Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
24
Set 13
publicado por primaluce, às 15:00link do post | comentar

...é consequência da língua portuguesa?

 

Que é tão rica que permite referir mentiras como uma quase doçura de simples "incorrecção factual"?

E a expressão «estudos-e-doutoramentos-manhosos» será forte, ou é apenas mais uma doçura do nosso linguajar (luso)?

Enfim, e estes adjectivos - doce e forte - são meros «portuguesismos», a metaforizar o que noutras línguas e noutras regiões levaria a pressões (do eleitorado e não só...) mais às consequentes demissões*: pela dignidade e elevação que os cargos públicos, ou os de responsabilidade e «de exemplo», exigem?

O rigor na Alemanha é um defeito («lá do sítio»)? Ou é uma interpretação normal-estrita, que alguns (outros) acham que devia ser mais abrangente e mesmo muito lata**?

(legenda - clic na imagem)

~~~~~~~~~~

*Alguns exemplos: http://www.tvi24.iol.pt/internacional/ministro-plagio-doutoramento-karl-theodor-zu-guttenberg-alemanha-tvi24/1236338-4073.html

http://www.esquerda.net/artigo/ministra-alem%C3%A3-demite-se-ap%C3%B3s-esc%C3%A2ndalo-do-doutoramento/26657

http://economico.sapo.pt/noticias/ministra-alema-acusada-de-plagio-demitese_162345.html

**Pois dava jeito... Será que a Antropologia explica a mente matemática germânica, diferente do ondular sinuoso (e elástico) da mente ibérica? E talvez ainda mais da latina?

Pois na Arte é exactamente isto que temos detectado e trabalhado, por isso a imagem acima: 

Ela prova que o rigor e conceitos inequívocos (dogmáticos) podem ser expressos com uma enorme beleza visual. 

Ver: http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/

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26
Fev 11
publicado por primaluce, às 18:36link do post | comentar

"Uma nova arquitectura" é o que se pode ler na p. 48 de As Catedrais, de Patrick Démouy - editado em 2008, pelas P.E.-A., na colecção Saber - um livrinho de bolso que é um verdadeiro condensado (que aconselhamos). 

Como é habitual, nesta obra e à semelhança do que acontece em quase todas as Histórias da Arte e da Arquitectura, no período da transição do Românico para o Gótico, todos colocam a mesma pergunta: «de onde é que surgiu o o Gótico?»

Aqui, desta vez a fórmula é um pouco diferente, mas vai dar no mesmo. Depois do subtítulo "Uma nova Arquitectura", pode-se ler: "Como definir a arquitectura gótica? A sua etimologia não nos indica nada. A expressão deve-se aos humanistas italianos do Quattrocento que, julgando-a, com toda a razão, totalmente estranha aos processos de construção da Antiguidade, atribuíram-na aos bárbaros que se mantinham ao norte dos Alpes, os Godos. Isso não tem nenhum fundamento;..." (reticências, claro, pois o texto continua, com muitas outras informações, úteis).

Mas ficou o essencial: mais um exemplo de que mesmo em obras recentes*, a pergunta persiste. Ora o que nos aconteceu, foi, exactamente, pegar na Etimologia, e ir perceber o que é que tinha sido característico dos Godos? Foi então, com esta enorme simplicidade (mais do que transparente), que encontrámos o Arianismo, e referências a vários Concílios na Península Ibérica. Desde 380 em Saragoça (ainda os Godos não tinham chegado à Hispânia, era o Priscilianismo que preocupava Roma). Assim como também encontrámos, a atribuição à Iberia, aos chamados Visigodos ou Godos do Ocidente, a definição (ou a ampliação dessa noção) da "dupla procedência do Espírito Santo", ou "Filioque": a qual, com toda a facilidade, se explica muito melhor esquematicamente, a partir de desenhos, do que com palavras.

Definição ou Ideia, a que, desde 587, e definitivamente em 589, no IIIº Concílio de Toledo - já depois de Clóvis (o rei dos Francos) se ter tornado católico - os Visigodos, chefiados por Recaredo, também quiseram aderir. Abandonaram assim o seu Arianismo, convertendo-se ao Catolicismo.

Esta explicação que aqui é feita, de modo tão sucinto quanto possível, está, muito mais ampla, no nosso trabalho sobre Monserrate. Concretamente, antes e depois da p. 38, onde se pode ver a imagem que confirmou os vários organigramas que tínhamos desenhado, na tentativa de nos esclarecermos. 

Desde 2002 não parámos de aprofundar o assunto, e sobre ele temos agora muitas mais dezenas de páginas. Embora, em torno deste tema - o "Filioque" - o qual aliás, ao longo da História (nem sempre com esta designação, mas quase desde o Nascimento de Cristo) suscitou uma infinidade de escritos. Repete-se, sobre este tema é possível escrever milhares de páginas: principalmente, se houvesse a intenção de registar o máximo, de tudo o que se passou (o que não é o caso!)

Para concluir, hoje resta-nos destacar que apesar de todas as pesquisas que entretanto fizemos, e acrescentámos às iniciais, a nossa redacção mais sintética sobre o assunto, estando desde logo correcta (é importante que se diga), é a que escrevemos em 2003-2004. E porque tínhamos «descoberto» a questão a partir de Março de 2002, está editada.

