, dos ouriços, das flores... Enfim, das formas naturais, capazes de influenciarem as nossas opções quando se cria 


24
Mar 12
publicado por primaluce, às 11:00link do post | comentar

Os ouriços e o design. 

(as gálas e galinhas são animais demasiado complexos, preferimos os básicos, de geometrias simples, mas sugestivas)

 http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/3675.html


23
Mar 12
publicado por primaluce, às 09:30link do post | comentar

Sem modéstias. Tendo sido feito nos intervalos de uma greve (que nunca faremos). Entretanto foi um dia riquíssimo de leituras e de conversas. Sobretudo nas bibliotecas, e na livraria da Ordem dos Arquitectos.

Depois, Lisboa cheia de sol, continua linda...

E da Nova História da Arquitectura - a sua melhor perspectiva, - adquire-se na prática, a saber ver. A entrecruzar o muito que tem estado esquecido.

Depois há as fotos: de Aveiro - a longevidade da iconografia medieval*

Gozem o fim de semana e poupem água, antes que comecem os racionamentos!

~~~~~~~~~~~~~

*http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/3577.html


22
Mar 12
publicado por primaluce, às 12:30link do post | comentar

Só quem quer avançar - o tal «p'ráfrentex» em que muitos se posicionam - é que se dedica ao estudo do que já passou. Laurent Gervereau escreve sobre a paixão da história que existe nalguns países, e por cá? Apetece perguntar: como vai o ensino do passado em todas as suas vertentes: A «Nova História» a que faz sentido estar atento, e onde sociologia, antropologia, iconografia, os factos políticos, os avanços técnicos, etc., etc., etc., se devem cruzar? Vai no grande depauperamento que é habitual*, ou antes pelo contrário... ? Vai havendo progressos? 

Estamos fascinados com (uma parte de) a obra de Christopher Alexander: aquela em que percebeu, parcialmente, a génese de muitas formas da iconografia. O nosso p'ráfrentex é este: do todo seleccionar o útil!   

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Mas, acontece, como já se viu na investigação sobre Monserrate, que esse útil que seleccionámos, por vezes se assemelha «ao lixo dos outros». Enfim, reciclámos várias hipóteses que esses outros descartaram. Por exemplo, Regina Anacleto, não leu bem uma das suas principais fontes: Henry Russel-Hitchcock e o que escreveu sobre Ruskin e os Knowles.

E a autora Donatella Nebbiai Dalla Guarda, do «Institut de recherche et d’histoire des textes» depois de associar o Gótico ao Cisma (de 1054) - uma hipótese que André Malraux também colocou, abandonou-a, expressamente. Por isso dizemos que parecerá «lixo», visto terem sido materiais que tiveram nas mãos, e na mente, e que simplesmente descartaram.   

Pela nossa parte não há «descartes», há Descartes, e racionalmente temos associado tudo o que nos parece lógico. Num outro exemplo, usando materiais fantásticos de Rudolph Arnheim, vemos que o próprio também desaproveita muitas das hipóteses, extraordinárias (de enorme perspicácia), que chegou a colocar!? É surpreendente... Dir-se-ia que faltam métodos novos para estudar a imagem: encontrar grelhas de análise, que sejam de facto sistemáticas. E «menos cegas e pouco assertivas», como nós próprios ainda não encontrámos.

Aliás, o que vai nas diferentes faculdades (cujos métodos conhecemos) - Belas-Artes, Faculdade de Letras - é uma queixa, quase lamúria**, sobre a inexistência de métodos que permitam esclarecer as dúvidas. Por nós se começássemos essa tarefa, «pedia-se ajuda» a Owen Jones. 

E esta é uma ideia que deixamos: podem seguir ou copiar!

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*Chamamos depauperamento habitual, porque estamos também aqui perante as lições das Faculdades, neste caso a de Letras da Universidade de Lisboa, onde aprendemos tanto, e se assiste à negação daquilo que ensinam... 

**Num dos casos ouvimo-las bem: "venham cá arquitectos, venham cá engenheiros! Ajudem-nos a esclarecer isto!" No nosso caso estivemos lá, e ouvimos isso... E demos soluções. Quem sabe, temos até a nota do dia e da hora em que se passou? No outro caso está escrito, no texto de um doutoramento, é só citar...

Avanços? Fazem-se sem lamúrias, com muito discernimento, e a aproveitar o que é bom. Sobretudo, colaborando, criando, inventando, e não com queixinhas académicas, a invocar metodologias «do outro mundo».

Parece do outro mundo, mas é a raiz do Pensamento: de uma frase célebre  de Freud! 


21
Mar 12
publicado por primaluce, às 18:00link do post | comentar

Há dias escrevemos: "Perderam-se, dentro das mentes - ou nunca lá estiveram (o que é uma hipótese...), os receptores que permitem compreender aquilo que se vê!"

Este voltar a trás - para reflectir e repensar (sobre aquilo que se pensou antes) - é de enorme utilidade. Tal como no ensino, quando nunca se sabe quem mais ganhou, se os alunos ou os profs. (?), também as escritas proporcionam ondas de reflexões... 

Voltamos aos «receptores» que devem estar dentro das mentes. Na verdade, deve perguntar-se: dentro de quais mentes?

Ora quando há dias escrevemos (noutro local) um artigo em que se referia "o caminho para a solução.", e depois logo a seguir insistimos escrevendo - "na nossa própria metodologia..."; enfim, apercebemo-nos, claramente, que as duas expressões eram uma repetição, bastante útil. 

