Para se poder compreender a arquitectura antiga, é preciso procurar compreender o sentido das palavras.
Não somos nós que o dizemos, mas um autor norte-americano. Pois, como informa, algumas imagens que integram a arquitectura traduziram palavras, e estas, com frequência, traduziam e referiam-se a imagens.
Se continuássemos, de Imagens passaríamos para Ideias, e destas para Formas. Depois, continuando ainda a avançar nessa lógica, entraria a Teoria das Ideias (e das Formas) de Platão.
Mas..., não vamos por aí. Agora limitamo-nos ao que já deixámos nos estudos sobre o Palácio de Sintra:
No trabalho dedicado a Monserrate fez-se referência a um pedido de D. João V, feito à Academia da História, para que definisse uma «Insígnia» que era necessário colocar num retrato de D. José I, então Príncipe do Brasil, e que seria Rei de Portugal*.
Mas, esta palavra "Insígnia" também nos remete para a palavra "Ensinar", que há dias nos surpreendeu. Quando percebemos a sua origem e o que significava. Pretendia aludir à transmissão do conhecimento dos Sinais e das Insígnias.
Claro que também andamos enganados (pelo menos na origem), sobre o sentido de outras palavras. Por exemplo, quando usamos as palavras "Arte" e "Técnica", e sobretudo, quando falamos de "Arquitectura".
Neste último caso, será que temos a noção que "Arquitectura" significava a «Construção Principal»? Temos a noção que, como tal, tinha que se diferenciar das restantes construções?
Será que sabemos, que para pensar e nos exprimirmos, lidamos com referentes que têm vindo a ser alterados? Os sinais que hoje estão nas obras antigas, aquilo que fez delas Arquitectura (em vez de serem simples construções), o seu significado de génese ancestral, tal como o sentido das palavras, foi-se perdendo. Será recuperável?...
* Ver em Monserrate, uma nova história, op. cit. p. 66.