...para falar mal e depressa, na gíria de adolescentes do século passado.
Estamos numa de expressões «simples», aquilo que se diz sem pensar, tipo piloto no automático. E hoje lembramo-nos desta, semelhante à dos «vivos-mortos» dos posts anteriores: capazes de dormirem bem, quando deveria ser grande a preocupação.
Em Março de 2002, na Faculdade de Letras referimos a suposição, ou a hipótese, de ter havido uma forte relação entre Teologia e Arquitectura. E logo aí um sábio se apressou a dizer: "Mas isso toda a gente sabe! Claro que houve!"
De imediato se percebeu a colagem, uma vontade de apanhar, muito rápido, um comboio que então começou a ser o nosso.
Além disso, já tinha saído da estação. E se toda a gente sabe (ou soubesse) - para já, o tanas!, e uma ova! - o que parece é exactamente o contrário. Se todos soubessem, então muitas destas questões nunca se teriam colocado...
É por estas e por outras que a História da Arte e a Cultura Visual hão-de dar uma grande volta, para que se possa produzir trabalho útil. Até lá andam muitos a entreterem-se, a fingir que trabalham...* É fácil de perceber e deduzir, pois trabalho a sério é duro, e este ronda o diletantismo.
Em suma, fica fácil fingir, numa época em que os objectivos, em geral, andam muito «diluídos»: se já antes pouco se percebia, ou discernia, o essencial e o acessório, com esta crise, que não se resolve, não termina, nem se alteram os padrões de vida naquilo que têm que mudar, os fins são pouco claros.
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*Vejam as Arcadas Entrelaçadas do post de dia 4, e as que Martin Kemp colocou no seu trabalho História da
Arte no Ocidente, Verbo, Lisboa 2006, na p. 105. Para este autor a Sala do Capítulo de Bristol "tem elementos decorativos adequados ao espaço, mas sem significado". Na verdade, em geral é só isto que toda a gente sabe! Os que percebem as nossas ideias e como a geometria (ou a cosmologia?) formaram Ideogramas, esses já compreendem que as referidas arcadas e muitos outros elementos decorativos ou estruturais, eram significantes.