Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
31
Jan 12
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

Isto da Cultura ser, ou não ser, Ciência é sempre um problema! Não vamos adiantar qualquer solução, ou até mesmo dizer que concordamos com as classificações dadas pelo jornal abaixo citado.

Simplesmente regista-se, e ao fazê-lo verificamos que isso acontece nas noticias que se seguem, sobre a cidade do Porto – o seu centro histórico, incluído na Lista do Património da Humanidade. Depois de receber o título houve mudanças decorrentes desse facto.

Dir-se-ia que o “ganhar prestígio”, resultante da integração na Lista do Património Mundial da Unesco, era esse o propósito. Sobre “perder pessoas”, talvez tenha havido trocas? Já que naturalmente tem mais turistas – i.e. pessoas vindas de fora; mas, descompensando, pode perder «os naturais» que habitavam e frequentavam a zona, e passaram a sentir-se incomodados com a abertura que ganhou.

Talvez haja também uma certa perca de identidade? Deve ser esse um dos fenómenos (?), mas deveríamos  questionar se o mesmo não é simultaneamente, consequência de uma modernização? Que aconteceria em qualquer caso: com ou sem integração na Lista do Património Mundial. Mas que acontece de modo mais rápido quando se instalam serviços e comércios que se destinam aos turistas.

Certamente, que a tal modernização se acelerou, e esta zona da cidade, tornada pólo atractivo, q.b., passa a ser mais rentável do que se permanecesse com as actividades, que hoje serão apenas residuais (?), e antes estavam escondidas. Talvez algumas delas, negócios (pequenos ou grandes), se tornem mais visíveis e atractivos, e que até algumas actividades menos adequadas, no contexto, possam ter-se sentido incomodadas e se tenham mudado?

Claro que há vantagens - e também inconvenientes, de vária ordem nestas «operações», que também são de urbanismo - e que as classificações da UNESCO constituem, e acarretam.    

Voltando à questão: Cultura ou Ciência? Note-se que as duas primeiras notícias entram na edição do jornal pelo lado da Ciência, e a última é já da Actualidade. Ou atualidade como eles escrevem, que por uma questão de Ciência e de “com Ciência”, nós preferimos escrever à antiga: e aqui sim é Ciência, sem dúvida, o encontro das Neurociências - os «mapas do cerébro» de que Damásio escreve, porque os vê em Imagiologia (e nós captamos cá fora) – com o que nos envolve. As realidades que vamos nomeando, referindo e considerando, quando pensamos. Se o Pensamento é uma permanente relação, ou interacção, entre conhecimentos e informações, é bom não descaracterizar, demasiado, os referentes-base que se usam para pensar, que são as palavras... 

É que se corre o risco de não serem identificadas - como hoje sucede com as palavras-formas dos Estilos Arquitectónicos. A leitura faz-se mais lenta, e com ela também o Pensamento (até que nos habituemos). Corre-se o risco de não serem reconhecidos esses sinais, e não nos entendermos, como na construção da Babel*.

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http://aeiou.expresso.pt/porto-patrimonio15-anos-projeto-de-reabilitacao-a-custo-zero-avanca-no-verao=f692032

http://aeiou.expresso.pt/porto-patrimonio15-anos-centro-historico-ganhou-prestigio-e-turismo-mas-perdeu-pessoas-e-identidade=f692033

http://aeiou.expresso.pt/porto-patrimonio15-anos-imagem-do-porto-mudou-completamente-manuela-melo=f692034

*Torre de Babel (bíblica) de que já escrevemos várias vezes, e sem dúvida nos estamos a repetir: é de propósito!


27
Jan 12
publicado por primaluce, às 23:30link do post | comentar

Em alguns dos nossos posts defendemos a ideia que os materiais produzidos e encontrados nas investigações do doutoramento em Ciências da Arte, com o tema "Sinais do Espírito Santo na Arquitectura..." interessam a universidades do mundo inteiro (menos a Portugal, claro, como se pode ver - este é o país "au ralenti"). Portanto dizemos que se poderia «exportar cultura»*.