Os mais avisados notarão isso: que se trata de uma ênfase, e um reforço mútuo que uma expressão dá à outra. Os menos avisados, dirão que não faz sentido ter essa preocupação ou fazer esse tipo de raciocínio*.

Os «menos avisados» - e estes podem ser os consumidores, os que desfrutam, usam, gozam as obras. O «grande público», como lhes chamou Horace Walpole, ou as «massas medievais» de Jacques Le Goff, esses não se apercebem que quando um autor cria - seja ele quem for, e o tipo de obras que produza - se o objectivo for, mais do que fazer passar mensagens, criar no público o prazer de ver: um prazer básico, que é o equivalente «a saborear» um prato apetitoso. Pois nestes casos, como a cozinheira, esse que cria tem truques: que os usa, para que as suas obras, designs, ou o que quer que seja (também na música claro, aí é óbvio!) sejam preferidas, e adoptadas.

Por quem? Por um Gosto, que, por vezes, pode ser mais afectivo, do que intelectual. Mas definir um e outro, os seus limites: onde acaba o «gosto afectivo» e começa o «gosto intelectual», quem se atreve a fazê-lo? 

E nestes processos um dos grandes truques é dar ao público repetições daquilo que ele já conhece**. Porém, apresentado de forma completamente diferente, de modo a que não se perceba que é uma recriação. Apresentado repetida e enfaticamente, para que dentro da própria obra esteja o "blend" - as misturas e os ingredientes - de que "as papilas gustativas dos olhos", tiram o máximo prazer. 

Mas isto são floreados e flores, é a chegada da Primavera...

 
...e  P'RÁFRENTEX está o Verão

           ~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Por nós ficamos com a nossa ideia.

**Claro que devíamos calar e não ensinar truques (devem ensinar-se assuntos importantes, e não truques); mas eles são tão difíceis, ou os truques e receitas são sobretudo blábláblá, que só os verdadeiramente habilidosos (chamam-lhes artistas, e geralmente são os criadores que admiramos) os conseguem materializar. Criar, com sucesso, é conseguir realizar várias operações de síntese, extraordinariamente difíceis. Por isso, falar em «receita» não tem o menor inconveniente.

Depois, há diferentes vias, que se conciliam como em Monserrate...

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/2249.html


19
Mar 12
publicado por primaluce, às 18:00link do post | comentar

São palavras gastas e estafadas dos dias que passam. Pois muitos pensam que os empreendedores só «praticam» se trabalharem por conta própria. Se forem "free lancers", no seu cantinho, e na sua realidade muito «individualzinha».

Esquecem-se que cada um que põe o melhor da sua inteligência ao serviço de outros, e de uma organização, é também, sem sombra de dúvidas, um Empreendedor. Muito mais do que a cena miserabilista e penosa, que (parece?) alguns querem introduzir: pondo indivíduos solitários, desgarrados, e sem qualquer organização, com «armas de empreendedores».  

Mas quando isso acontecer, nem os pobres dos políticos têm quem trabalhe para eles; ou quem produza aquilo de que se alimentam. Enfim, é chegar ao fim da linha do que tem sido a «autofagia», do excesso de ganância!

Esquecem, mas inteligentemente, no último Prós e Contras*, alguns dos convidados lembraram-no. Aliás, acompanhando essa lembrança com expressões de pasmo e de admiração, dizendo: "Se os funcionários e os colaboradores das empresas não forem empreendedores, e não derem o seu melhor, então quem é que assume essa postura?"  

Enfim, começa-se a acordar para a realidade que tem andado escamoteada:

Funcionários desvalorizados, desprestigiados e apoucados, como «certas troikas» vêm a defender, farão número: sobretudo nas despesas do fim do mês. Mas ajudam pouco a um ping-ping, ao grão-a-grão, e ao gota-a-gota, das receitas que têm que ser sustentáveis (a entrar nas empresas).

 E que é bom sentir a chegarem ao longo de todo o mês, como recompensa dos trabalhos bem feitos! 

*http://www.rtp.pt/multimediahtml/video/pros-e-contras

Enfim, parece bom não esquecer a grande lição da crise: sejam pessoas ou países, da Grécia à China, tornámo-nos, todos, interdependentes!!!


17
Mar 12
publicado por primaluce, às 17:00link do post | comentar

Bonitinho mesmo era as «tangas» serem guardadas para uma época própria - o Verão seria no dia 1 de Abril, ou vice-versa - e não para o dia-a-dia.

O de todos nós que temos que as engolir; e o dos políticos e os outros «mentirosos-compulsivo-poderosos», que também as inventam! 

Mas, a língua portuguesa, mais do que traiçoeira é rica, tiremos daí as maiores vantagens.   

Vamos à praia apanhar ouriços, o oursin, ou sea urchin, de que nos falam os autores franceses e ingleses. Talvez também maravilhados, como nós ficamos (?), ao descobrirem a influência que as suas formas - e a de muitas outras espécies naturais - tiveram nas artes visuais. 

É preciso ensinar a olhar, e a ver, uma tarefa «iniciática», que é premente, dado o estado de letargia mental a que se chegou*! 

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/1918.html

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/2558.html

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*Perderam-se, dentro das mentes - ou nunca lá estiveram (o que é uma hipótese bastante verosímil...), os receptores que permitem compreender aquilo que se vê!


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