Este é um tempo de desesperança prática, na medida em que das nossas acções só podem resultar algumas mudanças, desde que, nos lugares certos, estejam (por uma enorme sorte que em Portugal é hoje rara) os dirigentes e governantes certos, para o momento que vivemos.
Uma desesperança que não é apenas culpa dos maus exemplos vindos de cima, dos mesmos governantes e dirigentes, vergonhosamente impreparados e incompetentes para as tarefas a que eles próprios se atiraram e se acometeram. Mas muitas vezes também culpa nossa por tudo o que não «batalhámos», com muito mais força e com muito mais exigência (cívica).
Por isso temos culpas..., que assumimos!
Mas claro que outras culpas não temos. Sobretudo pelo facto de não haver JUSTIÇA; ou por esta «Cultura» que existe, e que é consequência prática da falta de Justiça, e do que essa falha traz consigo... Concretamente, nada é verdadeiramente inspeccionado ou avaliado, ficando tudo «muito bonitinho» nas auto-avaliações, que são exactamente o que essas palavras (que o hífen liga) significam: ou seja, que os próprios não se avaliam.
Depois destas primeiras linhas pode deduzir-se como a ECONOMIA tem hoje um fardo dificílimo, e da maior responsabilidade: porque tem que levar o país às costas num tempo em que a maioria das portas já foram todas fechadas; e muitas das soluções antes possíveis, ou os empregos existentes, já foram todos destruídos. Assim o novo Ministro vai portanto ser «vigiado e escrutinado», publicamente, e deve saber disso?
Começou por ir ontem à Costa Vicentina - da qual nos lembrámos de imediato de uns projectos que seriam PIN*? Da autoria de um outro ministro, também da Economia, ou talvez do Ambiente (que se chamasse Nunes Correia...)?
Ora no momento que vivemos não parece que novos Projectos PIN, semelhantes aos anteriores, sejam uma solução milagrosa para os problemas do país? Sendo muito claro que há outras prioridades, bem mais sustentáveis, e «rentáveis»...
Assim, talvez a próxima visita que já fez questão de anunciar - a Paços de Ferreira, que se diz «capital do móvel» - essa sim, possa vir a estar ligada a verdadeiros projectos «PIN»!?
Mais, em termos de Re-industrialização - e indo agora roubar uma palavra ao mundo da moda - por nós diríamos que a indústria do mobiliário (e quem sabe até a da construção pré-fabricada, feita para exportação?), essas actividades económicas deveriam ser no futuro as nossas "Pin-ups"
Porquê? Primeiro, pela mão-de-obra e pelo design que incorporam...
Depois, porque nós sabemos que o Mobiliário e a Construção - no passado isso sempre aconteceu assim (e pode continuar a acontecer, a não ser que todo o Mobiliário se faça no futuro em PVC, Poliuretano, PU, ou Alumínio?); é que nessas duas indústrias ou actividades - a Construção e o Mobiliário - não só nas Iconografias empregues, como nas Tecnologias usadas, as suas semelhanças foram sempre muito grandes. Assim poderão criar-se postos de trabalho em áreas em que o desemprego é grande, e em que, por outro lado (e segundo sabemos), há profissionais com uma polivalência razoável.
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*Abreviatura de Projectos de Potencial Interesse Nacional - inventados por quem se devia preocupar com a Sustentabilidade do Ambiente, e não com um interesse nacional que, era e ainda é, muito dúbio.
** Este post é dedicado a todos os que estando na área do design se esquecem da importância de conhecer os materiais e as suas tecnologias específicas: informações que são essenciais para poder projectar. E no caso do mobiliário - que é matéria impregnada de ideias - o faz de conta não funciona!
http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/
Ver ainda: http://fotos.sapo.pt/g_azevedocoutinho/fotos/sin-nimos-geom-tricos/?uid=SM23hefRn5oCLqNl7jqz