Enfim, seria mínimo o contributo (económico, monetário - face àquilo de que o país precisa), mas há aqui material de imenso valor!

Eis senão quando tudo fica resolvido: deixaremos em breve de ter problemas, se houver criatividade. E quem teve mais criatividade, tal e qual o prof. de Inovação?

RE: O Álvaro.

Ninguém terá perdido o episódio protagonizado por Santos Pereira, Min. da Economia?!

Episódio que lembra a história da camponesa de França, com o seu "Pot au Lait" à cabeça, que depois de vendido dava pintos, galinhas; depois um porco que engordaria, e finalmente uma vaca.

Mas o pote caiu..., e o negócio ruiu!

Na versão portuguesa - e assim vai a economia, a desfazer-se em cacos... - temos, com ritmo de obra medieval, a Mofina Mendes, no Auto de Gil Vicente.

Vejam como se sonham negócios, se vende leite, azeite e agora natas!

Lambuzem-se e deliciem-se com a doçura - que é o texto de Gil Vicente! Se acharem bonito, sejam Estetas (completos), e assim se treina para o que há-de vir:

 

"Vou-me à feira de Trancoso

logo, nome de Jesu,

e farei dinheiro grosso.

Do que êste azeite render

comprarei ovos de pata,

que é a coisa mais barata

que eu de lá posso trazer;

e êstes ovos chocarão;

cada ovo dará um pato,

e cada pato um tostão,

que passará de um milhão

e meio, a vender barato.

Casarei rica e honrada

por êstes ovos de pata,

e o dia que fôr casada

sairei ataviada

com um brial de escarlata,

e diante o desposado,

que me estará namorando:

virei de dentro bailando

assim dest'arte bailado,

esta cantiga cantando.

Estas cousas diz Mofina Mendes com o pote de azeite à cabeça e, andando enlevada no baile, cai-lhe, e diz..."**

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* Claro que esta nossa ideia tem um grave problema associado. Uma das interpretações que fazemos para o comportamento do Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras (também do IADE, e depois da Fac. de Belas-Artes - em efeito dominó), radica no que supomos ser a incapacidade dos responsáveis desse Instituto em admitirem que possam «dar cartas» no contexto científico internacional. Vêem o que sempre se passou: ou seja, que foram os franceses e os ingleses, menos os alemães e os italianos, quem definiu a Historiografia da Arte. Não há países pequenos, como Portugal - onde uma atitude como esta implica que se sintam "em bicos dos pés" (já que não é usual, dentro do próprio país surgirem concepções ousadas e inovadoras) - a afirmarem ideias, verdadeiramente transformadoras: por aqui aceita-se (e obedece-se), são os grandes a mandar e a fazer a história. 

E assim lá irão a todos os Congressos, não vá perder-se o passeio...?

Por outro lado, e isto somos ainda nós que o constatamos, também não há outros países (talvez apenas o Vaticano), que tenham nas suas bandeiras e respectivos símbolos nacionais, iconografia igual à que está na arquitectura, vinda directamente da Idade Média:

Iconografia que predomina em qualquer pequena vila, ou trecho e cenário arquitectónico das nossas cidades tradicionais. Segundo parece, comportamo-nos como quem não quer ver? Tal e qual pastéis de nata - massas inertes, incapazes de mudanças.

Conjugam-se os verbos na voz passiva, nunca activa: seremos o que os outros quiserem, e deixarem...

[como hoje, 28.01.2012 se admite ser o caminho da Grécia, em: http://sicnoticias.sapo.pt/economia/article1269333.ece?]

