Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
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Dez 12
publicado por primaluce, às 16:00link do post | comentar

...oposta ao gozo de uns minutos de euforia. Depois, quem fez obras como Niemeyer, foi constituindo equipas que perfaziam as suas ideias e os seus esboços iniciais.

 

Há quem se ufane de ter "Ideas" bombásticas*, e de píncaros atingidos em minutos, ou apenas em segundos. Tudo isso graças a um simples clic, de imaginação e inventiva (que é sabido existe!).

Mas, frequentemente, esses «autores» esquecem-se de que nada é apenas fruto do instantâneo. Esquecem-se que ao longo da história as grandes conquistas e avanços são o resultado de trabalhos incessantes.

É o caso da constância da vida de um Niemeyer, cujas ideias não se esfumam no tempo, e que serão certamente, cada vez mais, motivo de reflexão. 

É também o caso do trabalho de todos os políticos, urbanistas, arquitectos, engenheiros, que não projectaram obras efémeras e olharam para a frente, e para o mundo, traçando metas e caminhos a realizar.

Podem ter começado por um simples gesto, não mais do que um risco numa folha branca, mas a sua materialização envolveu depois estudos, para definição de detalhes, e de meios; houve custos e investimentos incomparavelmente maiores do que o «flash» da invenção. 

Repete-se muitas vezes - e numa Escola deveria não ser esquecido, porque se deve instilar na mente dos alunos - que o sucesso, e o adquirido é fruto de muito trabalho.

Dos 95% de esforço e 5% de inspiração, nem sequer a inspiração é, sempre, a ideia ou o tema desencadeador (e motor) do desenvolvimento do trabalho. Em geral, nos 100% de trabalho, ou estando já muito feito (talvez pela metade - nos 50% do esforço feito), é quando se começa a dominar melhor a questão. É então que na mente brilham ideias excelentes. É então que se pode revelar o Artista, com letra grande, capaz e hábil bastante para fazer articulações e junções nunca antes feitas; para propor ideias nunca antes expressas ou propostas**.     

A nossa noção de Design é sinónima de Projecto e lembra-nos Owen Jones, William Morris, Pier Luigi Nervi, Bruno Munari, ou, inclusivamente, o português Edgar Cardoso. É dele a frase:

"Fazer sempre melhor do que se fez e do que se sabe que foi feito"*** 

~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Bombásticas no sentido literal: de bomba - de tinta em spray, e de cartazes colados que duram pouco mais do que uma semana - o tempo de uma qualquer campanha publicitária.   

**As questões metodológicas são essenciais numa disciplina (prática) de projectos: onde essa habilidade e destreza devem vir ao de cima. Porque esse é o tempo, já não de recolher informações, mas de ser operativo («operando» as necessárias sínteses).  

***Conseguir espantar e confundir os outros com efeitos fátuos e fogos de artificio, em geral não é trabalho, nem obra. Será na passagem do ano na Madeira, mas no quotidiano das sociedades, em vidas que são mais de formigas do que de cigarras, esses efeitos são tropeços; obstáculos em relação ao que é essencial (nesta sociedade que está meia-perdida...). Por fim, como mostra o exemplo do link, pode acontecer que a Publicidade que suporta alguns «graçolas», não esteja de acordo com os seus «pontos de vista»? Que ainda haja algumas perspectivas sérias nos nossos quotidianos? 

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=605598

http://sicnoticias.sapo.pt/mundo/2012/12/09/emissora-australiana-promete-rever-politica-de-difusao-apos-morte-de-enfermeira

Pode parecer que tudo isto não tem a ver com Design e com Projecto, acontece que esta «disciplina» - falemos dela em português ou inglês - é a essência entre os actos reflectidos e os irreflectidos 


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