castigos para os Professores, como «lavar escadas»...
É verdade já se chegou a este nível de ameaças! Porquê, por uma descoberta científica que a nós muito nos honra... Um ponto de que não tencionamos sair, ou abdicar!
Enfim, passados 11 anos de negação nas ajudas e apoios que eram necessários para terminar um doutoramento, já se está agora a definir o que pode ser digno ou indigno*: as tarefas que o professor não pode recusar sob pena de ser despedido. E tudo isto porque Monserrate, de obra dos séculos XVIII e XIX - contemporânea de William Morris e do que em Portugal se pode estudar, ao vivo, e saber sobre a época (victorian) em que o Design nasceu; Monserrate também se tornou para nós (fruto da qualidade da orientação duma investigação**) em fonte de informações sobre as origens do Gótico. Matéria que aliás está em alguns livros e artigos científicos, bem interessantes, quando atribuem ao victorian a reputação de ser um estilo capaz de dar informações...
O Gótico, i. e., o estilo cuja origem longínqua é atribuída ao Arianismo dos povos Godos, e à sua incompreensão ou (não-) aceitação da trindade cristã, como escrevemos em Monserrate uma Nova História.
O Estilo que, depois de esclarecida a maneira como nasceram as formas abstractas da Arquitectura antiga, e como estão relacionadas com dogmas de fé; depois de compreendido esse processo - da passagem de ideias a imagens que chamamos Ideogramas (e não é só o Arco Quebrado); como do processo de formação deste arco, por analogia com casos semelhantes, mas não tão notórios, permite entender algumas (ou muitas mais?) outras imagens iconoteológicas do cristianismo: formas que assim passam a ser compreensíveis, e discerníveis, dos fundos em que se vêem, nas obras em que foram aplicadas...
Mas, desligando agora desses conteúdos da investigação científica - feitos em prol duma instituição em nome da qual trabalhámos (e não estando esta disponível para compreender ou aceitar os resultados e as vantagens cientificas da mesma); assim, e como já prometido dezenas ou centenas de vezes, aqui fica mais esta réplica. Nós não nos vamos calar: Quem não deve não teme! Mesmo que empurrada para os calabouços (todos os que quiserem inventar), pois há-de ficar clara a forma tão digna como as instituições de Ensino Superior fazem investigação, e têm lidado com esta situação.
Esta é aliás uma Cena que, fica muitíssimo bem, exactamente hoje, quando Frederico Lourenço um eruditíssimo professor universitário recebeu o Prémio Pessoa. Alguém que se atreveu a remar contra a maré da ignorância e do laicismo nesta sociedade que, independente daquilo em que acredita, pretende apagar e negar as origens históricas; cujas marcas (visuais) estando em toda a parte, são ainda chamadas Arte...***
Mais, nós - para ajudar a dita Escola a superar a situação trágico-cómica em que se conseguiu enfiar - por nós prometemos que lhes vamos arranjar «um espacinho», para todos os intervenientes ficarem na foto! A retratar assim, na sua melhor pose a melhor Escola de Design...
E a investigação que permite (ou a que compreende!) feita pelos seus docentes...
(amplie aqui)
(e aqui)
*É aliás bastante interessante a dita definição. Como se as escadas não pudessem ser limpas ou lavadas por gente honesta, como se essa tarefa acarretasse automaticamente alguma indignidade? Até parecendo que a verdadeira indignidade não está em ser «doutorado em nada»? Em ser o autor, desonesto, de uma tese que ainda agora, 15 anos depois, quando todas as teses são mais curtas e mais desinteressantes, é ainda absolutamente vergonhosa? Por não ter uma frase que faça sentido, por não conter uma ideia sólida ou firme, com a qual outras se articulem...? Cerca de 180 pp. de um vazio total, que acabam numas listinhas que ainda um dia vamos aqui abordar.
**A tal que nos fez chegar às Origens do Gótico, como era forçoso acontecer, para a orientadora «não morrer» de tédio científico: quem desde cedo não viu outro assunto em Monserrate a não ser este, mas que..., descoberta a questão a deixou cair. Ler acima, um excerto da sua Introdução às Observações de uma Viagem a Portugal e Espanha (1760), por Thomas Pitt. Escrito por Maria João Baptista Neto em 2004, quando nós estávamos a terminar as mais de 300 pp de um mestrado (que além de hoje ser superior a um normal doutoramento, como nos disse FABP...) teve também o grandressíssimo «inconveniente» de ter conseguido trazer à luz, no Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras de Lisboa um conjunto de informações que eram absolutamente impensáveis...
Mas que agora, e com o apoio de quem nos quer mandar «lavar escadas» há-de assumir as suas responsabilidades: porque os tédios científicos, ou os sonhos de grandeza, se assumem com responsabilidade, à altura desses sonhos...
***Frederico Lourenço traduziu para português a Bíblia de que Marie-Françoise Baslez diz ter sido feita, em Alexandria, "... pour les amis du savoir".