Quando se investiga e no fim há resultados relevantes, o que mais sobressai, é a capacidade criadora e inventiva da mente humana: a capacidade de criar Beleza, e a nossa própria capacidade, de darmos material à mente - à “cellula deliciarum” - de que escreveu uma professora da Universidade de Nova Iorque. Há obras pelas quais, imediatamente, nutrimos simpatia, e um gosto afectivo. Há outras, como o café, ou a água tónica, ao nível do gosto, de que é preciso aprender a gostar.
Há muitas imagens que são bastante complexas, e que foram compostas e trabalhadas, para contar histórias e dar informações, que podem provir de um determinado «arquivo cultural e civilizacional»: isto é, estão repletas de antecedentes, que é preciso conhecer. Imagens que, um dia começaremos: a) a identificar; b) a gostar; e c) sabendo compreender, passaremos a gozar. «Ver», em Arte, Design e Arquitectura, é sempre muito mais do que olhar. É percepção, é consequência daquilo que já está na mente. Aliás, o mesmo acontece com a audição, para se poderem entender as comunicações, contidas naquilo que se ouviu...
Excerto de um trabalho de argamassas moldadas, a imitar pedra, no Palácio de Monserrate, Sintra