Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
29
Fev 12
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

… é ter fé (ou talvez apenas «fezada»?) num futuro melhor: ser confiante!

É confiar que com as nossas possibilidades de análise, e o tomar do pulso a uma situação que se apresenta, quase dramática – quer na comunicação social escrita, quer nas televisões; e não só do fim-de-semana, mas também da semana em curso. É acreditar que com inteligência e bom senso, muita «calma activa», vai ser possível superar a Crise.

O pior, contra a falta de optimismo, ou contra a falta de esperança, não é apenas a falta de dinheiro, é o desânimo. É o «desalmarem-se» as pessoas, que não conseguem buscar alma, ou espírito*, na pobreza da realidade contemporânea. Por não ser possível, por não estar lá nada!

Sem vida interior, e a viverem apenas do que lhes é exterior – que é em grande parte comandado pelos meios de publicação e de comunicação.

Ao sabor da máxima leveza, dos flocos e da muita espuma que enche os dias de todos nós, não há pensamento próprio; menos ainda capacidade para elaborar ideias mais complexas, que exigem continuidade entre vários conceitos que se articulam.

Em suma, não há alma… e todos ficam «desalmados»: que é uma palavra horrível, assim como a ideia que traduz!

Ser optimista obriga à manutenção de estratégias pessoais, que podem ser quase únicas – como as impressões digitais.

Parecerão assim, os optimistas estarem contra tudo e contra todos? Sobretudo dos que «bailam de cantarinha à cabeça»**, dizendo que vivem no «melhor dos mundos»? Ou são apenas pessoas diferentes - como provam as pontas dos dedos - a tentarem fazer o seu melhor? E por isso confiam em si, nas suas ideias e no seu trabalho, sem desistirem às primeiras...?

 

A imagem acima significou e representou o Ar e os Ventos, e na sua sequência o Espírito Santo***: por isso pode ilustrar, num total acordo com a Iconoteologia de que temos escrito, a nossa noção de Optimismo. Vem de: Como Reconhecer a Arte Barroca, Edições 70, Lx 1986, p. 14).

Interpretar este Diagrama Medieval, o que fizemos em 2004 e nos deixou absolutamente deslumbrados, é uma tarefa intelectual, espontânea (como nos aconteceu). Própria de quem domina a Geometria Tridimensional, e não para quem, levezinho/a, anda de fonte em fonte, a buscar água, de cântaro na «moleirinha»!

Como se diz no Brasil: "Quem sabe faz, quem não sabe ensina"! 

No nosso caso, foi dessa combinação - entre saber, fazer, ensinar (acrescida de muita ignorância, e da curiosidade que gera) - que ao longo da vida, a ler imagens e esquemas, adquirimos um treino muito razoável. O qual, sem as dificuldades dos alunos, ou o muito que também nos ensinam, nunca nos teria trazido a este ponto.

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*Se quiserem chamem-lhe Psique e Ânimo, que são termos diferentes, mas com significados muito próximos, na semântica antiga. Ou nas Etimologias – a que Isidoro de Sevilha deu a maior importância - por se aperceber que estava a tratar da raiz do Pensamento (?).

Também das Formas Arquitectónicas, acrescentamos nós, lembrando Laurent Gervereau e o seu Dictionnaire mondial des Images.

http://www.decryptimages.net/index.php?option=com_content&view=section&layout=blog&id=1&Itemid=56

**Vazia, sem nada lá dentro, para a vida ser levezinha...

***Em próximos posts daremos algumas informações sobre este Ideograma Medieval, já referido no trabalho dedicado a Monserrate, onde entretanto podem recolher informações em várias páginas. Ver op. cit., pp. 69, 264, 265, 272 e 273.

Voltaremos às listas de U. Eco, onde os conhecimentos se elencam, extraídos dos seus contextos habituais, e vamos celebrar 10 anos do início das nossas descobertas: que nos permitiram perceber a importância da imagem na História. Da Linguagem Visual, de que as Sinalizações e o Design Comunicacional, são herdeiros directos.      


27
Fev 12
publicado por primaluce, às 10:00link do post | comentar

... a festa e algumas mudanças vão ser aqui!

