Ensinar, enfim, porque se chegou a um nível absolutamente impensável. Mas este ensinar - a vontade de que as pessoas com quem conversamos saibam daquilo que temos vindo a pensar nos últimos anos, e nos vai na cabeça (o que por acaso se chama imaginação, quando pensamos em imagens) - essa vontade dá trabalho. Mas, sabemos que "Quem corre por gosto não cansa". Estamos nessa, até ver...
Assim deixo-lhes hoje um exemplo daquilo que alguns designam vãos bífores, de que a Itália está cheia (aos milhares), e que em Potugal alguns chamam vãos «manuelinizantes».
Este exemplo é do Estoril, do "Chalet Barros", que é muito bonito por dentro, segundo as fotografias que se podem ver nalgumas publicações. Desenho feito a partir de fotografia
No nosso trabalho sobre Monserrate, na página 25 e depois na nota nº 39, está a explicação que fizemos sobre o regresso a um certo Classicismo na arquitectura, ocorrido depois do Gótico. Claro que houve questões de «Eixos de Poder» - e o que hoje, dentro de uma Europa das Regiões, se designa Regionalismo - no entanto, considerando ainda a história mais «universal» (como todos aprendemos, e menos regional, como hoje se detecta que de facto foi); com Léon Battista Alberti a influenciar, particularmente a arquitectura de Itália, sob o seu impulso (talvez, mas aqui há ainda muito a deslindar...), assiste-se ao retomar de formas iconográficas que já estavam (antes) no Românico, e que o Gótico não usou.
Isto que é lógico e óbvio, para quem tem dificuldade de ver, não vê! Tendo também logo depois, a dificuldade de conseguir perceber, até que ponto existiu uma reunião sintagmática de sinais, de carácter político-religioso, que foram plasmados nas principais obras da arquitectura.
De facto, para muitos isto parecerão «paradoxos», no seu verdadeiro sentido: i. e., limites do Saber e do Conhecimento (causadores de «verdadeiras aporias») como também nos aconteceu, e nalguns casos ainda continua a acontecer, de tal forma estão entranhadas algumas ideias erradas!
Depois do "Honnit soit qui mal y pense" de ontem, pergunta-se: alguém sabe qual era a divisa do Infante D. Henrique, o Descobridor de Terras a haver...? É que algumas divisas também foram visuais.