Quando trauteamos “não há machado que corte a raiz ao pensamento…”, pensa-se que é mesmo verdade. Que nada pode interferir, entre a raiz, em tempos colocada no cérebro*, e aquilo que pensamos. Porém, neste caso, e noutros – como nas palavras Ideia, Técnica, Arte (mais do que esclarecido e apurado nos nossos estudos…) - muito mudou no significado e sentido das mesmas.
E agora é a palavra “talents”, de “Hide not your talents…”, de Benjamin Franklin, que está na mesma situação.
Na parábola original, um talento é moeda de troca, e portanto dinheiro (ali, logo directamente).
Hoje, na raiz do pensamento, a ideia correspondente, perdeu-se. Ficou apenas o novo sentido: Talento passou a ser criatividade, imaginação, capacidades de eficácia, superiores, etc., etc. Esqueceu-se o original…
Claro que nos rimos e troçamos - por mais parvo que seja, concordo - mas a notícia de que o Ensino Superior (Público**) anda a procura de donativos, só merece uma gargalhada!
Esqueceram-se que tudo sempre esteve ligado? É que estamos a escrever sobre gente com formação em Filologia!...
Deitam fora, e depois por outro caminho querem recuperar? Não lhes serve o dinheiro, mas querem o dinheiro***?
Desde sempre sabemos que nos saiu a «Sorte Grande», … mas, enfim, é também o «Azar Máximo» estar num país de gente medíocre e mesquinha: em plena crise, eles preferem a moeda específica, como numismáticos perfeccionistas? OK, façam-na render…
Juntem alguns trabalhos como o nosso, e talvez não lhes falte dinheiro: haja publicações e desenvolvimento, que os ratings se viram para outras bandas.
Livre
(Não há machado que corte
a raiz ao pensamento) [bis]
(não há morte para o vento
não há morte) [bis]
~~~
Se ao morrer o coração
morresse a luz que lhe é querida
sem razão seria a vida
sem razão!
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Nada apaga a luz que vive
num amor num pensamento
porque é livre como o vento
porque é livre
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Carlos Oliveira e Manuel Freire,
http://natura.di.uminho.pt/~jj/musica/html/freire-livre.html
*Seja imagem ou palavra
**Também o jornal Público
***Há/houve subsídios para a Investigação; como no nosso caso os resultados ultrapassaram tudo o que se esperava (e alguns talvez se sintam inferiorizados pelo estrondo...), quem devia ajudar e apoiar não apoia mais, e decide-se esconder. Querem dinheiro para quê? Para uns poucos, sempre os mesmos, continuarem a ir à Torre do Tombo, ver os registo de nascimento dos pintores e dos protagonistas, sem saberem, minimamente, tirar conclusões pela leitura directa das obras? Para, sempre os mesmos, exaurirem todos os recursos à volta dos Painéis de Nuno Gonçalves? E não haver mais Património, ou outras obras no país? Claro que o Ensino Superior tem outras Ciências, mais úteis a Portugal e à Humanidade; mas, neste momento, a Cultura - que não é só «fadinho»... - justifica-se não a deixar cair.