Assim, qualquer livro de História da Arte ou da Arquitectura, que coloque a pergunta, como faz Patrick Démouy - um autor admirável, e em cujos livros se aprende imenso - se o fizer, à partida, deve-se considerar que neste assunto o autor não está totalmente informado; longe disso, não teve a nossa sorte**!

Sobretudo, porque agora, já alguns outros autores, como é o caso de Edward Norman (embora ainda de uma forma muito incompleta), começam também a aperceberem-se do mesmo que detectámos: isto é, da relevância de um grande número de Ideogramas. 

 

Em suma, vamos todos observando como é que esta situação vai evoluindo? Pois para já não podemos fazer mais do que temos feito...

Em boa verdade, vai ver-se o que é, realmente, e de facto - na vertente do que alguns designam a Cultura Visual, e os seus fundamentos (acrescentamos nós) - o que é a Ciência em Portugal?

Vamos vendo...

Manuscrito francês, Diagrama da Trindade Cristã, apresentado na FL.UL em 31.01.2005*** 

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* De um autor premiado - em 2005 recebeu o "grand prix Gobert de l'Académie des Inscriptions et Belles Lettres"- Patrick Démouy é Professor de História Medieval da universidade de Reims-Campagne-Ardenne; escreveu vários livros sobre a génese de uma Catedral, em especial a de Reims: "Santuário da Realeza Sagrada", onde Clóvis foi baptizado; e sobre os seus Bispos.

** Poder-se-á dizer que é uma sorte, a lembrar as faces de uma moeda: Sorte de um lado, Azar do outro! Porque a História está hoje tão definitivamente acabada, qual «bloco para ficar em tosco», que nos perguntamos se alguém a quer entender? Se valerá a pena investigá-la? Nesta área - a Arte são Imagens - as quais, se hoje não «falam» é porque os seus códigos foram perdidos, como deixámos no trabalho sobre Monserrate (ver op. cit., p. 29): "perderam-se as chaves dos símbolos". E embora cada vez mais tenhamos a noção que essas «chaves» são Conhecimento, e Saber (relações, também «articuladas»), vindo da Geometria. "A origem das expressões" - como se pode ler num autor do século XII. Para quem como nós está no Ensino Superior, e vê o que se passa (tudo à volta), mais preocupante do que a perca de Códigos de leitura, é a perca do Saber. E este - a compreensão do passado - pelos «zigzags» da vida, e os seus agentes, que em 2001 nos puseram neste caminho gratificante, numa boa parte, captámo-lo.

***Apresentação (ppt) tese de mestrado: Ideograma original em manuscrito francês do século XIII,  ver reprodução em Edward Norman, The Roman Catholic Church, Thames & Hudson, London 2007, p. 36. 

 Tudo isto já está em Monserrate, uma nova história, no próximo post, e a pensar nos nossos alunos - Teorema de Pitágoras: como ensinar...

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02
Dez 10
publicado por primaluce, às 09:42link do post | comentar

A imagem seguinte representa o Esquema, ou Ideograma, que segundo defendemos traduziu o Filioque*. Numa versão (pois houve várias), que ficou inscrita nas obras Românicas, quando a questão do Cisma do Oriente (1054) era já cada vez mais premente: havendo a necessidade - da parte da Igreja do Ocidente - de o proclamar. O que aconteceu de uma forma que foi, crescentemente, mais clara, mais forte, e mais afirmativa. De tal modo que um dia culminou, arquitectonicamente, no Estilo a que hoje todos chamamos Gótico 

Seguindo a classificação de Jean François Félibien (que distinguiu dois Góticos**) esta imagem correspondia ao Gótico Antigo. As áreas que tracejámos tinham que ser especialmente trabalhadas – sobretudo desbastadas na pedra, como se vê no exemplo seguinte – de modo a ser legível uma ligação forte entre os Círculos. Repare-se como essa ênfase posta na «escrita» - que qualquer Estilo é - resulta também muitíssimo decorativa.  

Rosácea de Paço de Sousa

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* Desde que editámos este post já houve pedidos de esclarecimentos: ver em Monserrate, uma nova história, op. cit., pp. 27 a 45. Para se ter a noção da complexidade deste tema basta dizer, que, actualmente (nos estudos do doutoramento, em curso) este assunto encontra-se sub-dividido em várias abordagens, ocupando - apenas o cerne da questão - cerca de 40 pp. Sobre o Filioque, aconselhamos uma das melhores síntesesver na Enciclopédia Verbo Luso-Brasileira, LX 1969, v. 8, cc. 837-838.   

**Embora sem imagens que a ilustrassem, esta questão já ficou explicada em Monserrate, uma nova história, op. cit., pp. 43 e 44. Sendo também referida (o Gótico Antigo e o Gótico Moderno) a propósito do aqueduto de Tomar, chamado - Pegões Altos; ver na p. 72 e na nota 168. 

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