Como alguns sabem, defendemos que se usem as palavras em português, quando elas existem na nossa língua, claro. A qual, também podemos (parece que ainda ninguém proíbe...) ir enriquecendo.
Ora com tanto sufixo e prefixo que por aí há, acrescentados às palavras-base (ou raiz etimológica), como se faz com as imagens, talvez se encontrem interessantes novos vocábulos, para substituir os estrangeiros: passaremos assim a ter em português as palavras que nos faltam! Dando vida à língua, à maneira brasileira, e passando a exigir novos acordos ortográficos.
Mas, repare-se, aqui não vamos tão longe como Eça de Queirós: este autor chegou a escrever que se deveriam falar mal - "orgulhosamente mal" - as línguas estrangeiras. É verdade que nos lembramos desta frase desde o 3º ano do liceu, vinda da Selecta Literária, que então fazia parte dos compêndios obrigatórios. E é também verdade que, recentemente, voltámos a encontrar essa «sentença», algures, numa das suas obras. Pensámos logo que a memória que Deus nos deu é um dom fantástico; mas, entretanto, de há uns poucos meses para cá, esquecemos onde está essa ideia, estranhíssima, que Eça sugeriu!
Ao que parece - noção com que fiquei aos 13 anos - o escritor defendia que falar bem qualquer outra língua, significaria ser menos português. Por se ter passado a dominar, forçosamente, outros conceitos e outras ideias, pertença de outros povos.
Pois aí está, um palavrão em língua alemã, que nem pronunciar sabemos; mas, cujo conceito nos parece muito útil, a saber: "schadenfreuden".
ler em:
http://www.destak.pt/opiniao/82428-schadenfreuden
Depois de lido o artigo, confirma-se, não fomos nós que o escrevemos, e meio Portugal conhece «essa arte»! Porém, que fazer face à portuguesíssima inveja? Só uma ideia nos ocorre: voltar à Etimologia. Voltar ao conceito que segundo L. B. Alberti (séc. XV) se foi esquecendo; um adjectivo que muito se ouviu, sobre a atitude: ser «construtivo». Enfim, é preciso voltar a esse valor, como aconteceu desde a Antiguidade. É por isso que, com grande frequência, não se consegue atingir (e assim compreender, em todas as suas dimensões) uma das essências da Arquitectura Antiga, da qual o Pseudo-Dionísio - o Areopagita - também escreveu: sobre ser correcto e "edificante".
~~É complexo, sim. Mas não é inatingível~~