Somos todos culpados, quando o nosso silêncio nos paga "o bem-estar"!
Ou, dito de outra maneira, pagamos para não nos incomodarem, para nos deixarem viver as nossas «vidinhas», aos nossos ritmos, com os valores e os trabalhos que prezamos. Deixando correr as mentiras imensas, das sociedades em que vivemos. Num galope sem sentido em busca da produção - a mais rentável possível: produzindo sempre mais e mais, embora nem sempre o necessário, ou ao lado do que era preciso. E, permitindo depois, que os excedentes sejam queimados ou deitados fora, para não alterar os preços!
Assim, nesta correria, de quem não goza nem divide com os outros os avanços que faz, somos todos culpados. Somos cúmplices quando não defendemos, com toda a veemência, que haja verdade, e utilidade, naquilo que se faz.
Agora, a reboque dos acontecimentos - provocados pela ditadura da ignorância - apoiada em más interpretações da Convenção de Bolonha, a Universidade de Lisboa parece querer acordar, e agendou uma sessão, em que, sofisticamente, quer "interpelar" Bolonha, e o Ensino Superior que se anda a fazer:
http://qualidade.campus.ul.pt/interpelando-bolonha*
Na televisão do Estado - para a RTP1 - anuncia-se na próxima 2ª feira dia 28 - "MAIS UM GRANDE DEBATE NACIONAL":
"...na plateia do Teatro Camões (Parque das Nações). O programa terá como tema a Juventude, com particular enfoque na actual geração de jovens que enfrenta condições de particular instabilidade, adiando projectos pessoais e profissionais e como tal, se mostra agora insatisfeita com o actual sistema político, económico e social. Toda a plateia será constituída por jovens, sendo alguns deles também intervenientes no debate."
Enfim, neste mundo, global, onde pensar dá trabalho (e ser conclusivo ainda mais...), alguns perguntarão: quais são os valores? O que se deve fazer? O que se deve ensinar? O que se deve produzir? Até, o que se deve comer?
A resposta é que, muito provavelmente, há quem saiba. Há quem já tenha pensado nisso, dado pareceres, ou até lutado pela defesa das suas ideias. Há quem tenha dito para não se abandonarem os campos; para se não abater o barco de pesca; para não se destruírem as pequenas indústrias e os trabalhos de artesanato, dos locais e das regiões onde existiam; como ganha pão de uns poucos, que todos juntos fazem muito...
Há quem tenha dito que a "Tecnologia" não é tudo, que muitos serviços são absolutamente ridículos e inúteis, servindo para quase nada, ou empatar, pois é isso que produzem: NADA!
Em suma, há toda uma sociedade bem pensante, dos que «falam, falam, falam», fazendo disso programa e espectáculo, mas todos continuam a não querer renascer: a sério! E a não quererem questionar, ou questionar-se. Preferem ir só um pouco atrás, procurando,simplesmente, qual cirurgia e de bisturi, o exacto "ponto de restauro, em que o computador não deixa de funcionar": em que tudo fica na mesma, mas, aparentemente, há-de dar resposta aos maldizentes, e aos insatisfeitos...
Porém, para alguns mais previstos, ou candeia que vai à frente, toda a crise era previsível, logo em 2001: entre nós, quando A. Guterres saiu de cena a diagnosticar um pântano. Mas, muito mais visível (há 4 anos), quando no fim do Verão de 2007, em Londres, se pode ver o que parecia impensável: filas à porta dos bancos, com as pessoas a quererem levantar as poupanças.
Que a fome que temos visto à distância, e onde inclusivamente vemos beleza (versão do «sublime», vergonha imensa da sociedade?) nos toque: o bastante para aprender alguma coisa com a Crise. Para que esta seja positiva, e traga verdade. Que cada um queira dar o seu melhor: que a mediocridade e as suas receitas, «prontinhas» com saboroso recheio de mentiras, não nos sirvam de menu! Já que depois de «engolidas», só fazem mal!
Leiam a legenda, percebam que a mão minúscula é a de um bebé envelhecido pela fome
http://fotos.sapo.pt/silvialuisa68/fotos/alimentar-mundo/?uid=eYUGwyigmJ63WLwGiVK4&aid=9
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*É verdade que os resultados dos Inquéritos à Qualidade colocam o país no bom caminho, como dizem os políticos. Mais, como é normal neste tipo de avaliações - somos Excelentes, os melhores do mundo! Tal e qual se ensinava História de Portugal no tempo de Salazar. E assim se apaga qualquer rasto depressivo, que a auto-estima nacional (forçosamente bipolar, como não?), teima em querer cultivar...