...que ao longo do tempo muitos têm visto como uma «máscara» - quase Carnavalesca* - sem se aperceberem da sua enorme semelhança, que a tem, com as obras do Gótico Tardio. Obras que em Portugal são chamadas manuelinas (e julgadas únicas!!!), mas que existem por toda a Europa, mais ou menos ricas em Ideogramas Medievais**. Sejam eles ornamentos ou formas estruturais.
Toda essa Iconografia são imagens que continuaram significantes (i. e., portadoras de ideias), e que por isso se aplicaram: não só na Idade Média, mas tendo continuado a ser usadas, durante séculos.
É o que acontece nos Açores, na Arquitectura Religiosa, mais tradicional
Há uma Nova História da Arquitectura que está para contar...
e que aos poucos, aqui, há-de ver a LUZ. Intercalada com a nossa própria história, mostrando como a formação mais completa e diversificada, a capacidade de discernir temas - visuais e linguísticos, a par de uma boa prática de transversalidade disciplinar, permitem progredir e compreender o passado***. Uma compreensão que embora nos pareça (a nós) facílima - e talvez também aos que nos incitaram a não desistir? - cada vez mais, com o tempo, vai-se percebendo como revela o enorme desnível cultural, dentro das próprias escolas, entre gerações de professores. Note-se, é muito mais entre gerações, do que entre pessoas da mesma geração, até com formações diferentes...
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*Ler alguns textos, por exemplo de J.-A. França, que embora muitíssimo perspicaz, nunca deixa de se colocar na posição de quem sabia como ia ser o futuro. Um futuro que não está a concretizar-se, passando a haver uma História da Arquitectura mal contada (com base no "Ornamento é Crime", de Adolf Loos). Porém, não deixem de ler o último parágrafo do trabalho, Monserrate uma nova História, na p. 160.
**Ver em: http://primaluce.blogs.sapo.pt/31804.html
***Como fez Antonio Castro Villaba, autor de Historia de la construcción arquitectónica. Edicions de la Universitat Politècnica de Catalunya. Barcelona 1999