**continua em:

 http://pt.wikisource.org/wiki/Auto_de_Mofina_Mendes


26
Jan 12
publicado por primaluce, às 10:00link do post | comentar

Logo em 2002, pouco mais de um mês depois de termos descoberto qual a origem do Estilo Gótico, e o porquê de uma designação sempre procurada, em vão (porque nunca encontrada, ou explicada): nessa data apercebemo-nos da confusão originada no IHA da Fac. de Letras, e do material, valiosíssimo, que passava a estar nas nossas mãos. Hoje está tudo publicado, e portanto relativamente ao que são direitos de autor, essa vertente do nosso estudo, e até dos desenvolvimentos posteriores, ficou assim salvaguardada. 

Desde então não prescindimos de ir registando no IGAC, sob protecção legal, tudo o que encontramos, e vamos explicando. Este blog é portanto a face mais visível de imenso material novo que está no livro - Monserrate, uma nova história - mas também de alguns outros materiais (não todos, claro) que entretanto fomos compreendendo melhor, e temos querido explicar.

Terminado o mestrado - e «não-alcançada» a designada Progressão na Carreira Docente (mas agora é outra história, a que estamos a contar) - razão que nos levara ao mestrado. Em 2006 tornou-se nítido que o mais correcto seria continuar a levar (a deixar, a colaborar...) à Universidade os novos Conhecimentos e Saberes que estávamos a produzir, e a esclarecer, relativamente ao que foi o passado.

Sobretudo relativamente à génese dos Estilos Arquitectónicos, como a partir de determinada data, o nosso orientador - Professor Fernando António Baptista Pereira  - nos fez compreender.

Porém, com o passar de tanto tempo fomos levados a deduzir, sobretudo a partir de 5 de Nov. de 2010, que na FBAUL, a postura e o interesse em relação aos nossos estudos, estava exactamente nos antípodas daquilo que tínhamos achado ser o mais correcto fazer*!

E na verdade, nem todos temos que pensar o mesmo; nem todos têm que pensar, como fazemos, que os responsáveis - tal como o comandante do navio é o último a abandonar o barco - qualquer pessoa responsável não deixa cair um tema deste nível: mesmo que o tenha encontrado, lateralmente, ou a propósito de outros assuntos, que pareciam bem mais fúteis, ou de quaisquer outras pesquisas! 

Portanto os registos no IGAC retomaram a importância que desde o início lhes tínhamos dado.

http://www.igac.pt/

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*Ou não foi claro para a FBAUL que a partir de Jul. de 2008 tudo o que estava combinado com o IADE e a FCT foi simplesmente desprezado? Como um Plano de Estudos assente em Declarações e Compromissos foi tratado como lixo: um «qualquer rascunho» sem o mínimo valor...? 

Amanhã, com azeite, leite e natas, haverá doces sonhos: o futuro criativo, cheio de prosperidades, que todos desejamos! 


24
Jan 12
publicado por primaluce, às 10:00link do post | comentar

...E tudo isto sem esquecer que o que está no território - para além dos valores intangíveis, cujas origens longínquas se desconhecem, ou se perdem no tempo - também no caso do edificado, pode haver elementos, e sinais, que terão milhares de anos!

Se é bem a história de que "o depressa e bem, não há quem...", hoje trazemos a prova de que não estávamos enganados, a memória não nos atraiçoou: a arquitecta Alexandra Gesta continuou ligada ao Gabinete Técnico Local, bem para além de 1986 (quando o visitámos) e num dos vídeos seguintes é já referida a intenção de vir a realizar em Guimarães a Capital Europeia da Cultura.

Assim voltamos à nossa ideia: há trabalhos que duram vidas, o tempo necessário para serem devidamente pensados e desenvolvidos. E muitos ficamos devedores a esses que deram uma boa parte do seu tempo, às causas em que acreditaram!   

