Todos sabem que os arquitectos planeiam e pensam com antecedência...
Assim as confidências entre Ministros das Finanças, por mais inconfidentes que as câmaras de TV tenham sido, não só fizeram baixar os juros, como permitem aumentar a esperança.
Espera-se que o aumento dos prazos de pagamento das dívidas não seja apenas para sermos mais competitivos, taco-a-taco, com os países emergentes, como a China*. Mas que fiquem por aqui, que se derrame - como nos impostos antigos, que foram chamados «derramas» - sobre todo o país, e sobre todos nós (daqueles que mais precisam), cultura e informação: que são a base da verdadeira, e a melhor, competitividade. Veja-se a aposta que todos fazem no ensino, particularmente no Ensino Superior!
Que se tente aproveitar a margem que aí vem, para não deixar perder ainda mais, os valores patrimoniais antigos. As cidades, com a sua arquitectura histórica, devidamente recuperada, são, como todos sabemos, essenciais para o Turismo Cultural, que ainda é fonte de receitas...
Mais uma vez, não estamos a pensar em auto-estradas inúteis, e menos ainda em rotundas pirosas. Quem visitou Brasília, sabe a diferença entre cidades feitas para o automóvel, e as cidades europeias, de escala humana, construídas ao longo de milhares de anos. Parecem incrustações de tempos diferentes:
Se se pode dizer - usando a expressão de Hegel? - são diferentes camadas, a sobrepor o «zeitgeist» de cada época. Em que, de certeza, não faltaram confidências de políticos beneméritos? E de evérgetas**, como foram os imperadores romanos?
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*E outros países, que não têm políticas especificamente viradas para o bem-estar das sua sociedades, mas apenas para uma competição internacional, ainda agora baseada nos paradigmas do consumo: a privilegiar uma cultura das classes médias, que, ansiosamente (quase embrutecidas) querem chegar ao que sempre lhes faltou. E em simultâneo a descurarem as tradições antigas dos seus povos, a diversidade ecológica, a sustentabilidade...
**Se tivemos que aprender o «palavrão» e o seu significado, para entender a Arquitectura Romana, e logo depois a Arquitectura Cristã,
é bom que se use.
Sobretudo porque nada mudou, a não ser a nacionalidade do Imperator!