Esta frase não é nossa. Provavelmente é de todos os que tendo muito que fazer - ou querendo realizar mais do que aquilo que já fazem - se confrontam com falta de tempo...
Mas, de facto é uma simples lei da física: duas coisas, várias coisas, não podem, ao mesmo tempo, ocupar o mesmo e único lugar.
Também nós, embora tentando, não nos desdobramos, e a falta de tempo, ou de colaboradores em quem pudéssemos delegar uma parte das nossas tarefas, impede-nos de ir mais longe.
É uma horrível sensação de pouca utilidade, e de estar a «pisar ovos», mas é o que é!
Claro, que é também isto que a chamada «troika» veio, recentemente, ver a Portugal. E talvez ainda, tentar pôr cobro e pôr ordem, se conseguirem diagnosticar as maleitas endémicas da sociedade portuguesa: porque é que se produz tão pouco neste país? Que é uma sociedade e um país de desorganização, e desperdício; onde impera a falta de planeamento, a falta de lógica, e a falta de avaliações verdadeiras e justas; com permanentes atropelos à mais elementar justiça. Onde os levantamentos, correctos, das reais condições - sem fantasias - daquilo que se produz, para retribuir depois, o seu a seu dono, esses diagnósticos não existem. Não se conhece a competência, que é, permanentemente escamoteada, pela incompetência assumida. Depois, em termos de recompensas, devidas e correspondentes, também nada disso existe!
Deixamos-vos hoje um recorte de um jornal, para o qual chamamos a atenção.
É deste mês (passado dia 9), quando o Expresso fez um artigo sobre a obra de Hans Belting. A qual confirma, pelo menos em parte, aquilo a que nos temos dedicado nos últimos anos: vem aí uma Nova História da Imagem, como escrevemos neste blog em 12 de Outubro passado, usando a palavra Iconoteologia.
Mas as teorias de Hans Belting, daquilo que pudemos apreender nas leituras que fizemos de alguns trabalhos seus, situam-se, muito mais, na área da «Imagem Icónica». Ou, no que esta expressão em geral traduz: referente aos Ícones (do Cristianismo Ortodoxo). Mas também, por «Imagem Icónica» - e passando o pleonasmo (a etimologia destas palavras) - pode estar a querer referir-se uma imagem naturalista.
No caso das nossas ideias e teorias, embora aproveitando, aqui e ali algumas das informações de H. Belting, que são muito úteis, no entanto elas são, sobretudo, relativas ao que se designam como imagens abstractas. Ora como se tem dito, a nós interessa-nos muito mais, o significado de uma série de Ideogramas de génese ou "desenho geométrico"; isto é, tudo o que essa noção implica. Pois, concretamente, ao ser geométrico, são as caracteríticas dessas formas (rigorosas e definidas) que servem de base à linguagem usada*. E ficamos por aqui...
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* Ler a citação que fizemos de um excerto retirado de Dionísio, o Pseudo-Areopagita, em tradução de Maurice de Gandillac, no nosso trabalho dedicado a Monserrate. Ver op. cit., p. 41. Por aí se percebe, por exemplo, como a exactidão rigorosa da Geometria serviu para explicar Deus (neste caso o Deus dos cristãos).