"Aliás..." , foi assim que ficou, em suspenso no último post, o que agora parece importante lembrar e concluir:
Em Monserrate, uma nova história, na Síntese Final desse trabalho (com o qual há quem não concorde*) deixámos o seguinte - "Caso tivéssemos explicado “cada centímetro quadrado” da casa e das paredes de Monserrate (...), nesse caso o nosso trabalho teria sido muito menos proveitoso."
É bom que se saiba que continuamos a pensar exactamente o mesmo. Que felizmente «desligámos» de Monserrate, o bastante e o suficiente para tratar de uma História da Arte, da Imagem e da Arquitectura que anda muitíssimo mal tratada, porque quem deveria compreender aquilo que vê e tem à frente dos olhos; quem não enxerga e não entende a construção, ou o desenho, da maioria das imagens.
Todos esmiúçam todos os centímetros quadrados, todos os milímetros ou até cada nanómetro das imagens e da arquitectura dos monumentos; ou também ainda, cada hora das vidas dos seus autores, mas não sabem, nem compreendem, ou sequer valorizam, minimamente, o contexto geral (histórico) em que essas obras surgiram! Ou o contexto geométrico - que se vê evoluir como imagens de banda desenhada, que sucessivamente se vão transformando, até serem outra coisa completamente diferente do inicial; «contexto geométrico» cuja existência desconhecem**!
Sim, o grave em todo este diletantismo é que em geral a maioria dos estudiosos e especialistas, eles ficam muito satisfeitos e contentinhos, mas não entendem algumas das «funções e serviços» que foram prestados (por imagens específicas)***. O que era um dos principais objectivos daquilo que actualmente se designam Artes Visuais.
E assim diríamos, eles percebem patavina de Cultura Visual!
Este post é ainda hoje dedicado a esses: que não cumprindo a lei, tudo fizeram para que o nosso doutoramento não se concretizasse.
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*Mas, como já se mostrou em http://primaluce.blogs.sapo.pt/128445.html, strass e lantejoulas não ajudam, ou ainda confundem mais...?
**O qual nos atrevemos a dizer ter variado ao longo do tempo: ter sido, tal como a Teologia, específico de cada época, e portanto estar também imbuído de um certo Zeitgeist.
***Faz sentido referir que certas imagens, de carácter esquemático (embora muitos não vejam esses esquemas!) estiveram ao serviço da «Explicitação do Sagrado». O que leva alguns Teólogos a usarem a expressão «Conhecimento de Deus».