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http://www.youtube.com/watch?v=2go4QWsmdHA

http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&NR=1&v=FnGTKSJavZE


22
Jan 12
publicado por primaluce, às 13:30link do post | comentar

Pousada de Santa Marinha da Costa (Guimarães)

Fernando Távora, 1972-1985

...quem quiser conhecer e compreender a importância dos detalhes, ler em:

http://www.cm-guimaraes.pt/files/1/documentos/470419.pdf

 


20
Jan 12
publicado por primaluce, às 13:30link do post | comentar

O Gabinete Técnico Local (GTL), tendo à frente a arquitecta Alexandra Gesta, tinha acabado de ganhar o Prémio Europa Nostra, pelo restauro do edifício da 1ª foto

Estávamos então a fazer uma pós-graduação no IST, e no âmbito deste curso houve várias visitas de estudo, em geral acompanhadas por professores do Instituto (e do curso).

Desde então, no IADE, alguns slides dessas visitas - que não foram apenas a Guimarães - passaram a integrar as nossas aulas de Tecnologia de Materiais.

Aproveitava-se assim, em simultâneo, não só para ensinar materiais, mas também para sensibilizar os alunos para os valores do património, relativamente aos quais não estavam, em geral, muito atentos. Situações como a da construção semi-arruinada, que se vê numa das fotografias, eram geralmente mais ricas e expressivas, do que centenas de palavras que se podiam dizer.

Claro que nesses tempos, materiais «tipo pladur» - que devemos designar como «chapas de gesso cartonado» - eram raros. Só existiam nas revistas e na bibliografia, sendo preciso incitar os alunos a que as vissem, e se fossem preparando para o seu aparecimento, por permitirem construir tabiques, ou paredes de pequena espessura. Em alternativa usariam, se precisassem, o que então era comum: chapas de gesso (Estafe Seral - empresa nascida na tradição de Viana do Castelo) com estruturas de alumínio ou madeira (que era, ainda, o mais fácil*).

Da visita a Guimarães ficou-nos sempre uma estranha interrogação relativa às guardas das varandas, que ainda hoje colocamos: mas agora conscientemente: 

Porquê os balaústres de madeira torneada, que influência teriam, para contrariar o que é mais comum em todo o norte? Nas casas de estrutura de granito - e não nas de madeira como é este caso - proliferam as varandas com guardas de ferro forjado (e de ferro fundido), em geral formando círculos e semicírculos, losangos: i. e., a iconografia que temos estudado nos últimos 10 anos (e encontrado os significados antigos). 

 
 