Porque:

Dentro de dias completam-se exactamente 10 anos, em que, era Sábado, e em Monserrate, na Assembleia Geral da AAM, folheámos um livro antigo onde estava uma gravura que nos levou a perguntar: "Mas onde é que brotavam arcos quebrados", "assim ...de enfiada"...? Para terem influído, talvez, nas opções de Gérard Devisme, para o "chateau" que construiu em Sintra, na Quinta dos Castro?  

Vamos contar alguns detalhes, e em linhas gerais o que se passou: como a nossa experiência profissional - de mais de 25 anos - nos permitiu começar a supor, e depois cada vez mais a ter certezas, da existência de enganos, alguns razoavelmente graves, na Historiografia da Arte. 

Se o que se passou na nossa vida, entre 2 e 16 de Março de 2002, foi alucinante (e fascinante), prolongando-se esse fascínio até hoje - mas agora já com o peso de muitas chatices, típicas de um país de «tontos»; depois, a partir de 2004, começámos a verificar que à nossa volta estava tudo «contagiado» (quase no sentido de doença...) pelo Código Da Vinci. 

Sem que se apercebessem, estivessem minimamente atentos, ou conseguissem compreender, que esse contágio nasceu de uma obra bem arquitectada, a partir das interrogações e inquietações que todos temos... 

As quais Dan Brown aproveitou, e explorou, em todos os sentidos!

Pela nossa parte, que propositadamente lemos muito mal esse livro - em diagonal e já depois de 2005 - não há esse tipo de segredos! Há, sim, uma história cheia de lacunas, em que a maioria são esquecimentos; embora possa haver casos em que, propositadamente, se afastaram e baniram informações que o Poder (político-religioso) considerava perigosas.

Mas, por outro lado, e este ponto parece-nos importante, há, de facto, nas cidades antigas, ou que remontem só ao início do séc. XX, proliferantes, e nos mais variados suportes, imensas imagens que entram - «olhos adentro», de todos nós - todos os dias. E sem que haja essa percepção, a referida iconografia «informa» (deixando perguntas latentes), pois foi feita para isso.

No entanto, e olhando para trás, o que predominou (e deixou marcas), numa época de maior agitação, e que teve sequelas, foram as perseguições aos Judeus, que, alguns, sobretudo os que publicaram e deixaram informações escritas, se refugiaram em Inglaterra, onde reinava Isabel I. Aí tiveram alguma protecção e produziram.

Assim aconselha-se: de Catherine Clément, A Senhora*. E, sobretudo de Frances Yates, The Occult Philosophy in the Elizabethan Age**. Obra que, se têem algumas noções de Psicologia e de Neurociências (ver último livro de A. Damásio) vos pode ajudar a compreender, mas só um pouco (muito pouco!) do «inconsciente colectivo», e das inquietações acima referidas. Dúvidas e questões que todos temos, e que têm sido, extraordinariamente exploradas, pelos autores de "best sellers"...

Sejam Felizes!

Leiam, e que um dia possam ter a noção de «dever cumprido»!

com saudinha, e muito trabalho pela frente - é o que se deseja...

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*Da autora já li várias obras, mas não esta, integralmente...

**Fascinante. E embora a autora tenha nascido depois dos nossos avós, deparou-se com enormes dificuldades, como explica no prefácio deste seu último livro. No nosso caso - e com a bagagem que partir de 2002 adquirimos (a existência de uma Iconoteologia, que precisa de ser muitissimo mais aprofundada) - para nós, algumas das questões em que F. Yates tocou, ganham outras perspectivas.     

http://en.wikipedia.org/wiki/The_Da_Vinci_Code


26
Fev 12
publicado por primaluce, às 10:16link do post | comentar

É verdade quando as imagens dizem tudo, e vale a pena aprender a compreender

pobres e mal-agradecidos são os que não querem ver...

http://gervereau.com/parcours.php

(para pelo menos tentar ler algumas imagens)

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*E se o desprazer é inveja? Não há nada a fazer...


25
Fev 12
publicado por primaluce, às 01:30link do post | comentar

Sobre a Vertigem das Listas de certo modo é uma repetição, porque já em 26.10.2010 se abordou este tema. Mas agora a perspectiva é outra, e para quem quer lançar as Primeiras Luzes de um assunto basto complexo, é sempre preciso repetir. Tenham paciência, eternamente, todos os professores, porque ensinar nem sempre é fácil: há que insistir, rever, repetir, acrescentar! Sobretudo tornar os alunos pessoas curiosas. Depois, e como está no título, as nossas listas - seja como professor no Programa de uma Disciplina, ou como Projectista, claro - as listas têm que ser finitas. Porque a sua concretização tem que se fazer, cabendo a uma equipa e não apenas a uma pessoa.

Quando ensinámos Tecnologia de Materiais, por vezes - sobretudo nos últimos tempos, em que os alunos já não vinham minimamente preparados - era preciso, cada vez mais, ter bastante paciência. Os meios de que dispúnhamos eram limitados, em geral a indústria já estava a desaparecer. Por isso as visitas de estudo passaram a ser raras, e a capacidade (imaginativa) dos alunos para conseguirem acompanhar um discurso, durante cerca de 20 minutos, tornou-se cada vez mais difícil, para não dizer impossível. Valeram os slides que fizemos nas fábricas, filmes da televisão, das empresas de construção, catálogos e mostruários... Muito que deixou de existir, a pretexto da desmaterialização: "porque iria estar disponível para todos na Internet". Em parte está! Mas é tanta a informação disponível, à distância de um clic, que perdeu toda a importância que tinha (quando era um conjunto de conhecimentos a adquirir). 

Se em 1976 tínhamos alunos ávidos por aprenderem; se eram respeitadores e sobretudo animados, permanentemente, eles próprios com iniciativas, nessa altura estávamos ainda muito longe do desinteresse que muito mais tarde os alunos passaram a patentear.  

Durante mais do que uma década, que não vamos balizar, foi claro um grande empobrecimento*. Não para o professor, porque para quem ensina, cada dia é um novo dia, em que se progride: até a tentar ultrapassar as dificuldades dos alunos. Mas no conjunto do ensino, foi um período de decadência paulatina.

Voltemos às listas, começando pela base de que partimos. Como nós demos uma volta, no IADE de Lisboa, aos Apuntes de Construccion vindos de Madrid. Adaptação que foi logo aceite, e que vigorou perto de 20 anos: com actualizações e re-acertos que era imperioso fazer, ao medir o pulso às turmas.

Hoje dir-se-ia que esse trabalho que desenvolvemos, desde 1976 a 1978, foi o nosso primeiro «grande mestrado»: organizar as listas dos assuntos a ensinar aos alunos, para aprenderem o essencial, e para que quando projectassem o fizessem com um mínimo de bases. A saberem procurar e a filtrar os resultados encontrados: sabendo discernir os materiais com mais e menos qualidade, quer para os resultados a obter, quer, sobretudo, porque a composição final dos preços e custos, dependeria dessa qualidade.   

Em suma, é um «Conta-me Como Foi» muito específico: da passagem do Programa do IADE espanhol e seu conteúdo - nos respectivos Apontamentos (ou Sebenta como diziam) - aos nossos programas a partir de 1976. Onde estão vários apontamentos que produzimos para os alunos, num tempo em que havia (quase) nada**. E por isso muito tinha que ser adaptado e traduzido, ou até feito de raiz.   

Durante anos, não foi um acaso o facto dos alunos de arquitectura estudarem pelos apontamentos feitos para os alunos do IADE

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*Empobrecimento geral já tratado este ano, em 02 e 17 de Fevereiro, e também ao longo do ano 2011. Que preocupa o actual MEC, levando a uma vontade de retomar alguns Programas mais antigos.

**Haveria um "Faça Você Mesmo" das Selecções do Reader's Digest. Informações dispersas do LNEC e do Neufert; Frank Ching era quase desconhecido (pois estava a começar a produzir). Desde 1973, durante 10 anos assinámos o AJ - The Architect's Journal, da Architectural Press - que nos permitiu formar uma biblioteca técnica essencial: Handbooks como os Everyday Details, Timber Review, Lanscape In Concrete, Stone, AJ Metric Handbook, etc. Por detrás de todos, e a permitir uma visão global, tínhamos o Mitchell's Building Construction, de Alain Everett, Edições Batsford. 


22
Fev 12
publicado por primaluce, às 13:30link do post | comentar

...que ao longo do tempo muitos têm visto como uma «máscara» - quase Carnavalesca* - sem se aperceberem da sua enorme semelhança, que a tem, com as obras do Gótico Tardio. Obras que em Portugal são chamadas manuelinas (e julgadas únicas!!!), mas que existem por toda a Europa, mais ou menos ricas em Ideogramas Medievais**. Sejam eles ornamentos ou formas estruturais. 

Toda essa Iconografia são imagens que continuaram significantes (i. e., portadoras de ideias), e que por isso se aplicaram: não só na Idade Média, mas tendo continuado a ser usadas, durante séculos.

É o que acontece nos Açores, na Arquitectura Religiosa, mais tradicional

Há uma Nova História da Arquitectura que está para contar...

e que aos poucos, aqui, há-de ver a LUZ. Intercalada com a nossa própria história, mostrando como a formação mais completa e diversificada, a capacidade de discernir temas - visuais e linguísticos, a par de uma boa prática de transversalidade disciplinar, permitem progredir e compreender o passado***. Uma compreensão que embora nos pareça (a nós) facílima - e talvez também aos que nos incitaram a não desistir? - cada vez mais, com o tempo, vai-se percebendo como revela o enorme desnível cultural, dentro das próprias escolas, entre gerações de professores. Note-se, é muito mais entre gerações, do que entre pessoas da mesma geração, até com formações diferentes...   

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*Ler alguns textos, por exemplo de J.-A. França, que embora muitíssimo perspicaz, nunca deixa de se colocar na posição de quem sabia como ia ser o futuro. Um futuro que não está a concretizar-se, passando a haver uma História da Arquitectura mal contada (com base no "Ornamento é Crime", de Adolf Loos). Porém, não deixem de ler o último parágrafo do trabalho, Monserrate uma nova História, na p. 160.

**Ver em: http://primaluce.blogs.sapo.pt/31804.html

***Como fez Antonio Castro Villaba, autor de Historia de la construcción arquitectónica. Edicions de la Universitat Politècnica de Catalunya. Barcelona 1999


21
Fev 12
publicado por primaluce, às 15:00link do post | comentar

... vão a Monserrate.

Sentem-se no primeiro grande relvado que existiu no país, e se estiver sol e quentinho, puxem de um livro e leiam.

