Face ao que se deixou no título, é claro que as fontes de informações não são indiferentes...
No trabalho dedicado a Monserrate incluímos informações essenciais sobre o que se passou em Toledo no século VI – em torno de uma questão teológica conhecida por Filioque – e como muito mais tarde (no século XVI) “o Gótico foi desvalorizado e associado a ‘Maniera Tedesca’…”*. De então para cá aprofundámos bastante mais esta questão; que é muito complexa, o que permitiu ter a noção, face à necessidade de resumir o que se passou, que está certo (e «completo») no trabalho já publicado. Nele constam as informações que encontrámos na VELBC: que são óptimas, por serem bastante sintéticas.
Claro que aí não se diz que o Estilo Gótico nasceu no século VI… Mas ao progredir, de associação em associação, fizeram-se novas ligações, e pudemos chegar a novos materiais e a novas ideias.
Entre 2002 e 2004 – e agora mantemos a mesma atitude – para certo tipo de informações, preferimos as mais antigas. Pois tal como (no século XIX) Monserrate se construiu quando os estudiosos investigavam os Estilos Arquitectónicos, e os procuravam caracterizar; tendo conseguido, alguns arquitectos, passar para as obras, a essência dessas linguagens. Também por exemplo os estudos de Vergílio Correia sobre a Arte Visigótica nos foram essenciais.
Agora (neste tempo que devia a ser de sínteses, mas que continua a ser de ampliação e sedimentação das ideias) vemos que os trabalhos de Wilhelm Worringer, publicados há cem anos, são uma outra fonte. Curiosamente abriu esse trabalho, incluindo na Introdução a defesa desta ideia: “Sabendo que todo o conhecimento é indirecto – ligado ao eu determinado no tempo – o historiador só pode aumentar a sua inteligência aumentando o seu eu.”**
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*Ver op. cit., p. 13.
**Ver Wilhelm Worringer, A Arte Gótica, p. 10. Não somos historiadores, há nas formas (como nas do post anterior) uma certa inteligência, específica: ao captá-la, e isto é Geometria, percebe-se que é todo um novo mundo que se abre.