Bem dizem os contadores de informação que o importante é contar. Sem mais, até indiscriminadamente.
Ver hoje (19.12.2010) - "3 days since First Light", em www.culturomics.org*.
A notícia está no jornal i, onde consta o seguinte: “…Primeira Luz. Ontem, no canto esquerdo do site, uma etiqueta assinalava "Dia 1, primeira luz", a expressão poética usada na astronomia para imortalizar a primeira imagem capturada por um telescópio. Uma metáfora para o objectivo de expandir horizontes: "Agora que uma fracção significativa dos livros mundiais foi digitalizada, é possível que uma análise computacional venha a revelar tendências ainda por descobrir na história, na cultura, na linguagem e no pensamento", resumiu Jon Orwant, engenheiro da Google Books, parceira do projecto."
Perto do fim do artigo há outras informações, que sim, para nós essas fazem algum sentido (que se sublinha): “a cultura humana analisada pela disposição das palavras.” Ou, como esta outra, em que chegam a conclusões: “A humanidade está a esquecer-se do passado cada vez mais depressa”.
Naturalmente, os que têm acompanhado os nossos posts, lendo neles algumas ideias que captámos, e, entre elas, a de haver um inconsciente (individual, colectivo?) criado ao longo do tempo, como consequência das informações dadas pelas imagens que os olhos vêem. Isto é, as que vemos, mesmo sem atenção, como ainda hoje acontece a toda a gente… Poderá agora deduzir-se que aquilo que é dito para as palavras, em diferentes línguas, é aplicável às imagens que temos estudado? Sobretudo, para o caso da Europa Cristã – cuja imagética, em determinados períodos, foi empregue de um modo quase «universal» – e a conseguir ultrapassar as barreiras criadas pela existência de várias línguas?
E mesmo, quando muito mais tarde, já passada a “primeira iconografia cristã” que foi formulada e desenhada; i. e., já depois da Idade Média – apesar de ter havido várias «incursões» da imagética cristã pelo próximo Oriente desde os primeiros tempos do cristianismo (ou seriam ainda imagens da cultura hebraica?) - depois de tudo isso, a partir dos séculos XV-XVI quando a Iconografia do Ocidente chegou aos restantes continentes, como é que se comportou nos novos continentes? É que nestes não sabemos, bem, o que se terá passado? Até que ponto terá sido essa iconografia compreendida – ou, até mesmo, se terá sido interiorizada, como aconteceu na Europa: com imagens que eram «referentes teológicos»; ou desenhos a traduzirem ideias?
Claro que estas são questões nossas, porém, para outros – chamemos-lhes “contadores de tags” (estejam essas tags ordenadas ou desordenadas, classificadas ou não…) – para esses há agora uma «Babel de palavras» que querem contar, como é dito em:
http://www.ionline.pt/conteudo/94452-genoma-cultural-humanidade-explicada-5-milhoes-livros
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*Se quiserem compreender há que ler, pois é um tema complexo.