Há dias encontrámos estas fotografias que fizemos, e que, não estando especialmente apresentáveis, não deixam de ter para nós algum valor.
É que sempre tivemos uma especial predilecção pela luz, e pelo seu tratamento.
Quando ensinámos Luminotecnia era a iluminação artificial que estava em jogo. Mas quando ensinávamos Materiais, e se houvesse alguma folga de tempo, insistíamos para que os alunos estudassem e aprofundassem o tema da "luz nos materiais": em especial os jogos possíveis com a luz natural. Isto é, não só quando a reflectem de diferentes modos - porque têm brilhos. Mas também porque foram, ou não, polidos, e até deixados em tosco, como se faz nalgumas rochas. É que, propositadamente, podem ser escacilhadas e bujardadas, tirando-se partido da inclinação da luz, e da sua reflexão, nas superfícies dos materiais.
Na verdade, sobre jogos de luz, considerávamos (e consideramos, mesmo que cada vez haja menos tempo, ou outros assuntos julgados prioritários no ensino...) que um Designer - talvez mais do que um arquitecto (?) - podia ser chamado a usar e a tirar partido de materiais translúcidos, coloridos, espelhados, e em especial com grelhas. Considerávamos que poderia ser chamado a criar jogos de luz em produtos opacos e opalinos, martelados, ou escovados, isto é com diferentes texturas e acabamentos, todos eles muito valorizáveis, em termos de aparência e imagens finais. Como por exemplo sucede com o aço inox escovado, os vidros impressos, foscados a jacto de areia ou ácido, etc., etc., etc., à semelhança do que defendia Joannes Ittem (artista e professor da Bauhaus).
Seria a nossa "paixão pela luz": a de quem já tinha desenhado vários guarda-ventos, e se preparava para desenhar outros, como aliás tem acontecido.
Este é de um espaço na Rua de S. Bento,
e talvez tenha sido o primeiro guarda-vento que desenhámos - entre 1979-82 (?)