TG é Thanks God, já que nos compete agradecer o muito que Monserrate nos deu.
Mesmo antes de vir a integrar - e ter sido uma das peças essenciais... - do que hoje se está a querer celebrar como «PH 30»
Tivemos muitas sortes:
E a nossa percepção de que Monserrate era muito melhor do que em geral se pensava, foi uma dessas imensas sortes!
Por isso, agora quando se vêem estes festejos a que estão a chamar PH 30, temos que sorrir.
Sim, sorrir de complacência. Mas também a fazer-nos lembrar aquele provêrbio do - "Guardado está o bocado para quem o há-de comer ".
Felizmente nunca nos lambuzámos, mas temos aproveitado, quiçá como mais ninguém (?), «o fantástico bolo» que encontrámos. E dele tudo o que ainda não parámos de encontrar...
Depois, pelo que lemos, chegámos à conclusão que a obra dos arquitectos James Thomas Knowles, apesar de enfiada ou semi-escondida num espaço rústico português - i. e., não urbano, ainda não badalado, e rodeada de árvores como os quercus suber (anteriores aos arranjos paisagísticos de William Beckford, e aos dos jardineiros de Francis Cook) - é comparável aos melhores edifícios victorian, do centro de Londres.
E o nosso estudo feito para o IPPC, datado de 1988, tem (agora) imagens/fotografias que nunca mais se poderão repetir.
Os túmulos Etruscos da colecção de Francis Cook até tiveram uma enorme sorte. Pois foram parar ao Museu de Odrinhas...
Mas, o tecto da fotografia, no tempo que entretanto passou - e estávamos a ver passar sem que rapidamente se conseguisse acudir, para impedir a infiltração das águas pluviais. Esse tecto perdeu-se...
Embora o tenhamos fotografado:
Era um trabalho admirável, muito bonito, do habilidosíssimo Domingos Meira. O Afifense, célebre estucador que nalguma bibliografia chega a ser referido como sendo arquitecto.
A fotografia acima já a apresentámos em post muito anterior, onde se escreveu sobre algumas das visitas, e as várias informações que em 2002 recolhemos em Viana do Castelo e Afife.
Os estudos que tínhamos começado depois de um curso de pós-graduação no IST, foram evoluindo, e sucessivamente, «granjeando» e conduzindo-nos a novas informações.
Sempre a acumular, e sem as deitarmos fora, foi na FLUL que demos o salto qualitativo. A ponto de hoje se perceber - nós percebemos e compreendemos - como alguma arquitectura italiana (de Veneza, Florença, Sienna...) está em trechos arquitectónicos do Palácio de Monserrate.
Como também está em excertos do Palácio da Pena, ou nos mais belos edificios da Londres Vitoriana. E ainda - last but not least (pelo menos para nós portugueses, que podemos compreender melhor esta evolução da arquitectura, que nasceu como sendo arquitectura religiosa) -, na maioria das pequenas Capelas Açorianas, que são conhecidas como Impérios do Espírito Santo.
Se os PH 30 são festejos para os mais jovens - jogos ou rally papers ? - e como anunciam "propostas repletas de aventuras e de mistérios"; tudo muito atraente e muito divertido, como obrigatoriamente tem que ser: um verdadeiro "must", da moda!
SE...?, para nós é bastante mais.
Para nós é fonte de conhecimento! É História da Arquitectura, a sério, que se (nos) vai revelando: aos poucos (e a partir de Monserrate, na prática desde 1987 !).
Lentamente, e deixando ver/compreender aquilo que, até agora, ainda não está nos livros de História!
Será que os «PH 30» têm energias para isso? Pois seria muito mais útil...
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Acrescentar no fim, que a força da designação - PH 30 - nos fez esquecer a palavra Sintra: