Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
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Jan 12
publicado por primaluce, às 23:00link do post | comentar

Depois do que ontem escrevemos em tom de ironia, faltou referir um fenómeno equivalente à respiração: semelhante a alguém que precisasse de se lembrar de respirar (!?); ou, também, as informações daquilo que vemos, precisam de ser permanente lembradas e justificadas? Será que temos a percepção de ver, verdadeiros filmes, mesmo que estáticos, que são narrativas visuais - que os nossos olhos percorrem: quando, parados (ou não), procuramos «entretenimentos visuais»? Quando visitamos pela primeira vez uma cidade? Quando entramos num museu, num centro comercial, num edifício antigo? 

Podem-se escrever milhares de páginas a teorizar sobre este assunto, mas na prática nenhuma imagem será mais explícita, por exemplo, que um cacto onde não se quer tocar (antevê-se o resultado); ou um carro despistado, que está na nossa direcção, de que é preciso fugir... Nestes casos, vê-se (ou lê-se), sem teorias; as mensagens são claras, dispensamos mediadores e explicações! 

Francamente, no ensino superior artístico, que esqueceu bases essenciais - e tudo põe em causa - parece faltar seriedade! E sobre grelhas metodológicas, a diversidade pode ser tão grande, que, inventá-las é impossível. Primeiro é sinal de incapacidade para sentir essa variedade, depois, se se concretizarem, forçosamente reduzem a realidade a tipologias pobres e poucas.  

Mas já a anotação de que houve «as traseiras de um envelope», onde se fizeram rabiscos, é séria e é importante: lembra actos inconscientes e irreflectidos, aos quais a maioria não costuma estar atenta, porém são pormenores que fizeram e fazem a diferença.

A nós aconteceu-nos ter lido algo sobre questões teológicas abstractas, o que, imediatamente, a palavra «abstracto», nos fez procurar os esquemas e os rabiscos que normalmente (sabemos que) fazemos. 

E porque conhecemos o nosso processo de trabalho - consciente, como na Glass Box de Christopher Jones* - logo nos deparámos com várias formas dos estilos arquitectónicos: embora mal desenhadas, lá estavam, nos ditos rabiscos**.

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*Ver em http://www.arquitectos.pt/documentos/1226318512I1hRZ7ew4Xe04EO2.pdf, Notes on Christopher Alexander, por Michel Toussaint, Jornal Arquitectos nº 222, p. 94.

**Questão explicada em Monserrate uma nova história, nota nº 87, p. 167.     


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