Como ouvimos há pouco na voz moderada e sensata, de alguém da Igreja, na verdade as certezas nunca estão só de um lado. Todos temos um pouco de razão, e de razões, e essa constatação é a base essencial para se poder construir algo de bom e positivo. Respeitando as diferentes ideias e propostas, pretende-se uni-las, e dessa maneira chegar a uma síntese em que todos se reconheçam.
Também o autor para quem vos remetemos, com a sua frase - "Não tínhamos previsto que tudo evoluísse muito mais depressa do que a capacidade de adaptação humana..." - fica claro que tradiçaõ e modernidade, passado e futuro, precisam de se articular: para que não haja comportamentos primitivos, ou verdadeiras vivências tribais.
E usamos a palavra «articular», do mesmo modo que precisamos dela na construção (e na arquitectura). Articulam-se ideias e ligam-se peças, com vários propósitos: quer pela necessidade de construir realidades úteis e funcionais; quer pela vontade de obter, em paralelo, um discurso que dê sentido - temático, enfático e minimamente adequado (o décor, e o decoroso, de que Vitrúvio escreveu) - à grande obra que se edifica. Enfim, faz-se à maneira antiga, para que não lhe falte o verdadeiro sentido daquilo que era "edificante".
Deixamos hoje a fotografia de um excerto do cilindro construído no Great Court do British Museum, obra de Foster & Partners*, em cujos vãos vemos edículas, outrora significantes, e cujo propósito nos lembra a crónica para a qual vos remetemos. Pela nossa parte, com menos tempo para escrever, espaçadamente continuaremos;
entretanto, tentem ser felizes (se quiserem)! Façam o vosso melhor, tentando estar acima das vivências de "cariz tribal" a que certas instituições, parece (?) propositadamente, se entregam...
http://www.destak.pt/opiniao/90401-progressismo
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*Referido em comentário de 12.10.2010