Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
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Nov 11
publicado por primaluce, às 17:00link do post | comentar

Claro que é muito mais do que uma nova esperança: já vimos o fado «pelas ruas da amargura», depois do 25 de Abril. Eram os de esquerda, que mais o atacavam, referindo a trilogia fatal: "Fado, Fátima e Futebol", considerada responsável por muitos atrasos do país. Agora, alguns são os mesmos, ou os que lhes sucederam, em situações equivalentes, que estão eufóricos, com o facto: o Fado na lista do Património Imaterial da Humanidade, consideram ser isso da maior importância.

É evidente que estas classificações visam a protecção, como conhecemos bem o caso de Monserrate, integrado - e tendo sido um dos elementos mais importantes - na Paisagem Cultural da Serra e Vila de Sintra. Não sei se o Fado precisava desta protecção? No passado nunca percebemos a perseguição que a esquerda - «armada em moderninha» - lhe fazia? Mas, para quem sempre o ouviu, aprendeu a gostar, e sente o muito que há de português na sonoridade, e nas letras do fado, claro que esta classificação é muitíssimo simpática. 

É um voltar de ouvidos, para a alma portuguesa, que nos faz pensar que um dia todos poderão dirigir o seu olhar para aquilo que encontrámos: os sinais (do Cristianismo), que muitos, ou quase todos, têm querido tapar.

Mas esses sinais não estão só em Lisboa, ou em Portugal, indo do médio Oriente, da Rússia ortodoxa, às Américas. Chegaram até à Austrália, levados, desde tempos antigos, mas também recentemente, pelas colónias de Açorianos.

Como se vê, muito está para mudar. Esperamos pois que os valores da Cultura Antiga, imaterial - mas sobretudo estes, que foram altamente materializados - que: 1º não se percam. 2º que sejam compreendidos!

Não é por acaso que a Noruega, um dos países mais evoluídos, considera as Portas e Janelas valores patrimoniais*. Nesse sentido foram mesmo desenvolvidos programas, específicos para carpinteiros, para não se perderem os saberes (técnicos) antigos; e para que as chamadas carpintarias metálicas, não substituam, definitivamente, a madeira.

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*Mesmo sem saberem alguns dos significados, associados à maioria das formas iconográficas que são empregues. Agora, vendo o que se passa com o Fado, ou outras expressões e profissões (os engraxadores, as costureiras,...) que se julgavam extintas, naturalmente que estamos perante novas esperanças: um regresso de mais assertividade, e a consideração por valores tradicionais. E isto, sobretudo se viermos a integrar, ainda mais, e de maneira mais coesa, a Europa política (geograficamente estamos lá). Uma boa parte da Cultura Europeia é também a nossa (como Mircea Eliade explica muito bem), mas, há expressões que aqui tiveram características próprias: e tal como o Fado, e o seu sentido de identidade, não se devem perder.   


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