Por exemplo, a Physiologia do Saloio, de A. da Cunha Sotto Mayor, obra original de 1858* - ano em que em Londres, no atelier dos arquitectos James Thomas Knowles, foi projectado o actual palácio de Monserrate. Obra influenciada pelos palácios de Veneza, de que John Ruskin tinha escrito Stones of Venice (1851), como provámos em Monserrate, uma nova história.  

~~~~~~~~~

*Reimpressão anastática da CMSintra, em 2005, com edição, notas e comentários de Maria Teresa Caetano


20
Fev 12
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

Vamos dedicar alguns dos próximos posts àquilo que temos tido o enorme prazer de fazer, ao longo da nossa vida profissional.

Por uma razão muito simples, o «Toque de Caixa» (ou de Tambor), está na ordem do dia, e todos pensam que quem trabalha não tem a noção do valor do seu trabalho, e sua inserção, inclusive de ordem hierárquica - importância, prioridades - no trabalho das comunidades em que está inserido.

O dirigismo arrogante, como o que se está a passar, por exemplo, com a prossecução dos estudos, no tema que descobrimos, mostra bem como a desvalorização dos (pequenos?) contributos individuais, pode ser uma forma de perder valor: em todos os sentidos, inclusivamente monetário.    

Mas, por agora esquecemos o contexto de fundo e passamos ao que, com (cons)ciência, fizemos bem feito:

Ora uma das coisas mais atractivas que temos feito ao longo da vida, foi, exactamente, lidar com informação variada e complexa, e ter que arrumá-la. Por outras palavras, ter o prazer de a ordenar, e de lhe dar um novo sentido - para ser acessível, ou, para ser o futuro! 

Assim, tratou-se do contrário do que sucedeu em Monserrate (ao estudar o edifício) - «desconstruir», perceber o que, no passado, veio de onde? É verdade que foi um trabalho, mas foi um trabalho interessantíssimo, tão altamente entusiasmante, que foi «prazeiroso» (pode dizer-se?), sem sentir que era trabalho...  

Sempre lidámos com muita informação, que é absolutamente necessário saber sintetizar. Por isso também não esquecemos as listas programáticas colocadas, em coluna ou colunas - no plural, do lado direito do estirador (perto dos olhos), para quando era preciso dar o arranque inicial de um projecto:

A fase mais «gira» de qualquer trabalho!

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Em próx. post a transformação dos Tec. Mat. vindos de Espanha, à realidade dos nossos alunos


18
Fev 12
publicado por primaluce, às 11:00link do post | comentar

É verdade, ser «Especialista da Generalidade», como Nuno Teotónio Pereira sempre viu o arquitecto, é coisa que dá trabalho.

Projectar um edificio, mesmo que pretenda ser a imagem de várias descontinuidades, a sua leitura há-de fazer-se contínua, tal como a respectiva construção. Se tiver vazios, até esses têm que ser projectados... A cidade recupera-se e regenera-se, pelo «cerzir» dos vários fragmentos que se querem aproveitar...

Hoje, Bolonha, o Ensino Superior, as Faculdades e as Universidades (e claro, também antes o Ensino Secundário), todos apostaram na especialização para servirem os seus clientes:

Especialistas em alguma coisa, mas, sobretudo desconhecedores da generalidade! 

 

(ler ampliação em fotos)

Excerto de uma entrevista a Olivier Rolin*, Público, Ípsilon, 17.02.2012

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Nunca lemos nada do autor, mas a Viagem de que escreve também se faz na Arquitectura, a tentar conhecê-la: a perceber como há semelhanças entre obras de Sana, no Iémen, e as da Ilha Terceira, no meio do Atlântico.


17
Fev 12
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

A palavra está na ordem do dia, e o grave é verificar que também se aplica, e muito, à Cultura e ao Ensino Superior. Nas áreas que contactamos e melhor conhecemos, vemos como a especialização excessiva, só levou à fragmentação. 

No oposto desta situação conhecemos um dos melhores exemplos: a composição arquitectónica do Palácio de Monserrate em Sintra, obra que nos deu tanto, e é exactamente o contrário de ignorância e empobrecimento intelectual.

E isto bate certo com as informações de alguns autores que escreveram sobre as obras victorianas, e o muito que registam:

(1)“Victorian architectural theorists believed that buildings were capable of conveying meanings in a direct and precise way, rather like books, paintings, or even orators...”

(2)“…built works communicate many messages through their scale, orientation, and plan, as well as through the choice of style, method of construction, and the texture and color of the materials selected.Ornamentation is another powerful tool for communication, emphasizing the intentions of the designer or the patron.” (in The Journal of the Society of Architectural Historians*)

*http://primaluce.blogs.sapo.pt/56886.html


15
Fev 12
publicado por primaluce, às 11:30link do post | comentar

A palavra INVERDADES de propósito, para dizer mais bonitinho: ou seja, não dizer a «mentirada geral», a expressão que há dias empregámos.

Quem ler o nosso trabalho - poderá encontrar a referência a um professor da Catalunha, explicando como as Ogivas complicaram mais, do que facilitaram a vida, dos construtores: os designados maçons.  

A sua sabedoria específica, pois houve alguma (embora menos lendária e heróica, do que hoje se diz e elucubra) estava exactamente, como é competência de um engenheiro de estruturas actual, em conseguir conciliar os elementos de suporte com os elementos falantes. 

Quando ouvirem dizer, na versão em voga, que as ogivas se destinavam a suportar o edifício, rebatam, não é verdade. Apresentem os vossos conhecimentos que aqui se vão dando*.

Para este caso vejam em VILLALBA, Antonio Castro, - Historia de la construcción arquitectónica. Edicions de la Universitat Politècnica de Catalunya. Barcelona 1999 (particularmente na p. 214, que foi uma das bases, mais importantes, para o nosso trabalho**).

~~~~~~~~~~~~~~~

*E estão em Monserrate, uma nova história, trabalho que mereceu aprovação, com a nota máxima, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. No Instituto de História da Arte, em 31 de Janeiro de 2005. 

**Hoje dominamos a questão bem melhor, podendo dar muito mais informações - que não vêm do lado da construção, mas do lado da História da Arquitectura e da sua teoria - que talvez nem Antonio Castro Villalba as conheça?

 


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