Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
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Mar 11
publicado por primaluce, às 10:39link do post | comentar | ver comentários (2)

Exactamente, vendemo-nos, todos, para mantermos as nossas vidinhas. Elas são feitas de tudo e de nada, e certamente de muitos hábitos, que custam a mudar.

De facto, e como consta na Newsletter do IADE - nº 111 - de hoje, a professora Glória Azevedo Coutinho, que há-de perfazer no início do ano lectivo de 2011/2012, 35 anos de casa, ao serviço da instituição - à qual tentou, e ainda tenta, dar sempre o seu melhor (vejam-se os trabalhos em que estamos envolvidos) - ao ser especialmente convidada para estar num evento em memória de António Quadros, e, como foi dito, perguntando-lhe se iria estar presente porque o IADE pretendia oferecer-lhe um brinde, sendo necesssário fazê-lo ou adquiri-lo... Fosse o que fosse (?), com total prontidão respondi:

"Não troco um brinde ou prato de lentilhas por aquilo a que tenho direito... Se o IADE me quer dar um presente, cumpra, e dê-me aquilo a que tenho direito, normalmente! Dispenso brindes...".

Terei acrescentado talvez, pois perante situações destas, a qualquer um falta a calma: o IADE que abra as «cancelas assassinas» que inventou*, e que me dê a dispensa sabática que é normal e legal, para acabar o doutoramento.  Doutoramento que é absolutamente excepcional, e que mais uma vez, esta semana, pude dar conta ao mais alto responsável da instituição, daquilo que encontrei: o Tratado de Arquitectura que desenhou o Estilo Gótico inicial! 

Se isto não é importante, e não faz tocar uma campainha na cabeça de ninguém, eu gostava de saber para que será que se faz investigação?

Tínhamos pensado abrandar o ritmo, estando agora mais dedicados à questão da introdução do Culto do Espírito Santo em Portugal, tanto mais que nos parece que as informações de A. Quadros são muito interessantes, porém, aparentemente, demasiado empolgadas, como várias vezes terá feito**.  Mas, a inclusão hoje, da notícia da nossa ausência nas sessões de 21 de Março, fez-nos aproveitar para esclarecer, cabalmente, uma notícia que é tão negativa!

Assim, aproveitamos o facto de hoje ser dia 26, e repetimos o alerta que já fizemos em 26 de janeiro, e em 26 de fevereiro insistimos: é nitidamente uma ênfase à maneira medieval, tiremos partido desta sincronia (quase simbólica).   

É mesmo verdade: continuamos à espera que haja alguém sensível***, e capaz de compreender que a investigação em geral, e esta em particular, pode ser útil. Pode ser criadora de cultura, de progresso e de riqueza. Investigação que, por isso mesmo, pode precisar de tempo para ser escrita e ordenada. Como aconteceu em 2003/2004, em que o IADE concedeu todo esse ano lectivo para podermos escrever a tese (publicada em 2008).

Face à crise em curso, ao seu aprofundamento que parece ir acontecer, independente da nossa vontade, é importante acrescentar, que tudo isto se relativiza e perde importância. Vamos centrar-nos no essencial: será a coerência? A dignidade? Quais os valores que, cerrando fileiras, e sendo obrigados a escolher, achamos dever transmitir? 

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* Em nossa opinião todas as entidades patronais têm o direito de medir, milimetricamente, o tempo que contrataram e pagam aos seus funcionários. Embora não saiba como é que isso se faz no Ensino? Pois lembro-me que muitas vezes é nos tempos de maior descontracção, que surgem as ideias mais criativas? Note-se que não cobro o tempo em que a nadar tive um óptima ideia para a aula que vai 3 ser horas depois, ou 3 dias depois! As cancelas são assassinas porque contrariam as normas em vigor, que têm como objectivo definir a libertação dos caminhos de emergência, para uma evacuação rápida e segura dos edíficios: em casos de sismos, de incêndios ou outras emergências. Mas a maior gravidade das referidas cancelas (mesmo sem pensar nos «torniquetes») não está no seu design enganoso: está sim, no facto de impedirem o acesso às janelas do R/C do edificio, por onde antes se podia saír caso houvesse uma emergência. Hoje, se a mesma existir, cerca de 700 a 1000 pessoas têm que saír por um espaço que é menor, do que a generalidade das cozinhas (i. e., 6 a 8 m2).

** Assim, provavelmente, o valor das suas informações para o nosso tema (se o restringissemos à questão do Culto Espírito Santo, não vendo que o mesmo se relaciona com o Cisma de 1054, e a forma como Deus Uno e Trino era entendido), vem exactamente do facto de ter chamado a atenção para uma questão que noutros países não foi tão empolgada. Ver Joaquim de Flora em VELBC.

*** A sensibilidade para este facto, preferíamos que viesse do IADE, tal como preferimos lançar o livro no Palácio Barão de Quintela em Junho de  2008, quando havia outras hipóteses...Acontece que sensibilidade será sempre, e só, isso. E estamos a ver que não há, pois o assunto já é velho, vindo desde 2002, e sendo cada vez mais claro: é verdade que a vantagem é nossa, mas é triste, quando uma pessoa gosta de ensinar. Sobretudo de ver as mentes, depois da sua, as dos outros, a abrirem-se. Como os olhos e ouvidos dos alunos, quando de repente nas aulas fazem silêncio, e ficam quietos (de vez), porque lhes estão a dizer algo, talvez surpreendente, que nunca antes teriam ouvido?

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Divirtam-se:

http://www.youtube.com/watch?v=l3hg5wk1RYw&feature=related    

 


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