Quando se percebe de que era feito o Neogótico e porque se aplicava, então vai-se à procura de exemplos: os edifícios que seria lógico terem sido construídos nesse estilo, desde os finais do século XVIII, e, principalmente, seguindo a influência de A. W. N. Pugin, durante o século XIX.
Depois, considerando o post anterior, quando se percebem os ingredientes de que a arquitectura se fazia, ingredientes que lembram o "blend" de um perfume, então percebe-se o que está na fachada principal do edifício da Câmara Municipal de Lisboa, na Praça do Município (obra de 1865-80).
Nunca diremos que essa obra seja Neogótica. Nunca!
Mas que Domingos Parente da Silva (1836-1901) se assemelha a um fabuloso "maître parfumeur" - verdadeiro artista*, isso sim dizemos. Com muito gosto, e com muito mais ensinamos!
Esse projecto lembra a opção de Santiago Calatrava para a Estação do Oriente, e os vários "feelings" que a referida obra consegue reunir.
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*Verdadeiro artista que introduziu "un je ne sais quoi?", que poucos conseguem definir (ver ou sentir)!
E então (relatamos os episódios seguintes do filme em que participam), lá vão eles, os espertos, videntes e apaixonados do «obscuro», à procura do desenho subjacente. Acontece que está à vista, o segredo é que não há segredo, tudo depende da sensibilidade de quem vê!