Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
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Jan 11
publicado por primaluce, às 13:14link do post | comentar

Factos recentes, que não deixam de impressionar, e depois até mesmo algumas das suas evoluções, que julgávamos impensáveis, levam-nos a tentar incluir aqui, alguns ensinamentos mínimos: uma breve reflexão.

A excessiva mineralização do espaço urbano, havendo casos em que o solo e o subsolo, tornados funcionais - porque repletos de canais e de condutas, de ventiladores e respectivas grelhas, etc., que permitem criar ambientes artificiais. Todos esses mecanismos, embutidos e bem escamoteados, podem levar a que não se tenha a noção do tipo de espaço em que se está. Ou, até, como todo ele funciona?

É o que acontece nalgumas grandes cidades, e nas suas praças, em que vários espaços abertos, e ao ar livre, que por isso julgamos reunirem todas as características dos verdadeiros espaços naturais, podem estar bastante longe de o serem!

Constata-se que muitos podem não compreender que esses espaços abertos, que por isso supõem totalmente naturais - esquecendo-se as várias sobreposições em altura, sucessivas (constituídas por várias caves e ocupações do subsolo); nessas situações é fácil as pessoas não se aperceberem da enorme artificialidade do ambiente que as rodeia, e onde estão.

Já estivemos em Times Sq - praça que nasce do cruzamento de uma diagonal, com uma malha ortogonal, de ocupação urbana por quarteirões; e já projectámos a ampliação de um pequeno Cemitério. Neste caso, e como talvez as fotografias demonstrem, debatemo-nos, exactamente, com a necessidade de referenciar (e ampliar ao máximo) os elementos naturais: não exactamente para os tornar «funcionais», mas, para tentar, de alguma forma, que remetessem para uma reflexão sobre a nossa condição, de "Humanos".

Em suma, um dos objectivos foi conseguir tornar presente - i. e., «representar» - apesar da densidade da ocupação, e do excesso de mineralização, que se sabia iria existir, a ideia de que somos pó e terra, à qual havemos de voltar. 

Não é este o local, mas, no nosso viver colectivo, enquanto sociedade, são inúmeros os temas em que não temos reflectido. E a "Representação da Morte", corolário mais do que lógico do valor (ou da exaltação) da vida, é um deles...


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