Para nós é admirável, extraordinária!
Já escrevemos sobre ela*, e reconhecemos que é uma das Fontes das Ideias.
Poderia dizer-se que é óbvia, já que por exemplo em Jogos é tantas vezes posta em prática: em Jogos de Mímica.
O que é espantoso, depois, no nascimento dessa ideia - como descrita por António Damásio -, é a sua auto-reflexão. É o espaço que se deu a si próprio para reflectir sobre a questão: o porque é que lhe ocorreu? Ou, o porque é que, por momentos, lhe chegou à mente, uma memória do seu «DR. B»**?
Se pensarmos que aquilo a que hoje chamamos Arte (e estamos a referir-nos às artes visuais), é, em cada obra, o somatório, ou uma concreção «hiper-hábil», i. e., muitíssimo bem articulada, de milhares de ideias como estas; algumas cuja génese A. Damásio explicou. Então, claro que a investigação em Arte não tem um fim, pelo menos claro e visível. Haverá vários «fins», sempre metodológicos, e resultado da delimitação do assunto...
E é porque as obras (de Arte) são assim - riquíssimas, abertas e com informações infindáveis - que alguns se limitam a investigar para tomar o Poder: pois seria esse, talvez (ou certamente?), o seu único objectivo.
E depois (apenas ou esfaimadamente?), o que esses arrivistas querem, é mesmo escalar - trepar, subir, ascender - para atingirem de imediato e a qualquer preço, com a máxima urgência, o top da Carreira Docente.
Enquanto outros (lentinhos, flâneurs, responsáveis?), mas sem a mínima «volição» de Poder, preferem continuar a enriquecer-se...
Deo gratias: por tal diversidade...
...e tanto Otium fecundum***!
Para esses distraídos e ociosos, desde sempre, nunca há ou houve gabinetes, mas há pátios (e claustros).
Pátios onde, bem pelo contrário, a mente se pode ocupar, por exemplo, com tarefas visuais infindáveis e buscas constantes.
É a negação do Ócio, que por isso se torna fecundo; é o trabalho independente dos mais criativos:
A fazer-se sem pressões, porque a reflexão é condição de bons resultados, como prova a espantosa Ideia de António Damásio.
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*Ver em: http://primaluce.blogs.sapo.pt/151260.html
**Estaremos perante sinais mnemotécnicos? Sobre o Pensamento Visual também Rudolph Arnheim, descreveu, e sobretudo reflectiu, de modo semelhante.
***http://www.cm-sintra.pt/Artigo.aspx?ID=2248
Ver também: http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/