Para o leitor se entreter a destrinçar, pois como podem ver este post e o seu título têm algumas «inverdades»:
1º - não é linda; 2º - não é Inês; e 3º - muito menos estava em sossego...
Estaria talvez fascinada e distraída com tudo o que se encontrou?! Sim, pois não faltam razões para andar centrada nesses assuntos, e querer avançar para novas posturas de trabalho, e de entendimento do ensino, já que a inovação tem sido imensa.
Mas, eis senão quando o trabalho dedicado ao Palácio de Monserrate - inúmeras vezes aqui referido - começa a dar mais frutos. Agora já se multiplicam!
E como este ponto é verdadeiro, hoje limitamo-nos a agradecer, muito, ao Excelentíssimo Senhor Engenheiro João Sande Freitas e aos Amigos de Monserrate, o facto de terem resumido o nosso trabalho. É que a partir dele, com material relativo aos Jardins - já trabalhado pelo próprio em publicação anterior, e acrescido de outras «inovações»* - fizeram o que se impunha:
Uma síntese tornada Guia Oficial de Monserrate, despida, como faz todo o sentido (ao menos isso!), das importantes "trouvailles", sobre a relação Teologia-Arquitectura, que as pesquisas a propósito do Palácio de Sintra, nos permitiram, a nós, concretizar**. Mais ainda, agradecemos - meio divertida - o engano e a falsa promoção que obtivemos: pretende consignar o grau que a FL-UL negou?
Voltaremos ao tema, já que as nossas investigações posteriores (designadas de doutoramento), nos levaram a compreender, e a enriquecer, algo mais, as ideias e o que escrevemos em 2004. Mas, acontece que não sendo tão acessíveis - quanto, por exemplo, as visões de Edmund Burke, e a sua noção do Sublime - no entanto, estiveram (e explicam melhor) na origem do Paisagismo inglês. Por isso - para já e aqui - ainda ficam «no tinteiro»:
Não vá alguém dar-lhe a febre de resumir!
De qualquer modo, mesmo que tenham surgido alguns «tratos de polé» nesse resumo, e um excesso de decalque (pode ser da tradução, ou, certamente, fomos nós que compreendemos mal a versão em inglês...?), bem haja pela réplica e ampliação dada! Prova-se que conseguimos inovar, deitar uma pedra no charco; deixando de se ouvir a história, repetida e chatérrima, do Padre Gaspar Preto que em 1540 foi em peregrinação ao Mosteiro da Catalunha: a Monserrat, lugar onde se venera uma imagem da Virgem... Capela que se construiu em Monserrate, cavaleiro moçárabe que...
A lenga-lenga enfadonha, sempre a mesma, cuja letra e ritmo pareciam não ir mudar, nunca; mas mudou! Se fosse só isso já tinha valido a pena. No entanto, veio muito mais atrás, como já várias vezes explicámos ser apanágio das obras victorian.
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*Várias vezes citado por nós em Monserrate uma nova história. Tem o título Árvores de Monserrate, Inapa 1997. Se não fossem algumas das ditas inovações de João S. Freitas, «Amigo de Monserrate» , o mínimo que se devia dizer é que se trata de uma grande falta de imaginação.
**Título: Palace and Gardens of Monserrate, Scala Publishers e Monte da Lua, London 2010. Quanto às nossas "trouvailles", de arqueólogo oitocentista, ainda ninguém reivindicou (apenas nós), o esforço feito e o empenho em consegui-las. A FCT - e os que nos deram as condições económicas para investigar - ainda não se revêem na qualidade do trabalho que está feito: a tal perversão de que ontem escrevemos...
***Quando se lê, de Tristram Hunt - Building Jerusalem, The Rise and Fall of the Victorian City (Owl Books, New York, 2005) - percebe-se que há-de haver, sempre, muito mais, sobre o Palácio de Monserrate. O que nos lembra Umberto Eco, e como as sínteses são o contrário do que defende em A Obra Aberta. Enfim, também é verdade que queremos sínteses, mas depois queixamo-nos da «fixidez» que criam.