Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
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Jan 12
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

Recentemente alguém lançou a designação «Regeneração Urbana». Talvez porque se pretenda distingui-la do termo habitual há muito convencionado? Não sabemos qual possa ser a intenção, mas, de facto é urgente lançar "mãos à obra", antes que não haja nada...

Na Rua do Alecrim, eis um óptimo exemplo, pois a Lisboa Pombalina, nitidamente de raiz inglesa, e também palladian, merece um tratamento à altura! A Baixa não chegou a ser declarada Património da Unesco, mas claro que bem o merecia - podendo inclusivamente ser um projecto aglutinador e gerador de sinergias (quando são tão necessárias!). Na linha da construção do Aqueduto, estas duas obras, enormes, do século XVIII português, tiveram consequências, também na Europa.

Se Londres, a vasta zona central, é uma cidade victorian, a nossa "downtown" é georgian*. Claro que as obras se arrastaram e ainda entraram pelo século XIX. Mas depois, mais a norte, no que foi o Passeio Público, e algumas artérias que resultaram da sua abertura, aí a influência é já muito mais francesa: com mansardas características. Aliás, a questão das coberturas dos edifícios, o seu desenho e inclinação, ainda remonta, como hoje sabemos, às inúmeras sobrevivências do Tratado de Arquitectura (e Teologia) que esteve na base da Arquitectura Gótica.

Enquanto tudo isto não se abrir, e pudermos pesquisar neste assunto à vontade, formando equipas de investigação, para trabalharem de forma verdadeiramente produtiva, até lá, História da Arquitectura e História da Arte, começam a ser, cada vez mais, designações sem sentido:

i. e., verdadeiros «verbos de encher», perante uma Iconoteologia, que esteve subjacente às obras, e que é muito mais lógica, do que os milhares de pequenas justificações, desarticuladas e soltas, que os historiadores insistem em apresentar...

Pior: muitas vezes não deixando espaço para que surjam ideias inovadoras, e os seus autores.

 

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*Como também explicámos haver uma base georgian no Palácio de Monserrate. Por isso há em Lisboa uma arquitectura que fala inglês - com as mesmas proporções, design, e vários dos seus elementos mais característicos - como acontece em muitos lugares dos EUA, concretamente Washington (D.C.). Em Monserrate uma nova história fez-se referência a um desenho da Lisboa ribeirinha, de Lemprière que fora oferecido a George - Príncipe de Gales, como se este fosse rei de Portugal?! (ver op. cit., p.11). Algo que faz pensar num Protectorado, e nos lembra (a nós, logo de seguida...) o «Ultimato Inglês» do início do século XX. Arquitectura e Poder, estiveram sempre relacionados. Como hoje não se imagina, ou sequer podemos compreender...   


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