Aqui também a obra de Fernando Távora - Pousada de Santa Marinha da Costa - levou mais de uma década até terminar.

~~~~~~~~~~

*Por que a madeira era mais acessível; e porque os comportamentos higrométricos, do gesso e da madeira, são semelhantes.     


17
Jan 12
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

Já lá vão anos e anos, em que ensinámos Metodologia do Design, e muito ficou! Sobretudo ficou a noção dos modelos de procedimento.

Os Métodos da "Glass Box" de Christopher Jones são processos de quem não conhece, apenas, mas de quem reflecte sobre o seu conhecimento, e o modo como o obtém ou produz.

Em suma - de quem se conhece!

(o que faz bastante diferença)

http://primaluce.blogs.sapo.pt/32924.html


16
Jan 12
publicado por primaluce, às 23:00link do post | comentar

Depois do que ontem escrevemos em tom de ironia, faltou referir um fenómeno equivalente à respiração: semelhante a alguém que precisasse de se lembrar de respirar (!?); ou, também, as informações daquilo que vemos, precisam de ser permanente lembradas e justificadas? Será que temos a percepção de ver, verdadeiros filmes, mesmo que estáticos, que são narrativas visuais - que os nossos olhos percorrem: quando, parados (ou não), procuramos «entretenimentos visuais»? Quando visitamos pela primeira vez uma cidade? Quando entramos num museu, num centro comercial, num edifício antigo? 

Podem-se escrever milhares de páginas a teorizar sobre este assunto, mas na prática nenhuma imagem será mais explícita, por exemplo, que um cacto onde não se quer tocar (antevê-se o resultado); ou um carro despistado, que está na nossa direcção, de que é preciso fugir... Nestes casos, vê-se (ou lê-se), sem teorias; as mensagens são claras, dispensamos mediadores e explicações! 

Francamente, no ensino superior artístico, que esqueceu bases essenciais - e tudo põe em causa - parece faltar seriedade! E sobre grelhas metodológicas, a diversidade pode ser tão grande, que, inventá-las é impossível. Primeiro é sinal de incapacidade para sentir essa variedade, depois, se se concretizarem, forçosamente reduzem a realidade a tipologias pobres e poucas.  

Mas já a anotação de que houve «as traseiras de um envelope», onde se fizeram rabiscos, é séria e é importante: lembra actos inconscientes e irreflectidos, aos quais a maioria não costuma estar atenta, porém são pormenores que fizeram e fazem a diferença.

A nós aconteceu-nos ter lido algo sobre questões teológicas abstractas, o que, imediatamente, a palavra «abstracto», nos fez procurar os esquemas e os rabiscos que normalmente (sabemos que) fazemos. 

E porque conhecemos o nosso processo de trabalho - consciente, como na Glass Box de Christopher Jones* - logo nos deparámos com várias formas dos estilos arquitectónicos: embora mal desenhadas, lá estavam, nos ditos rabiscos**.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Ver em http://www.arquitectos.pt/documentos/1226318512I1hRZ7ew4Xe04EO2.pdf, Notes on Christopher Alexander, por Michel Toussaint, Jornal Arquitectos nº 222, p. 94.

**Questão explicada em Monserrate uma nova história, nota nº 87, p. 167.     


15
Jan 12
publicado por primaluce, às 10:00link do post | comentar

Num artigo dedicado à obra de Christopher Alexander, Michel Toussaint escreveu:

“…Mas não é apenas esta questão que Alexander levanta, pois entende que «ao mesmo tempo que os problemas aumentam em quantidade, complexidade e dificuldade, também mudam muito mais depressa que anteriormente», e para resolver tal situação já não chega a habitual capacidade de simplificação do arquitecto. Especificando: «Dois minutos com um lápis nas traseiras de um envelope permite-nos resolver problemas que não poderíamos resolver nas nossas cabeças, mesmo se nos empenharmos durante cem anos. Mas no presente não temos meios correspondentes para simplificar os problemas de projecto por nós próprios»...”**

Em nossa opinião, foi desta maneira, não usando «as costas de um envelope» mas a areia do chão, riscos nas praias mediterrânicas, que muitos problemas, aparentemente insolúveis, sobre o Deus Cristão – UNO E TRINO – foram resolvidos; e também explicados mais tarde, pelos Teólogos. Já que estes não tinham limites disciplinares, ou o receio de ultrapassar uma qualquer fronteira, de uma qualquer Ciência, a nascer (enquanto tal, 15 séculos depois!!!***).

É isto que a Universidade de Lisboa (Fac. Letras e Fac. Belas-Artes), invocando estranhíssimos, e inconcebíveis (?) “Corpus Metodológicos”, não aceita. Mais, em Letras, no IHA (Instituto de História da Arte), quando se aprofunda esta problemática, aquilo que se deduz, é que não aceitam a capacidade da imagem para traduzir ideias. Por isso ninguém se «solta» do que encontrou nos registos da Torre do Tombo!

Fazem uma História da Arte à maneira de Giorgio Vasari, baseada nas Vidas dos Artistas, que não aceita - ou põe no último, dos últimos lugares - a capacidade falante das obras visuais, que esses mesmos artistas produziram...

Assim, daqui para frente este post é ironia:

Serão pessoas que não têm carta de condução? Menos mal... Ou andam na estrada ignorando os sinais de trânsito, que são abstractos e funcionam apenas para quem os memorizou integralmente; e não partícula-a-partícula?

Pobres memórias, as dos que fazem apenas leituras globais, há que tratar delas! e não é pouco...

 

 
Sinais Ilegíveis

Sinais Ilegíveis, porque desta lógica infere-se que o Sistema de Comunicação em que existem (os sinais de trânsito) é:

hermético, secreto, simbólico, esotérico, e só os mestres de grau elevado (é vedado a iniciados), o atingem!

(nesta lógica cada sinal tem que ser memorizado, o que implica um esforço abissal, e a imagem não dá uma pista, do significado)    

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Ou dois, como consta no texto! Note-se que o desenho e a imagem são ferramentas inteligentes: Ajudam a realizar, a ganhar tempo, não são «empatas»!

**Ver em Jornal dos Arquitectos, Março 2006, nº 222, p. 50; ou em

http://www.arquitectos.pt/documentos/1226318512I1hRZ7ew4Xe04EO2.pdf

*** O que em geral só aconteceu depois do século XIX. Em breve escreveremos sobre “A Narratividade Visual”, que qualquer aluno de um Curso de Design de Comunicação (não temos visto outra coisa em 35 anos no IADE…), nem sequer questiona: passando de imediato à concepção (e ao desenho, como ferramenta e experimentação) da ideia que tem na mente!


12
Jan 12
publicado por primaluce, às 16:00link do post | comentar

Muitos percorremos ou lemos as Newsletters do IADE. Na última foi incluída uma reportagem relativa a uma visita de estudo à exposição que esteve na FCGulbenkian, até dia 8 de Jan.

Quem como nós, duas ou três vezes, fez visitas ao Museu Vieira da Silva/Arpad Szenes com mesma professora-colega-amiga - numa delas para conhecer a obra de Martha Telles - sabe como são úteis essas visitas: como nos «carregam as baterias». Dando-se outro valor à cultura e a todo o saber que nos precede. Deixando a milhas de distância o lado mais material da vida, ou até a parte mais funcional, e a directamente útil, da visita de estudo.  

Como nós terá o autor do artigo sentido saudades - nem que sejam reminiscências quase inconscientes? - de um tempo em que nos podíamos deleitar a gozá-lo? Talvez de quando éramos alunos e estudantes, sem ser preciso andar a correr entre mil urgências, as mais das vezes fúteis, e sem qualquer sentido?  

E isto pode parecer o caso dos «Estudos» em que temos estado envolvidos, desde 2002? Porém, ao contrário, longe de nos serem inúteis, também poderiam ser úteis para muitos mais. Até ao nível do país! Já que estão repletos de novidades que instauram um conhecimento do passado, muito mais rico. Para nós eles têm sido uma «Barca», segura e protectora, contra as adversidades. Porque são certezas!

Para outros, que no nosso país andam nestas áreas da Ciência, Conhecimento e Cultura, mas que não permitem que se retirem conclusões - as óbvias - das investigações feitas (e que vão empatando, como no caso, já célebre, duma obra do MNAA); para alguns desses, parece até que conclusões lógicas e limpas,  representariam uma ameaça? Algo gerador de medo, relativamente ao futuro? 

Novas ideias e teorias, seriam uma perca das seguranças (altaneiras) em que vivem? Saõ o medo de saír do embalo, de berço, e de se fazerem ao mar largo?

Entre os que emigram e os que ficam, fica também este país inconclusivo, como lhe chama Clara Ferreira Alves: já que, conclusões? Nunca se tiram! Para não afrontar os poderes podres, dos dominantes: i. e., os que estamos agora a sentir!

Até quando?

Parece, sinceramente, que ninguém quer ser activo e responsável! Que o bom mesmo é regredir...

Passo seguinte? Talvez ir desenhar com crianças? Ensinar e aprender com elas: já que em lógica e inteligência, limpa, dão cartas aos adultos.    


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